A Igreja do Deus Vivo

A Igreja do Deus Vivo

“a coluna e baluarte da verdade” I Timóteo 3:15

 

por David Miranda

David Miranda

Monografia elaborada para a

Disciplina de Metodologia do Trabalho Científico

do docente Ev. Samuel Pinheiro

 

FANHÕES

20 de Junho de 2018

 

A Igreja do Deus Vivo David Miranda

 

 

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………………………………… 1

I. CONCEITO DE IGREJA ……………………………………………………………………………………… 2

1. Conceito neotestamentário de Igreja ………………………………………………………………. 3

2. Transfiguração do conceito de Igreja ……………………………………………………………… 5

II. FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GOVERNO DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA.. 6

1. A fundação da Igreja …………………………………………………………………………………… 6

2. Organização e governo da Igreja Neotestamentária …………………………………………… 8

III. A IGREJA VISÍVEL E INVISÍVEL …………………………………………………………………… 11

1. Conceito de Igreja visível …………………………………………………………………………… 11

2. Conceito de Igreja invisível ………………………………………………………………………… 13

CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………………………………… 14

BIBLIOGRAFIA ………………………………………………………………………………………………….. 15

 

 

INTRODUÇÃO

Este é um trabalho que se propõe a abordar o Conceito de Igreja, em especial no contexto bíblico, no âmbito da disciplina de Metodologia do Trabalho Científico do 1º ano. Desenvolver este conceito em particular não é tarefa fácil, pois o seu significado, significância e abrangência, e as implicações vindas dos mesmos, é assunto de discussão de pródigas mentes teológicas desde há séculos, em muitos tópicos sem consensos. Se tal não fosse bastante ainda temos de abalizar o termo no seu significado neotestamentário, no seu significado atual ou no seu significado num qualquer ponto da história e/ou geografia.

Esta definição do significado será um dos primeiros pontos deste trabalho. No entanto o nosso ponto de partida será um versículo específico da Bíblia que é basilar para entendermos o que é a Igreja, I Timóteo 3:15.

Também nos propomos, depois de definirmos Igreja no seu contexto original, a analisar os diversos momentos defendidos para a sua data de fundação, tentando chegar a uma conclusão.

Nesta conjuntura também é pertinente examinarmos a organização e governo da Igreja nascente, pois tal é importante para entendermos o conceito neotestamentário dela. Por fim tentaremos definir as duas grandes partições do conceito Igreja, a Igreja visível (ou local) e a Igreja invisível (ou universal). Buscaremos refletir sobre as diferenças e sobreposições das duas conceções, a sua pertinência e a sua relevância. Todas as citações bíblicas desta monografia encontram-se na tradução Almeida Revista e

Atualizada (ARA).

 

I. CONCEITO DE IGREJA

Um verso chave para desenvolvermos o conceito de igreja chega-nos da pena de Paulo, ao escrever uma carta ao seu discípulo e filho espiritual Timóteo:

“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” I Timóteo 3:14-15

O verso acima citado é de supra importância para tecermos algumas considerações sobre o significado espiritual de Igreja: “Paulo emprega três expressões para descrever a igreja, cada uma das quais ilustra um aspecto diferente dela, a saber: a casa ou a família de Deus, a igreja do Deus vivo e a coluna e o fundamento da verdade”1.

A primeira expressão é ‘casa de Deus’. Casa, no grego οικος (oikos), pode ser interpretado literalmente como casa ou, alternativamente, como família. Os exegetas bíblicos dividem-se sobre qual dos significados Paulo queria empregar neste caso. Gordon Fee realça neste verso a significância familiar pois “esta metáfora da ‘casa’ (família) (…) flui naturalmente do reconhecimento de Deus como Pai, os crentes como irmãos e irmãs, e os apóstolos como

‘mordomos’”2, também Kelly concorda que a expressão casa se aplique a família e não a um edifício, “é semelhante família ou casa, transformada numa unidade pela Cabeça divina, que cada congregação, ou igreja do Deus vivo forma”3. Já Hendriksen discorda ao afirmar que “‘Casa’ aqui, é a tradução correta (no sentido de habitação), e não ‘família’ (ou ‘casa’ no sentido de família) (…) os crentes são a casa de Deus ou o seu santuário”4.

A segunda expressão de Paulo é ‘igreja do Deus vivo’. John Stott afirma que é “um deliberado contraste com relação aos ídolos dos pagãos”5, Champlin segue a mesma linha: “O adjetivo

«…vivo…» é aqui usado para fazer contraste entre o verdadeiro Deus e os «ídolos mortos»”6.

