Justificação

Justificação

Romanos 4:25

 

por Raquel Miranda

Raquel Miranda

Monografia elaborada para a

Disciplina Metodologia do Trabalho Científico

do docente Samuel Pinheiro

FANHÕES

 

20 de Junho de 2018

 

ÍNDICE

INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………………………………….. 1

I. SIGNIFICADO DO TERMO……………………………………………………………………………… 2

1. Conceito Secular ………………………………………………………………………………………… 2

2. Conceito Bíblio ………………………………………………………………………………………….. 2

II. CONCEITO SOTERIOLÓGIGO DE JUSTIFICAÇÃO ………………………………………. 4

1. A Fonte da Nossa Justificação ……………………………………………………………………….. 4

2. A Base da Nossa Justificação ………………………………………………………………………… 5

III. ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO ………………………………………………………………… 8

1. Remissão do Castigo ……………………………………………………………………………………. 8

2. Restauração ao Favor …………………………………………………………………………………. 10

IV. JUSTIFICAÇÃO MERITÓRIA ……………………………………………………………………… 13

1. Posição Católica ………………………………………………………………………………………… 13

2. Crítica Evangélica ……………………………………………………………………………………… 14

CONCLUSÃO …………………………………………………………………………………………………….. 17

BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………………………………. 18

 

 

INTRODUÇÃO

No âmbito do curso presencial do Monte Esperança – Instituto Bíblico, foi-me proposta a realização de um trabalho sobre um dos temas apresentados na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico. O tema escolhido foi: Justificação.

Começo por confrontar a definição de Justificação do ponto de vista secular com o ponto de vista Bíblico, que se refere a uma das partes da salvação.

Depois de ter estes conceitos claros, pretendo aprofundar a noção soteriológica da palavra, descrevendo a necessidade que temos de Justificação e definindo quem e como nos justificou.

Também abordarei os seus elementos que são, a remissão do castigo e a restauração ao favor. Com este fim, apesar de usar vários textos bíblicos, irei basear-me no seguinte:

“o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Romanos 4:25

Como o conceito de Justificação tem um significado um pouco diferente para ponto de vista da Igreja Católica Romana, terminarei expondo essa posição e ostentando a crítica evangélica a essa mesma posição.

Na extensão desta investigação, proponho-me a examinar este conceito recorrendo ao uso de dicionários, enciclopédias bíblicas, comentários bíblicos, entre outros livros. O meu objetivo é que o leitor possa ficar com este conceito bem explícito na sua mente, e fique clara a sua importância na vida de um cristão.

A monografia será desenvolvida na perspetiva da visão protestante. A tradução Bíblica usada ao longo deste trabalho é Almeida Revista e Atualizada (ARA).

I. SIGNIFICADO DO TERMO

O termo Justificação pode ter várias conotações, mas para chegarmos ao conceito que pretendo explorar, passo a analisar os diferentes sentidos que a palavra pode ter.

1. Conceito Secular

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, define Justificação da seguinte forma:

1. Acção de fundamentar aquilo que se faz ou aquilo que se diz; acto ou efeito de

justificar ou justificar-se. (…) 2. Apresentação das razões ou causas que legitimam

um comportamento, uma acção, um evento. (…) 3. Elemento ou elementos

comprovativos dessas razões ou causas. (…) 4. Jur. Conjunto de formalidades

destinadas à comprovação judicial de um facto. 5. Teol. Acção divina que confere

graça, que torna os homens justos, que os justifica. 6. Tip. Fixação das margens de

uma coluna de texto.1

O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, define:

1 acção ou efeito de justificar ou justificar-se; 2 exposição das razões que legitimam

determinada atuação, comportamento ou acontecimento; desculpa; 3 prova judicial;

4 DIREITO série de formalidades que se destinam à confirmação judicial de um

facto; 5 RELIGIÃO acção divina que justifica ou torna justo, que confere a graça ao

que não a tinha; 6 TIPOGRAFIA fixação de um texto dentro da mancha (Do lat.

