Reciclagem ou regeneração?

RECICLAGEM OU REGENERAÇÃO?

O que o homem precisa e o que o evangelho apresenta é a possibilidade de uma transformação radical. Só o Criador pode fazer isso. O ser humano, os sistemas políticos e religiosos, a ciência e a tecnologia não podem mudar o homem de dentro para fora. Deus pode e Deus quer! Tudo está feito para que tal venha a acontecer. Tudo depende da decisão humana à luz do que cada um decide pela intervenção esclarecedora do Espírito Santo.

A reciclagem aproveita o que está estragado e procura dar-lhe uma nova forma e um novo uso. A reciclagem não chega, é preciso e necessário uma mudança da essência. A Bíblia fala-nos de uma criação nova, de uma nova criatura, de um novo homem, uma nova pessoa. Não se trata de recauchutagem, de maquilhagem, de vestir uma roupa nova num homem velho, não se trata de dar um ar novo a uma peça já velha, não se trata de recuperação ou restauração de uma obra artística. É regeneração. Isso só Deus pode fazer! Isso implicou a vinda de Jesus a esta terra e à morte de cruz onde carregou o nosso pecado, a degeneração que nos afectou física, emocional, afectiva, mental e espiritualmente.

É responsabilidade e privilégio de cada cristão e da Igreja a demonstração visível dessa transformação. Isso não significa que possamos encontrar nos cristãos e na Igreja uma perfeição absoluta. Encontraremos sempre mazelas e defeitos, mas sabemos que o novo nascimento que traz à existência uma nova natureza e uma nova existência, manifesta-se num processo até que cheguemos à plenitude que vemos e temos em Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. O livro que lemos há algum tempo “Proibida a Entrada a Pessoas Perfeitas”, da autoria de John Burke e publicado pela Editora Vida, trata desta temática de uma forma excelente. O escritor é pastor da Igreja Gateway, e no livro apresenta a estratégia extraída do evangelho e que tem sido aplicada no contexto pós-moderno em que vivemos. Os dois princípios da actuação desta igreja local são: “Vem como estás” e “Não fiques como estás”. Esta é a mensagem central do Evangelho. Esta foi a mensagem que Jesus apresentou. Foi para que tal fosse possível que Jesus morreu e ressuscitou. A Sua morte é a nossa morte para a velha vida, e a Sua ressurreição é a nossa ressurreição para uma nova vida. N’Ele tornamo-nos filhos de Deus.

Não importa qual foi a sua história até aqui, não importa qual é a sua herança genética, não importa quais são os seus fracassos e traumas, não importa quais são os seus defeitos e os seus vícios, não importa também qual é a sua conta bancária, o seu coeficiente de inteligência e emocional. Importa sim que o amor de Deus e o Seu poder podem transformá-lo numa nova pessoa, capaz de uma nova vida, de produzir o fruto do Espírito.

Desta forma igualmente o que compete à Igreja não é apenas do domínio do político, do ético, do moral, do comportamental, mas do coração, do íntimo, da natureza, da essência da natureza humana. A transformação que a fé em Jesus Cristo provoca no ser humano tem as suas repercussões em todos os aspectos da vida humana, mas não podemos confundir as consequências com a causa.

“E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (1 Coríntios 5:17)
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tito 3:4-7)

Samuel R. Pinheiro
www.samuelpinheiro.com

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