Por fim Paulo também descreve a igreja como ‘coluna e baluarte’, “an evocative building metaphor in booming first-century Ephesus”7:

O hedraiôma de um prédio é o seu suporte principal. Pode referir-se tanto ao seu fundamento como a um suporte ou baluarte que o sustém. Seja como for, o

hedraiôma é o que dá estabilidade ao edifício. (…) A palavra stylos, entretanto, tem o sentido de ‘coluna’ ou ‘pilar’. A finalidade das colunas não é apenas manter firme o telhado, mas elevá-lo a uma certa altura, de forma que o edifício possa ser visto facilmente, mesmo à distância.8

Assim Stott elucida-nos em relação às expressões arquitetónicas que Paulo associa à igreja. Quanto à sua aplicação Champlin afirma que “o sentido geral da expressão é evidente, isto é, a igreja é aquele alicerce e estrutura que contém, defende e sustenta a verdade (que é a fé cristã)”9.

João Calvino dá muita importância a esta expressão: “Ao ser denominada coluna e fundamento da verdade, tal dignidade atribuída à Igreja não é algo ordinário”10. Sobre a questão da expressão ‘verdade’ Carson esclarece que “the church is the functional basis for the reception and spread of the saving gospel message and all the other wisdom and riches of insight God has revealed”11.

Deste verso então depreendemos algumas verdades acerca de igreja, ela é família e habitação de Deus, um Deus vivo e não um ídolo. Também a Igreja tem a responsabilidade de ser portadora da verdade, que é o evangelho que devemos preservar e espalhar até aos confins da Terra.

Assim o verso leva-nos por um percurso que nos demanda que definamos o termo Igreja, no contexto em que foi escrito, e como ela evoluiu até hoje, a sua génese e organização e finalmente entendermos as duas realidades de Igreja, uma orgânica e outra organizacional.

1. Conceito neotestamentário de Igreja

A expressão traduzida para o português como igreja é, no grego koiné, εκκλησία (ekklesía). O termo no seu significado coloquial grego do primeiro século significava simplesmente “uma assembleia popular ou outra qualquer composta de pessoas legalmente convocadas”12, basicamente um significado do espectro político e associativo, não do religioso.

“O termo ekklesia também foi usado entre os judeus (na LXX) para significar a ‘congregação de Israel’, que foi constituída no Sinai e se reunia na presença do Senhor por ocasião das festividades anuais nas pessoas de seus representantes masculinos”13, assim como uma normal reunião do “povo em ocasiões solenes ou para o culto na sinagoga”14. Então para a comunidade judaica o sentido do termo não diferia muito do sentido dado pelos helénicos, apesar da maior conotação religiosa para os hebreus, podendo ser empregue com facilidade pelos missionários ao longo da metade oriental do Império Romano, quer para pregar às comunidades judaicas quer às helénicas. No entanto não se sabe exatamente de qual das comunidades provém a derivação original deste termo para o espectro do vocabulário cristão.

Assim já no contexto cristão, “Segundo Mateus, o único evangelho que emprega a palavra “igreja”, sua origem remonta ao próprio Jesus (Mt 16.18)”15:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18

Discutiremos mais adiante algumas outras implicações históricas deste verso, por agora foquemo-nos apenas no termo igreja usado por Jesus. Parece que este vocábulo não foi algo criado pelos apóstolos ou líderes cristãos posteriores, mas sim pelo próprio Jesus. Naturalmente Jesus usou, presumivelmente, um termo aramaico ou hebraico e não o termo grego ekklesía, “não há como determinar quais palavras hebraicas ou aramaicas Jesus poderia ter usado, pois ekklesia poderia ser usada para traduzir pelo menos três palavras semitas diferentes”16. No entanto Jesus provavelmente usou o termo ק הל (qãhhl), o vocábulo que referimos que a Septuaginta traduziu na maioria das vezes por ekklesía, no entanto ele também “being translated

(…) by sunagoge 35 times”17. Assim é fácil compreender a ligação das duas palavras entre idiomas e o porquê de Mateus a escrever em grego, ou alguém a traduzir este evangelho a partir do aramaico, ter escolhido o termo ekklesía para a palavra usada por Jesus.

Então no contexto cristão ekklesía “designa a igreja cristã, tanto local (e.g., Mt 18.17; At 15.41;

Rm 16.16; 1 Co 4.17; 7.17; 14.33; Cl 4.15) quanto universal (e.g., Mt 16.18; At 20.28; 1 Co 12.28; 15.9; Ef 1.22)”18. No entanto J. D. Douglas discorda com a aplicação do termo ao conjunto da igreja, “localidade era essencial ao seu caráter. A ekklesia local não era reputada como parte de alguma ekklesia de âmbito mundial, o que teria sido uma contradição de termos”19. No entanto é realmente difícil conciliar versos como I Coríntios 15:9 ou Efésios

1:22-23 sem aplicar o termo ekklesia à igreja universal.