Justificatiõne-, «id»).2

 

Para uma pessoa fora do contexto bíblico ou de igreja, Justificação poderá apenas significar a ação de justificar-se, ou seja, dar uma razão para aquilo que faz ou diz. Denoto, no entanto, que os dicionários também fornecem uma definição religiosa, apesar de bastante sucinta. Para ultrapassar esta falta de informação, é importante analisarmos a definição que um dicionário bíblico faculta.

2. Conceito Bíblico

Biblicamente, o termo Justificação, tem um significado mais nobre e profundo. O ato de Justificação foi realizado por Jesus “como o Deus-homem e é, portanto, uma justiça com uma propriedade divina (…). Somente esta justiça atende o desespero da nossa situação pecadora e fica à altura de todas as exigências da santidade de Deus.”3 Ou seja, nós não temos a capacidade de nos justificar diante de Deus, mas Jesus justificou-nos.

Mas afinal, qual é o significado da palavra Justificação na Bíblia?

J. D. Douglas escreve que “o verbo ‘justificar’ pode focar-se por exemplo, na justificação de Israel e do Servo do Senhor, contemplada em Is 45.25 e 50.8, é uma vindicação pública mediante uma alteração das suas circunstâncias.” 4

O Dicionário Bíblico Wycliffe descreve:

Este é um termo (gr. díkaiosis) que se refere ao julgamento judicial. Não significa

tornar reto ou santo, mas anunciar um veredicto favorável, declarar ser justo. Este

significado é patente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (heb. tronco hiphil

de sadaq, “declarar justo”; gr, dikaioo, “vindicar, inocentar, pronunciar e tratar como

justo”).5

 

Posto isto, a palavra Justificação resume a ação de Cristo que contribuiu para sermos tornados justos (absolvidos) diante de Deus. Justificar é o contrário de condenar, e “assim como condenar é o meio de tornar alguém ímpio, justificar é o meio de tornar alguém justo.” 6 Portanto, quando lemos este conceito, na Bíblia, a nossa mente deve encaminhar-nos para o facto de que não nos justificámos a nós mesmos, mas Jesus é a nossa Justificação, o que quer dizer que Ele tornou-nos justos aos olhos de Deus.

 

II. CONCEITO SOTERIOLÓGIGO DE JUSTIFICAÇÃO

Para entendermos todo o processo de Justificação precisamos de mais do que definições de um dicionário. É necessário entender o seu conceito soteriológico. “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Romanos 4:25

1. A Fonte da nossa Justificação

Porque precisamos ser justificados? No Antigo Testamento, observamos que

“Deus é ‘o Juiz de toda a terra’ (Gn. 18.25), e suas relações com os homens são

constantemente descritas em termos forenses. A retidão, ou seja, a conformidade

com a sua lei, é aquilo que ele requer dos homens (…). Não há esperança para aquele

a respeito de quem o veredito de Deus for contrário.”7

 

A lei torna conhecido o pecado do homem8. Quem cumpre a lei é justo, porém, a Bíblia diz que “não há justo nenhum vivente”9. Todos somos pecadores e vistos como ímpios aos olhos de Deus. Então, já percebemos que precisamos ser justificados, veremos agora como somos justificados.

No seu livro ‘Cristianismo Autêntico’, John Stott levanta algumas questões acerca da Justificação: “Em que Deus se fundamenta para justificar os pecadores livremente mediante sua graça? Como é possível que um Deus justo declare injustos os iníquos, sem fazer concessões à justiça divina ou sem fechar os olhos às injustiças deles?”10

Se há um injusto à espera de condenação, o suposto é ele ter de se justificar a si mesmo. Se há um pecador, ele deve ser condenado, não podendo justificar-se a si mesmo porque é culpado.