Um outro significado de ekklesia é ‘chamados para fora’ “A palavra ekklesia deriva de duas palavras grega, ek, ‘de dentro de’, e kaleõ, ‘chamar’. A igreja, portanto, é composta do povo ‘chamado’”20.

Algo importante a reter é que no Novo Testamento igreja “nunca se refere a um lugar de adoração”21, veremos no próximo ponto que existiu tal evolução da palavra nesse sentido, no entanto nunca devemos ler o Novo Testamento com tal compreensão do termo.

Em sumula a  conclusão que devemos tirar é que “no Novo Testamento, ekklesia veio a significar uma assembleia de crentes, especificamente seguidores de Jesus”22, no entanto temos de ter em mente a origem completamente secular do termo.

2. Transfiguração do conceito de Igreja

Obviamente o conceito de Igreja não ficou fiel ao seu original significado dado por Jesus e pelos apóstolos. Assim hoje a Porto Editora define igreja nos seguintes moldes:

igreja [e] s.f. 1 edifício destinado ao culto de uma religião, especialmente cristã; 2 comunidade dos fiéis de determinada religião; 3 autoridade religiosa; ~ matriz igreja principal de uma freguesia (Do gr. Ekklesía, «assembleia», pelo lat. Ecclesia-, «assembleia do povo; igreja»)

Igreja s.f. 1 conjunto do clero e fiéis católicos; 2 conjunto das autoridades religiosas que formam a hierarquia católica 3 cada um dos vários grupos cristãos e respectivas organizações (Do gr. Ekklesía, «assembleia», pelo lat. Ecclesia-, «assembleia do povo; igreja»)23

Só da simples organização de um dicionário de referência em Portugal depreendemos algumas coisas sobre como é vista hoje a palavra igreja.

A primeira coisa que salta à vista é o facto de o dicionário ter duas entradas para a palavra, uma com início em minúscula e outra em maiúscula. A segunda parece referir-se com prioridade à liderança da igreja católica e em segundo plano ao conjunto de grupos cristãos e às suas denominações. Assim parece definir que Igreja (com maiúscula) se refere à igreja enquanto organização e à sua liderança. É bem visível a alteração de significado relativo ao Novo

Testamento, que nunca significou nada que se parecesse com liderança.

A definição de igreja (com minúscula) já se aproxima do conceito neotestamentário na sua segunda definição dada pelo dicionário. Já a primeira definição (de edifício) não se enquadra com o significado original da palavra:

Um dos significados de “igreja” é um edifício chamado a casa de Deus. No entanto,

ekklesia no NT não tem esse significado. Nos quatro casos oikos (οικος) “casa” refere-se à igreja (1 Tm 3:15, Hb 3:2, 1Pedro 2:5; 4:17), o uso é metafórico e meio família de Deus.24

Por fim a terceira definição da entrada igreja no dicionário, também não se encaixa no conceito primordial da palavra, leva-nos para a questão da liderança e autoridade, realidade que mais uma vez não é assim aplicável no Novo Testamento.

Podemos assim concluir que de facto o conceito foi transfigurado nestes dois milénios. Embora ainda consigamos ver alguma da significância original da palavra, a maioria das suas definições afastou-se do propósito inicial que Jesus e os primeiros líderes da igreja tinham ao aplica-la.

Prova de tal é que, provavelmente, a primeira imagem que nos vem à mente quando ouvimos a palavra igreja é um edifício, e não um grupo de pessoas.

 

 

II. FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GOVERNO DA

IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

Ao estudarmos o conceito de Igreja temos também de refletir nela enquanto organismo prático e terreno. Assim ela teve um ponto inicial na história e uma liderança nos seus primórdios.

Refletiremos agora sobre a sua fundação e base, e sobre a sua liderança no seu período nascente. Também é importante ressalvar que estes tópicos são alvo de franca discussão entre teólogos e historiadores. Como tal devemos ter em mente que qualquer posição defendida por qualquer autor não é um dogma absoluto, mas sim uma interpretação exegética da Bíblia ou uma análise histórico-arqueológica, ambas passivas de revisão, discussão e eventual refutação.

1. A fundação da Igreja

Quando foi fundada a igreja? Parece uma pergunta simples, no entanto existem várias correntes de opinião sobre o assunto. E isto não apenas em relação ao momento do Novo Testamento, pois “alguns [teólogos] têm adotado uma abordagem bastante ampla, e sugerem que a Igreja existe desde o início da raça humana”25. Por esta frase de Stanley Horton entendemos a disparidade das opiniões em relação a esta data. No entanto tendo em conta o propósito e termos desta monografia apenas trataremos as grandes hipóteses de origem neotestamentárias.

Abordando cronologicamente, quanto ao ponto de origem que defendem, a primeira hipótese é encontrada no início do ministério de Jesus “alguns (…) acreditam que a igreja foi fundada quando Cristo começou publicamente seu ministério e chamou os 12 discípulos”26.

Outra opinião remete a origem da igreja para o final do ministério de Jesus pois “entendem ser João 20.21-23 a inauguração da Igreja, como incorporação à nova aliança (cf. João 20.29, que demonstra já serem crentes os discípulos – já estavam dentro da Igreja antes de serem revestidos de poder pelo batismo no Espírito Santo)”27.

No entanto de todas as propostas neotestamentárias a data mais consensual entre teólogos e historiadores é o dia de Pentecostes, após a ascensão de Jesus:

(…) inúmeras linhas de evidência (…) sustentam que a igreja de Cristo teve início no

dia de Pentecostes, diversas semanas depois que Cristo morreu e ressuscitou, e não

no Antigo Testamento, com Adão, Abraão, Moisés, nem mesmo durante a vida

terrena de Jesus.28

De facto, parece o mais lógico de todos os pontos de vista, pois há uma enorme diferença entre a comunidade dos seguidores de Jesus antes e depois do dia de Pentecostes, relatado em Atos

2. Um dos fatores básicos para a ser Igreja é a morada Espírito Santo nos seus membros. Diz Rodman Williams que “a igreja também é descrita no Novo Testamento como a comunidade do Espírito Santo”29.

Um outro argumento forte serão as palavras do apóstolo Pedro:

“Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio.” Atos 11:15

O versículo aponta que a descida do Espírito Santo foi o ‘princípio’, deduzimos que Pedro se referia ao princípio da igreja. Então podemos afirmar que esse é o dia nascente da Igreja, pelo menos para a igreja judaica, pois os gentios apenas entram na Igreja a partir da missão de Pedro, comissionada pelo Espírito Santo, à cidade de Cesareia Marítima, na casa de Cornélio, que bencontramos descrita em Atos 10.

Uma outra questão pertinente acerca da fundação da Igreja é sobre de quem é a pessoa, ou afirmação para alguns, que está na sua base, a sua ‘pedra’. Esta questão advém do já citado texto do evangelho segundo Mateus:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18

A quem Jesus se está a referir ao falar em pedra? A si próprio, ao apóstolo Pedro ou à afirmação anterior de Pedro no verso 16, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”?

A posição tradicional católica é que Jesus se refere a Pedro, no entanto a igreja católica exagera na sua interpretação do texto ao usá-lo como base da sucessão apostólica papal e, por extensão,

da supra autoridade do papa, vinda esta diretamente de Jesus. Devido a isto tradicionalmente os protestantes têm rejeitado Pedro como sendo a ‘pedra’ a que Jesus se refere.

Para Robertson, Jesus está a falar da afirmação de Pedro: “Jesus edificará sobre o mesmo tipo de fé que Pedro confessou”30, seguindo assim a mais tradicional linha protestante. Por fim, outra linha é que Jesus se refere a si próprio, “they point out that Jesus likens the person who hears

his words and builds on them to a man building on rock (7:24-25)”31. Esta linha defende que Jesus, ao dizer estas palavras, estava, literalmente, a apontar para si próprio.

D.A. Carson estabelece uma posição equilibrada, de forma perentória, ao afirmar que este não é um assunto para dúvidas hermenêuticas, ao afirmar que “se não fosse pela reação protestante contra os extremos de interpretação do catolicismo romano, seria duvidoso que muitos considerassem que ‘pedra’ fosse alguma outra coisa ou outra pessoa que não Pedro”32. Assim A Igreja do Deus Vivo David Miranda para o teólogo canadiano esta discussão deve-se a problemas históricos e denominacionais, e não a um texto bíblico de difícil interpretação.

Concluímos então que, provavelmente, a pedra é Pedro. De facto, o livro de Atos revela-nos a importância de Pedro como sendo esta pedra nos primórdios da Igreja. Foi Pedro o primeiro grande líder pós ascensão de Jesus. Foi Pedro que deu a cara no dia de Pentecostes e pregou naquele dia (Atos 2:14-36). Foram Pedro e João que realizaram o primeiro milagre apostólico

(Atos 3:1-10). Foi Pedro que diversas vezes foi o porta-voz da igreja perante as autoridades

(Atos 4:5-22, 5:29-32). Foram Pedro e João que ficaram encarregados de ‘levar’ o batismo com o Espírito Santo aos samaritanos (Atos 8:14-17). Foi Pedro que ‘levou’ o evangelho e o Espírito

Santo aos primeiros gentios a recebe-lo (Atos 10:1-48).