Está escrito na Bíblia: “Em havendo contenda entre alguns, e vierem a juízo, os juízes os julgarão, justificando ao justo e condenando ao culpado.”11; “não justificarei o ímpio.”12; “(…)

vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés”13. Não é através de regras ou leis que alcançamos justificação para o nosso pecado. Deus não se pode contradizer. Wesley L. Duewel explica:

A justificação judicial do ponto de vista da lei requer inocência do acusado. Um juiz,

como tal, não pode perdoar. Com base na lei, a justificação de uma pessoa culpada

é impossível (Rm.3:20). A única justificação possível de um pecador culpado tem

de estar baseada em outro fator. Cristo, na expiação, outorga esse fator.14

 

No Novo Testamento, constatamos, precisamente, que a Justificação é-nos imputada através de Cristo. John Stott afirma: “Uma verdade fundamental no evangelho da salvação consiste em que a iniciativa da salvação deve-se do início ao fim, a Deus o Pai.”15 Foi Cristo que veio à terra voluntaria e gratuitamente, mas fê-lo em submissão à iniciativa de Deus Pai: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade.”16

A fonte da nossa Justificação é, sem dúvida a graça de Deus, que deu o Seu único filho para morrer pelos nossos pecados, a fim de que fossemos justificados. “Como a natureza da justificação é, desse modo, mostrada como declarativa, constitutiva e imputativa, assim a base reside em nada mais além do que a obra realizada por Cristo, a fonte da graça gratuita de Deus.”17

2. A Base da nossa Justificação

Já percebemos que a fonte da nossa Justificação é a graça de Deus, agora, vamos tentar seguir a linha de pensamento do teólogo John Stott: “Como pode o justo Deus agir injustamente, desbaratando assim a ordem moral e invertendo-a completamente? É inacreditável, ou melhor: seria, não fosse a cruz de Cristo. Sem a cruz, a justificação do injusto seria injusta, imoral e, dessa forma, impossível.”18

Deus justifica o ímpio porque Cristo “foi entregue por causa das nossas transgressões”19, então foi a cruz de Cristo que providenciou a Justificação, Se Deus apenas declarasse “Estás Justificado”, seria injusta a Justificação, mas Jesus passou pelo processo necessário para que fossemos justificados, tornando justa a nossa Justificação.

Mas, deparamo-nos com um pequeno dilema ao ler o seguinte versículo: “ressuscitou por causa da nossa justificação.”20 John Murray apresenta duas alternativas de interpretação:

No caso da primeira alternativa, o pensamento seria que Jesus foi entregue porque

nossas transgressões haviam sido postas sobre Ele e que Ele fora ressuscitado dentre

os mortos porque havíamos sido justificados. (…) A outra alternativa é que Jesus foi

entregue para fazer expiação por nossos pecados, tendo ressuscitado para que

fossemos justificados.21

 

No Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, os autores parecem defender a segunda alternativa: “Assim sendo, no presente versículo, vê-se que a ressurreição é uma das forças espirituais por detrás da justificação (…) é uma força espiritual que torna um homem

justo.”22 F. F. Bruce, também diz:

 

(…) [Jesus] foi ressuscitado pelo poder divino para garantir a sua justificação.

(Longe de nós interpretar as duas frases grosseiramente, sugerindo que a ressurreição de Cristo nada tem a ver com a expiação dos pecados do seu povo e que a Sua morte nada tem a ver com a expiação dos pecados de Seu povo e que Sua morte nada tem a ver com a sua justificação. Esta ideia é eliminada por 5:9).23

 

RC Sproul diz que “aqui Paulo está afirmando que Cristo foi ressuscitado para nossa justificação”24, ele explica:

 

Se Jesus tivesse permanecido morto, não teríamos nenhuma justificação, mas

quando o Pai ressuscitou o Filho da morte, ele proclamou ao mundo: “Eu aceito este

pagamento em favor dos devedores que não podem pagar”. A ressurreição de Jesus

não é simplesmente para sua própria validação; é também para nossa justificação.