No entanto Pedro, apesar da sua importância, não era o líder máximo da Igreja. Prova disso é o

Concílio de Jerusalém (Atos 15:1-20), a deliberação final desta assembleia veio do conjunto dos apóstolos e presbíteros, não do trono de Pedro. Este grande homem também não era infalível, como vemos na carta de Paulo aos cristãos da Galácia:

“Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível.” Gálatas 2:11

Assim devemos ter a posição equilibrada de apreciar o grande ministério do apóstolo Pedro, sem cair no extremo exagero dessa posição por parte da igreja católica romana.

2. Organização e governo da Igreja Neotestamentária

O tópico da organização e governo da Igreja Neotestamentária é um assunto complicado, pois carecemos de fontes bíblicas para o abordar com a devida profundidade.

Apesar de que podia haver tantas igrejas quantas eram as cidades ou até mesmo os lares, o NT, contudo, reconhece apenas uma ekklesia sem encontrar necessidade de explicar a relação entre a única e as muitas. A única não era um amálgama ou federação formada pelas muitas.33

Ficamos assim com dificuldades para entender como se organizavam as igrejas neste período.

No entanto existem três cartas bíblicas paulinas que nos auxiliam: “in the Pastorals we find a more institutionalized pattern of Christian leadership than seen elsewhere”34. Assim estas epistolas dão algum terreno para ser trabalhado e assumir que existe uma organização de facto.

“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi”

Tito 1:5

Este é talvez o versículo mais relevante em termos de organização e liderança da Igreja em todo o Novo Testamento. Aqui são visíveis três camadas de liderança hierarquizada. Assim temos Paulo no topo, este nomeia Tito para a ilha de Creta, com o objetivo de Tito nomear presbíteros para as diferentes cidades da ilha. Assim temos Paulo acima de Tito e Tito acima destes presbíteros locais.

Deus pretendia que cada igreja tivesse uma equipe de supervisores, pois Tito recebeu

a orientação de designar ‘presbíteros’ em cada cidade. Isso pode significar a indicação de um presbítero para cada igreja que se reunia numa casa, presumindo que havia diversas igrejas assim constituídas em cada cidade.35

No entanto há quem aponte que tal nível de organização não poderia existir no contexto da igreja primitiva:

Muitos estudiosos acreditam que a noção de vida eclesiástica pressuposta nessas cartas não poderia ter surgido durante a vida de Paulo. Imaginam ver especificamente uma igreja fortemente organizada com um ministério ordenado. (…)

A despeito das inferências feitas por alguns, nas epístolas pastorais não existe realmente nada que exija uma maior organização do que os bispos e diáconos36

De facto, o Novo Testamento aponta a existência de pelo menos seis cargos eclesiásticos. Já falamos de presbíteros. De modo geral todos os autores e teólogos de referência assumem que no contexto bíblico as palavras bispo, presbítero e pastor representam o mesmo cargo, nas palavras do reformador João Calvino, que afirma em relação aos bispos: “esta palavra significa o mesmo que ministro, pastor ou presbítero”37. Este seria um cargo de uma índole mais ministerial, encontramos em I Timóteo 3:1-13 e em Tito 1:6-9 os requisitos espirituais, morais e familiares para um homem poder ocupar este cargo.

Um segundo cargo seria o de diácono, este com um propósito bem mais prático como vemos no contexto em que nasce a função em Atos 6:1-7. Era demasiado para os apóstolos dedicarem-se à palavra e ainda servirem às mesas.

Com a ajuda da comunidade cristã, os doze encontraram uma solução: nomear alguns homens para servirem às mesas. O significado da palavra mesa relaciona-se

à distribuição diária, que indica o repartir alimentos ou a doação de dinheiro designado para a compra de alimentos. Homens qualificados da igreja são capazes de realizar essa tarefa. Portanto os apóstolos propõem que sete homens sejam nomeados para essa responsabilidade.38

Também encontramos os requisitos para ser um presbítero em I Timóteo 3:8-13, que mais uma vez mostra o carácter espiritual que um homem teria de ter para fazer esta tarefa, sendo que já em Atos 6 os apóstolos tinham colocado exigências morais e espirituais aos sete diáconos originais:

“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria” Atos 6:3

Um outro texto relevante para o tema dos cargos eclesiásticos é encontrado na carta de Paulo à igreja da cidade de Éfeso, que revela bem mais uma vez a preocupação do apóstolo com a organização de cada igreja local.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” Efésios 4:11

Neste verso encontramos cinco dos seis cargos que identificamos no Novo Testamento, faltando apenas os diáconos. Já referimos anteriormente os pastores, e para distinguir os outros quatro cargos necessitaríamos de uma monografia exclusivamente dedicada a tal. No entanto todos estes ministérios tinham o mesmo propósito, como vemos logo nos versículos posteriores: “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para

a edificação do corpo de Cristo até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” Efésios 4:12-13

Como tal, apenas temos de compreender que a igreja primitiva tinha um governo organizado com pessoas que serviam a comunidade de forma prática e através da Palavra. Diz-nos João Calvino “Ele [Jesus] delega a indivíduos a participação de sua administração, e isso coletivamente, para que um só não se exalte acima dos demais”39.

 

 

 

III. A IGREJA VISÍVEL E INVISÍVEL

Por fim existe um último parâmetro do conceito teológico de Igreja a abordar, a distinção de Igreja visível e de Igreja invisível, que tem a sua origem em Clemente de Alexandria e que foi sistematizada mais tarde por Agostinho de Hipona, ganhando novo folgo com os pré reformadores

Peter Waldo, John Wycliff e John Huss. Mas foi com a Reforma que a distinção destas naturezas da Igreja ganhou maior robustez teológica, graças ao trabalho de Martinho

Lutero e, sobretudo, João Calvino40.

Existem diversas nomenclaturas para esta dicotomia para além da sugerida, como por exemplo igreja local e universal, igreja enquanto organização e enquanto organismo, a natureza organizacional e natureza carismática da igreja, ou a igreja temporal e a igreja eterna.

Independentemente da nomenclatura que escolhermos os termos dizem respeito, no geral, aos mesmos sentidos e as mesmas distinções. “As Escrituras (…) estabelecem diferença entre esta igreja invisível ou universal e a individual em que a universal toma a forma local e temporal”41.

Estas duas naturezas da igreja são logo vistas nos evangelhos: “Jesus usou assim a palavra, referindo-se a um grupo local de crentes (Mt 18.17) e ao conjunto de todos os crentes no mundo

(Mt 16.18)”42.

Mas há alguns que discordam com esta distinção, Rod Williams defende: “O problema básico com essa distinção é que ela é estranha às Escrituras. (…) A igreja invisível e a visível são a mesma coisa vista pelo aspecto dual”43. No entanto parece que as razões do teólogo prendem-se mais com questões práticas do que teológicas. Assim a maioria esmagadora dos teólogos concorda com esta bifurcação.

1. Conceito de Igreja visível

Dos dois termos, Igreja visível será aquele que é mais fácil de definir e depreender. Isto é um facto natural pois é para nós fácil processar o que veem os nossos olhos e o que nos é possível medir. “A igreja visível é a igreja como os cristãos a veem na terra. Nesse sentido a igreja visível inclui todos os que professam fé em Cristo e dão provas de tal fé na vida”44.

Então Igreja visível “é justamente a Igreja como a vemos, a família unida dos crentes. Essa distinção evita uma equalização da membresia da Igreja visível com a salvação, assim como uma identificação pública com o povo de Deus”45.

A igreja visível também existe por que há propósito de Deus na sua existência, segundo Norman

Geisler ela tem quatro objetivos:

O propósito de uma igreja local pode ser visto em muitos relacionamentos. Primeiro, em relação a Deus, o objetivo da igreja é glorificá-lo (…) Segundo, em relação à igreja universal, o objetivo da igreja local é ser uma manifestação visível, uma expressão exterior do caráter interior do corpo de Cristo, manifestando o seu reconhecimento da sua liderança e da nossa unidade. (…) Terceiro, em relação aos outros crentes, o objetivo é edificar o corpo de Cristo (…) Quarto, em relação aos incrédulos, o objetivo é a evangelização.46

Naturalmente existe um relacionamento entre a Igreja visível e invisível, pois “A igreja numa cidade ou numa casa é simplesmente a manifestação local da igreja universal”47. É de salientar que nem todos os que pertencem à igreja visível pertencem à invisível: “At. 5.1-11 – Ananias e Safira mostram que a igreja visível abrangia alguns que não eram verdadeiramente crentes”48.

Da mesma forma é possível achar pessoas pertencentes à igreja invisível que nunca pertenceram à igreja visível, portanto nunca se afiliaram a uma igreja local. Esta última afirmação é rejeitada pela igreja católica romana que afirma que apenas na Igreja visível, centralizada debaixo da autoridade papal, é que existe salvação.