Porque representa a demonstração, por parte de Deus ao seu povo injusto, de que ele

aceita o pagamento total da dívida moral na qual esse povo incorreu.25

 

João Calvino afirma em comentário ao versículo vinte e cinco do capítulo quatro de Romanos: “(…) quando possuímos o benefício da morte e ressurreição de Cristo, a justiça é consumada em todas as suas partes.”26

A minha conclusão perante estas afirmações é que, de facto, foi a cruz de Cristo que nos justificou e, a Sua ressurreição, é a evidencia de que já estamos justificados, ou seja, a ressurreição veio validar o sacrifício. Lembro a afirmação do apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé.”27 Imaginemos que Jesus não tivesse ressuscitado, como poderíamos ter a certeza da nossa Justificação? Talvez o víssemos apenas como mais um profeta, mas a Sua ressurreição comprovou o Seu poder sobre a morte e veio deixar claro a prova de que já fomos justificados. “A justificação é concedida pela graça, ela é recebida pela fé.”28 Através da fé que temos em Jesus somos absolvidos, ou seja, declarados justos aos olhos de Deus. O apóstolo Paulo escreveu, numa carta aos crentes Romanos, a afirmação: “já nenhuma condenação há para os que permanecem em Cristo Jesus.”29 No Dicionário Bíblico Wycliffe lemos: “A justificação é a questão religiosa básica. (…) Como o homem, na condição de pecador, pode tornar-se justo para com Deus? A resposta é; Através da justificação pela graça, por meio da fé́.”30

Posso resumir Justificação como sendo uma penalidade que foi paga. Ou seja, o homem é culpado do pecado e teria de cumprir a sentença pela sua culpa. Mas para todo aquele que crê em Cristo Jesus já não há condenação porque Ele cumpriu a sentença na cruz do Calvário, morrendo em nosso lugar para que, agora sim, Deus possa declarar justo aquele que era injusto.

J. D. Douglas diz que: “a justificação de pecadores, conforme Paulo a expõe, entretanto, é apenas a declaração de um veredito favorável. Paulo certamente cria que Deus demonstra favor 7 para com aqueles a quem absolve, mas emprega outros termos para descrever isso (adoção, etc.).”31

É a cruz de Cristo que nos justifica, e é pela fé que recebemos essa mesma Justificação. A fé é o clique necessário para ativar a nossa Justificação. O apóstolo Paulo escreve as consequências adjacentes à Justificação:

 

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor

Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta

graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. (…)

também nos gloriamos nas próprias tribulações (…) Porque Cristo, quando nós ainda

éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por

um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova

o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós

ainda pecadores.32

 

III. ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO

Vamos agora viajar um pouco mais fundo, e descobrir os elementos da Justificação. Neste ponto, gostaria de deixar algumas afirmações, baseadas ou retiradas da Teologia Sistemática de Augustus Hopkins Strong33, pois vai deixar bem resumido e assente nas nossas mentes os elementos da Justificação.

1. Remissão do Castigo

a. “Deus absolve o ímpio que crê em Cristo e o declara justo.”34

Isto não que dizer que Deus declara inocente o culpado, mas sim que o que estava prescrito na lei foi cumprido em relação a ele, que, por isso, agora está desculpado.

“Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.” Romanos 4:5

“(…) deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça” João 3:16

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” Romanos 5:1

Se o pecador crer, a sua fé é-lhe imputada como justiça, pois Deus deu Seu único Filho, e assim teremos paz com Deus e já não estamos sujeitos à ira divina.

b. “Essa absolvição, enquanto um ato de Deus como juiz ou executante,

administrando a lei, pode ser chamada de perdão.”35

A remissão do castigo prevê a absolvição, ou poderemos chamar-lhe o perdão:

 

O perdão pode ser definido: 1. Em termos pessoais, como como a cessação da ira ou

ressentimento moral de Deus contra o pecado; 2. Em termos éticos, como o

livramento da culpa do pecado que oprime a consciência; 3. Em termos legais, como

uma remissão do castigo do pecado, que é a morte eterna.36

 

Deus é Santo, e repudia o pecado. Strong explica que por sermos indiferentes ao (conformados com o) pecado, é-nos difícil captar o sentimento de Deus para com o pecado. Para Deus, que é Santo, o perdão requer uma mudança de relacionamento, que só é possível porque Cristo 9 cumpriu a pena do pecado. Se pensarmos o quão difícil é para nós perdoar, mesmo sabendo que Deus perdoou, talvez possamos entender a grandeza do perdão de Deus que é puro e que tem justa causa para nos condenar.

“Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança?” Miqueias 7:18

“Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.” Salmos 130:4

Deus, o ofendido, mostra a sua graça para com o ofensor, na Sua atitude de Pai, perdoando-o. Isto é a absolvição, a sentença que declara o réu isento de culpa.

c. “(…) no governo de Deus há remissão da punição para os que creem apesar

de confessadamente transgressores; e, na justificação Deus declara tal remissão”37

Num ponto de vista terreno, não há absolvição limpa para os que são claramente infratores, há sim, punição. Mas como diz Strong, no governo de Deus não existe uma Justificação aprovável, que permite a remissão, ou seja, que faz com que os infratores sejam perdoados. A Justificação não impede as consequências naturais do nosso pecado, todavia, “garante a presente reconciliação e perfeição futura”38.

“O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.” Salmos 34:22

“Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.” Hebreus 10:17

d. “A declaração de que o pecador não está mais exposto à pena da lei tem sua base (…) só no fato de que Cristo sofreu a pena e o pecador se une a Ele pela fé.”39

Nenhuma Justificação por parte do próprio pecador poderia absolvê-lo. “Por isso, justificação é o ato pelo qual Deus, por causa de Cristo, absolve o transgressor e consente que ele seja livre.”40

“Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés.”

Atos13:38,39

“Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, (…) para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” Romanos 3:24,26

“mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” 1 Coríntios 6:11

Esta absolvição não pode ser considerada como um ato soberano de um governador, mas como um processo judicial. Jesus Cristo, garante um novo veredito para aqueles que já estavam condenados. Ele chegou-se a frente como culpado e “opõe a sua retidão ao pecado deles”41, por sua vez, eles são apresentados justos.

2. Restauração ao Favor

a. “Justificação é mais do que remissão ou absolvição.”42

Justificação não é equivalente a absolvição; Justificação é o que permite a absolvição. Passo a explicar, a absolvição declara que um réu está isento de culpa, a Justificação inocenta o réu, embora ele tenha cometido o erro. Sem Justificação o réu não pode ser absolvido. Mas, a Justificação deixa o pecador na posição de um ‘criminoso isento’. E mais, a Justificação implica que Deus trate o pecador como sendo realmente justo. “A pessoa justificada tem a remissão da pena, mas a recompensa prometida da obediência.”43

“(…) para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” Romanos 5:1,2

b. “Essa restauração ao favor, vista em seu aspecto como a renovação de uma amizade quebrada, chama-se reconciliação. Vista em seu aspecto como renovação da verdadeira relação da alma com Deus como pai, chama-se adoção.”44

Estávamos separados de Deus, mas a Justificação que Jesus nos conquistou, permite a reconciliação, o restabelecimento da nossa relação com Deus. Pela Justificação que nos leva à reconciliação, podemos ser chamados filhos de Deus.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.” João 1:12

“(…) nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.” Romanos 5:11

“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” Gálatas 4:4,5

c. “Em um perdão terreno não há nenhum auxílio especial concedido ao

perdoado. (…) Porém, apesar de grandemente necessitado, o que o governo

humano deixa sem providência, Deus providencia.”45

O futuro de um recluso que acaba de sair da prisão está comprometido. O período que passou na prisão, e os crimes que o levaram lá, vão acompanhá-lo como uma nódoa na sua vida. Vão 12 fechar-lhe muitas portas. Provavelmente por falta de portas abertas, irá voltar a enveredar numa vida criminosa, e a sua punição aumenta. Mas, mais uma vez podemos observar que no governo

de Deus, não funciona assim: “Na justificação não há apenas absolvição, mas aprovação; não só perdão, mas promoção.”46 Posso afirmar com toda a certeza que a obra de Deus para a nossa salvação é completa e perfeita. E não se restringe a absolver o pecador justificado da culpa, para além de já não estar debaixo da ira de Deus, ele é admitido ao favor de Deus e fadado à vida eterna. O mais incrível é percebermos que aquele recluso, cumpriu a sua pena, mas não foi de facto perdoado. O pecador justificado, não cumpriu a sua pena e foi de facto perdoado, ganhando uma nova vida. “(…) e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” Romanos 5:2

d. “A declaração de que o pecador está restaurado ao favor de Deus tem a sua base, não no caráter pessoal ou na conduta do pecador, mas unicamente na obediência e retidão de Cristo, a quem o pecador está unido pela fé.”47