Os apóstolos de Cristo estabeleceram igrejas independentes e de governo próprio, igrejas que não tiveram uma autoridade humana de governo dominante, mas, em vez disso, se basearam no ensinamento apostólico, que posteriormente foi substituído, devido à morte dos apóstolos, por escritos apostólicos (o Novo Testamento).49

Por fim é interessante ver a lista de características que uma verdadeira Igreja visível deve demonstrar, sintetizadas por Martinho Lutero: As sete características externas, de Lutero, mediante as quais poderíamos reconhecer uma comunidade de verdadeiros crentes, em uma igreja local e visível:

a. Ali a Palavra de Deus é pregada, acolhida e obedecida.

b. Há um batismo cristão.

c. As chaves são exercidas no governo e na disciplina da igreja local.

d. A Ceia do Senhor é observada.

e. A cruz evidencia-se nas vidas dos membros: aqueles crentes sofrem por amor a

Cristo.

f. Há uma chamada para os ministros trabalharem no evangelho.

g. A adoração e a oração são uma constante nessas igrejas locais.50

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2. Conceito de Igreja invisível

A Igreja invisível ou universal é muito mais complexa, para a nossa compreensão, mas muito mais básica na sua forma de ser. Esta não está presa a inscrições, formulários, lideranças ou métodos. “A Igreja pode ser definida como Deus a vê, ou seja, a chamada ‘Igreja invisível’. É formada por todos os homens e mulheres cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida do

Cordeiro (Ap 21.27)”51.

Assim apenas Deus sabe quem são os nomes inscritos no Livro da Vida do Cordeiro, e aqueles que vão sendo ‘acrescentados’, “a igreja universal como tal não é uma organização visível

(como a Igreja Católica Romana); na verdade, é um organismo invisível, um corpo vivo que cresce diariamente”52.

Calvino descreve este conceito da seguinte forma: “a Igreja Universal é a multidão congregada de todas as nações, a qual, espalhada e dispersa pelos lugares mais remotos, entretanto consente na única verdade da doutrina divinal e é congregada pelo vínculo da mesma religião”53. Já

Champlin dá uma descrição mais abrangente, embora similar:

A igreja universal, mística, composta de todos os crentes de todos os tempos e de todos os lugares. os quais aceitam Cristo como cabeça. Essa igreja é considerada como um organismo espiritual que tem Cristo por centro; e a união mística da igreja com Cristo se dá através do seu Espírito, e não devido a alguma organização.

Portanto transcende a denominações evangélicas que defendem determinadas crenças ou governos eclesiásticos54.

Como já vimos Rod Williams defende que devemos evitar este conceito pois, para ele, tal ideia faz-nos assumir a Igreja invisível como pura e a Igreja visível como impura, “o perigo de tal distinção é que ela pode induzir alguém a abandonar a comunidade da igreja visível por se considerar membro da igreja pura, invisível”55. Algo interessante ainda relativo à Igreja invisível são os vários nomes pelos quais ela é chamada ao longo do Novo Testamento: “O Corpo de Cristo (…) A Noiva de Cristo (…) Os Primogénitos de Cristo (…) A Edificação de Cristo (…) Uma Casa Espiritual (…) Um Sacerdócio Santo (…)

Um Sacerdócio Real (…) Um Povo Eleito (…) O Povo de Deus (…) O Rebanho”56, todos estes nomes revelam profundamente uma característica da Igreja e do relacionamento dela com o seu cabeça, Jesus Cristo.

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CONCLUSÃO

Deste trabalho podemos retirar muitas elações sobre a instituição e conceito Igreja.

Em primeiro lugar elucidámos que o conceito de igreja se transformou fortemente. A sua raiz hebraica, qãhhl, é incerta, no entanto temos sempre o conceito de uma congregação reunida numa assembleia com propósitos religiosos. Já a sua congénere grega, ekklesía, tinha originalmente um significado completamente secular. É bastante interessante ver como o facto de os cristãos usarem esta palavra para se denominarem fez com que a palavra perdesse o seu significado secular e passou hoje a ser uma palavra claramente sacra.

O momento em que nasce Igreja de Jesus é alvo de discussão profunda, apesar da grande clivagem para o dia de Pentecostes. Mas na súmula esta é uma discussão oca, pois a data exata não trás qualquer nova luz sobre o Novo Testamento. Também a contenda sobre a pedra de base da igreja, em Mateus 16:18, entre protestantes e católicos é uma discussão mais ideológica que exegética, parecendo a interpretação católica a mais correta à luz do grego, no entanto depois eles extrapolam o seu significado, em relação à autoridade do apóstolo Pedro, para um nível que simplesmente não está lá.

A organização da Igreja primitiva também é fascinante, no sentido em que esta apesar de esta ser parca e dispersa conseguiu manter uma certa homogeneidade nas suas crenças na doutrina dos apóstolos, graças aos diversos papeis de liderança criados e à compreensão da sua importância por parte dos missionários que plantavam as igrejas locais.

Por fim analisamos as duas naturezas da Igreja que são de importantíssima relevância para compreendermos o porquê de ainda haver falhas e erros numa comunidade que se diz salva por Deus, mas que de facto pode não o ser na totalidade dos seus membros. Mas sabemos que a Igreja invisível é, de facto, apenas composta por aqueles que são realmente salvos. No entanto necessitamos da Igreja visível para crescer, para termos apoio e organização. As duas naturezas estão presentes na Bíblia e ambas são indissociáveis do conceito de Igreja.

Muito ainda haveria para explorar sobre a Igreja, como o seu papel e missão, ou a sua história como instituição ao longo dos séculos, com a sua evolução, regressão e as suas divisões, procurando ver a mão de Deus em cada etapa e como os homens responderam a ela.

 

 

 

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1 STOTT, John. A Mensagem de 1ª Timóteo e Tito, p.103

2 FEE, Gordon. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo – 1 e 2 Timóteo, Tito, pp.102-103

3 KELLY, J. N. D. I e II Timóteo e Tito, p.88

4 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito, p.173

5 STOTT, John. A Mensagem de 1ª Timóteo e Tito, p.104

6 CHAMPLIN, Russell. O Novo Testamento Interpreado Versículo por Versículo (Vol. 5), p.315

7 LONGMAN, Tremper; GARLAND, David. The Expositor’s Bible Commentary (Vol. 12), p.531 [tradução pelo

autor: “uma evocativa metáfora de construção na efervescente cidade de Éfeso do primeiro século”]

8 STOTT, John. A Mensagem de 1ª Timóteo e Tito, p.105

9 CHAMPLIN, Russell. O Novo Testamento Interpreado Versículo por Versículo (Vol. 5), p.315

10 CALVINO, João. Pastorais, p.95

11 CARSON, D. A. (Ed). Zondervan Study Bible, p.2664 [tradução pelo autor: “a igreja é a base funcional para a

receção e disseminação da mensagem salvífica do evangelho e das riquezas do discernimento que Deus

revelou”]

12 ROBISON, Edward. Léxico Grego do Novo Testamento, p.286

13 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, p.607

14 ROBISON, Edward. Léxico Grego do Novo Testamento, p.286

15 ELWELL, Walter. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, p.287

16 PFEIFFER, Charles; VOS, Howard; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p.950

17 GILES, Kevin. What on earth is the church?, p.233 [tradução pelo autor: “é traduzido (...) por sunagoge 35

vezes”]

18 ELWELL, Walter. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, p.287

19 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, pp.607-608

20 WILLIAMS, Rodman. Teologia Sistemática, p.756

21 PFEIFFER, Charles; VOS, Howard; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe, p.949

22 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.505

23 Porto Editora. Dicionário da Língua Portuguesa, p.905

24 TAYLOR, Richard; GRIDER, Kenneth; TAYLOR, Willard. Dicionário Teológico Beacon, p.407

25 HORTON, Stanley. Teologia Sistemática, p.538

26 Idem, ibidem, p.538

27 Idem, ibidem, p.538

28 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.505

29 RODMAN, Williams. Teologia Sistemática, p.809

30 ROBERTSON, A.T. Comentário Mateus & Marcos, pp.189, 190

31 MORRIS, Leon. The Gospel According to Matthew, p.424 [tradução pelo autor: “eles apontam que Jesus

compara a pessoa que ouve as suas palavras e constrói sobre elas com um homem a construir sobre rocha (7:24-

25)”]

32 CARSON, D.A. O Comentário de Mateus, p.431

33 DOUGLAS, J. D. Novo Dicionário da Bíblia, p.608

34 GILES, Kevin. What on earth is the church?, p.150 [tradução pelo autor: “nas Pastorais encontramos um padrão

de liderança cristã estruturada e institucionalizada mais presente do que em qualquer outro lado”]

35 STOTT, John. A Mensagem de 1ª Timóteo e Tito, p.178

36 CARSON, D.A; MOO, Douglas; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento, p.401

37 CALVINO, João. Pastorais, p.80

38 KISTEMAKER, Simon, Comentário do Novo Testamento – Atos (Vol. 1), pp.296, 297

39 CALVINO, João. Efésios, pp. 123-124

40 GILES, Kevin. What on earth is the church?, p.190, 191

41 STRONG, Augustus. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.1562

42 SEMEETON, Donald. A Igreja: do Pentecostes à Reforma, p.15

43 RODMAN, Williams. Teologia Sistemática, p.762

44 GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva, p.717

45 FERGUNSON, Sinclair; WRIGHT, David. Novo Dicionário de Teologia, p.531

46 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.572

47 STRONG, Augustus. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.1568

48 Idem, ibidem, p.1573

49 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.578

50 apud CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (Vol. 3), p.229

51 FERGUNSON, Sinclair; WRIGHT, David. Novo Dicionário de Teologia, p.531

52 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.534

53 CALVINO, João. As Institutas (Vol. 4), p.34

A Igreja do Deus Vivo David Miranda

18

54 CHAMPLIN, Russel. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (Vol. 3), p.212

55 RODMAN, Williams. Teologia Sistemática, p.762

56 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática (Vol. 2), p.531-533