Não foi o pecador que conquistou a sua Justificação, foi Cristo que, em obediência à vontade do Pai cumpriu as exigências da lei, absolvendo-nos. Pela sua retidão e obediência, participamos do galardão.

“(…) para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” João 20:31

“Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus.” 1 Coríntios 3:21-23

“Justificação envolve o que o perdão não consegue: uma justiça que é a base da absolvição e do favor; a base não é o mero favor do soberano, mas o mérito de Cristo – justiça que é de Deus”48, porque o que Cristo fez satisfaz as exigências da lei, o pecador é, então, perdoado.

 

 

IV. JUSTIFICAÇÃO MERITÓRIA

Até aqui estivemos a analisar o conceito evangélico, mas o ponto de vista católico-Romano é diferente.

1. Posição Católica

Não é desde sempre que a Igreja Católica defende a Justificação Meritória:

A antiga Igreja Católica (…), antes que se dividisse em dois ramos, um dos quais se

tornou a Igreja Católica Romana e Ortodoxa Oriental, defendia a doutrina paulina

da justificação, embora a sacramentalizasse, tornando o batismo necessário à

justificação.49

Depois deste cisma, o que aconteceu foi que os católicos romanos, passaram a crer que a Justificação se alcança através das obras juntamente com a fé, ou seja, é meritória. “De acordo com a teologia católica romana, a justificação não se dá pela fé somente, e, sim, pela fé forjada pelo amor (…).”50

Alguns teólogos católicos romanos e racionalistas cambam para o extremo oposto

do da posição da interpretação forense, supondo que ‘justificar’ significa tornar

justo; e a explicação de como isso sucede cria uma mistura de ‘obras e fé’. Em outras

palavras, através de obras humanas sinceras, inspiradas pelo Espírito Santo (o que

usualmente é explicado como o cumprimento apropriado da lei, o que significa a

intrusão do elemento legal), em combinação com a fé, é que é produzida a

‘justificação’.51

 

Norman Geisler em análise à Justificação Meritória, descreve na sua Teologia Sistemática a opinião de uma autoridade católica:

Ludwig Ott (nascido em 1906), uma autoridade dentro do Catolicismo, argumenta:

‘De acordo com a Santa Escritura, a bênção eterna no céu é uma recompensa pelas

boas obras que uma pessoa realizou neste mundo, e a recompensa e o mérito são

conceitos que guardam uma correlação entre si’.52

O Catolicismo baseia-se nalgumas passagens Bíblicas para defender esta ideia, por exemplo: “Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes.” Mateus 25:34,35 14

“(…) cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.” 1 Coríntios 3:8

“(…) cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.” Colossenses 3:24

“que retribuirá [Deus] a cada um segundo o seu procedimento” Romanos 2:6

Acreditam que Paulo enfatiza tanto a graça, como a natureza meritória das obras. Geisler volta a citar Ott: “As boas obras da parte do justo estabelecem o seu direito legal (metirum de condigno) à recompensa da parte de Deus [conf. Hb 6.10]”53

Geisler também observa as apelações católicas em favor da Justificação Meritória:

 

A Teologia Católica afirma: ‘Desde a época doa Pais apostólicos, a tradição atesta o

mérito das boas obras’ (Geisler e MacKenzie). RCE, 228). Por exemplo Inácio de

Antioquia escreveu a Policarpo: ‘Onde há grande esforço, há também rico ganho’

(EP, I.I.3). Justino Mártir também é citado em defesa do mérito; Tertuliano, por sua

vez afirmou: ‘Pode-se considerar que o homem que executa boas obras tem Deus

como seu devedor’ (OR, 1.323.44-46).54

Claramente, na conceção católica, estas boas obras baseiam-se na fé, mas “as obras da fé são sempre sacramentais. (…) os sacramentos pressupõem um genuíno exercício de fé”55, ou seja, a realização de obras é que constitui a base do mérito que é necessário para se obter a vida eterna.

“No catolicismo romano popular, (…) vemos que um crasso merecimento humano entra no quadro, como parte da justificação”56, ou seja, as pessoas acreditam piamente que só são justificadas pelas obras, e isso conduziu a situações como por exemplo, as indulgências57.

2. Crítica Evangélica

Norman Geisler afirma que a visão católica:

(…) confunde Recompensa com Mérito; faz das obras condição para a Vida Eterna;

faz das obras de santificação condição para a salvação; confunde obras para a

Salvação com obras da salvação; faz uma falsa distinção entre obras e obras da lei;

confunde recompensa da salvação com recompensa por serviço; insere as obras no

seu conceito de fé; torna as obras necessárias para a re-justificação; desqualifica a

Graça ao fazer das obras uma condição para a justificação progressiva; diminui a

motivação para a execução de boas obras; insiste na salvação sacramental; sustenta

15 que a Igreja Católica Apostólica Romana é a instituição detentora da salvação; e que a posição católica da Eucaristia como sacrifício adultera a salvação pela graça.58

As exigências em relação às obras na conceção católica, são demasiado altas para um pecador cumprir, e colocam o homem debaixo da lei, de novo, quando era suposto já não estarmos debaixo da lei59. Como são demasiado altas, parece que a Instituição Católica Romana sentiu a necessidade de arranjar um escape para os que não conseguem cumprir: as indulgências. Nas

suas ‘95 Teses’, Martinho Lutero, escreveu: “As indulgências apostólicas devem ser pregadas prudentemente, não aconteça que o povo suponha, falsamente, que elas são preferíveis às outras boas obras de caridade”60.

(…) a reforma renovou a ênfase sobre a teologia paulina. (…) O próprio Lutero falava

sobre justificação como a ‘regeneração para uma nova vida’, e não meramente como

um pronunciamento judicial de Deus, como uma retidão meramente lançada na

conta.61

O Novo Testamento rejeita a ideia da salvação como recompensa do nosso trabalho: “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.” Romanos 4:4

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2:8,9

A conceção católica de que o mérito é uma condição necessária para a vida eterna, ou para a Justificação, não está de acordo com a Palavra de Deus.

A Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia deixa algumas considerações em torno da Justificação:

1. Trata-se de um ato divino, o qual pode ser contrastado com os muitos ritos

e cerimônias da economia veterotestamentária (ver Rom. 8:33)

2. O homem não pode obter a justificação por meio da lei, Rom. 8:3; Gl. 2:16

e 3:11

3. Ela vem pela fé, independentemente das obras, Atos 15:1 e Rom. 3:28.

4. Ela é imputada, lançada na conta corrente espiritual do indivíduo, Rom.

3:22.

5. É conferida ao homem mediante a expiação pelo sangue, Rom.5:9

6. Ela produz bem-aventurança espiritual. Rom. 4:6-9

 

7. Ela confere vida, pelo que envolve mais do que a penas o perdão dos pecados

(…).

8. Ela estabelece a paz com Deus (ver Rom. 5:1) (…)62

 

John Stott nota que “Assim que qualquer pecador afasta-se de seu pecado e compromete-se, em absoluta confiança, com Jesus Cristo, que morreu por nós e ressuscitou dentre os mortos, Deusbo declara justo.”63

O apóstolo Paulo escreve aos crentes em Gálatas:

“Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não! (…) Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.” Gálatas 2:17,21 17

 

CONCLUSÃO

Nesta fase, já percebemos que em Romanos 4:25, aquela simples palavra “Justificação” é um conceito bastante profundo e fundamental que deve ser entendido por um Cristão.

Essa palavra não se limita a definir um transgressor que se justifica a si mesmo, mas sim um pecador que é justificado por outra pessoa, apenas pela Graça de Deus. E essa outra pessoa, é nada mais nada menos, do que a única pessoa que podia justificar o pecador. Essa pessoa é a pessoa que não tinha nenhuma culpa, mas pagou o preço pela culpa do pecador. Essa pessoa é

Jesus que se dispôs a fazer a vontade de Deus Pai que queria restaurar o seu relacionamento com aqueles que criou.

Nós somos esse pecador, não tínhamos maneira de nos justificarmos, logo Deus não nos podia absolver. Mas por causa da cruz de Cristo, fomos justificados e agora Deus pode declarar-nos justos. Fomos remidos do castigo e restaurados ao favor, reconciliados com Deus Pai.

Apesar de pessoas ainda pensarem que têm de se sacrificar para merecerem a justificação, a Bíblia refuta essa falsa ideia:

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” Romanos 3:28

O conceito de justificação estudado isoladamente, não é suficiente para entender a Salvação. Seria necessário ainda investigar muitos outros aspetos que constituem a área da Soteriologia, articulando-os com este conceito de justificação. Mas ficámos a saber, como, por quem e com que base somos justificados. 18

 

 

BIBLIOGRAFIA

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1 Academia das Ciências de Lisboa. Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânia, p. 2202

2 Porto Editora. Dicionário da Língua Portuguesa, p. 985

3 PFEIFFER, Charles, VOS, Howard, & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p. 1123

4 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, p. 746

5 PFEIFFER, Charles, VOS, Howard, & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p. 1123

6 Idem, ibidem, p. 1123

7 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, p. 746

8 Romanos 7:7

9 Salmos 143:2

10 STOTT, John. Cristianismo Autêntico, p. 227

11 Deuteronómio 25:1

12 Êxodo 23:7

13 Atos 13:39

14 DUEWEL, Wesley. A Grande Salvação de Deus. p. 150

15 STOTT, John. A Mensagem de Romanos, pp. 126,127

16 Hebreus 10:7

17 PFEIFFER, Charles, VOS, Howard, & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p. 1123

18 STOTT, John. A Mensagem de Romanos, p. 128

19 Romanos 4:25a

20 Romanos 4:25b

21 MURRAY, John. Comentário Bíblico Fiel, Romanos, p. 181

22 CHAMPLIN, Russel. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, p. 643

23 BRUCE, F. F. Romanos, Introdução e Comentário, p. 97

24 SPROUL, R. C. Romanos, p. 122

25 Idem, ibidem, p. 122

26 CALVINO, João. Romanos, p. 173

27 1 Coríntios 15:14

28 PFEIFFER, Charles, VOS, Howard, & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p. 1123

29 cf. Romanos 8:1.

30 PFEIFFER, Charles, VOS, Howard, & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p. 1123

31 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, p. 746

32 Romanos 5:1-8

33 STRONG, Augustus. Teologia Sistemática (Vol. 2), pp. 1505-1512 (Todas as citações feitas nos subpontos 1 e

2 do capítulo III, são retiradas desta obra, exceto passagens bíblicas).

34 Ibid, p. 1505

35 Ibid, p. 1505

36 apud STRONG, Augustus. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 1505

37 Ibid, p. 1505

38 Ibid, p. 1506

39 Ibid, p. 1506

40 Ibid, p. 1506

41 Ibid, p. 1507

42 Ibid, p. 1507

43 Ibid, p. 1507

44 Ibid, p. 1509

45 Ibid, p. 1509

46 Ibid, p. 1510

47 Ibid, p. 1510

48 apud STRONG, Augustus. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 1512

49 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, p. 685

50 Idem, ibidem, p. 686

51 Idem, ibidem, p. 681

52 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 233

53 apud GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 234

54 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 234

55 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, p. 686

56 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, p. 686

20

57 Indulgência é a remissão, total ou parcial, da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que

foram perdoados.

58 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p. 235

59 Romanos 6:14

60 LUTERO, Martinho. As 95 Teses de Martinho Lutero, p. 32

61 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, p. 685

62 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, p. 683

63 STOTT, John. Cristianismo Autêntico, p. 227