O paradigma naturalista

O PARADIGMA NATURALISTA

Homens  como Lyell, Comte, Darwin, Huxley, Haeckel, Mayr, Sagan, Lewontin, Gould,  Eldredge, Dawkins, Dennett, Pinker, Hawking, etc., têm sustentado que toda a  ciência tem necessariamente que ser naturalista, isto é, tem que excluir  liminarmente qualquer possibilidade de causas sobrenaturais. Estes e outros  cientistas decretaram que no Universo não há qualquer lugar para Deus e para a  análise dos efeitos da sua acção. Para eles, o facto de essa ser a sua profunda  convicção filosófica e ideológica é razão mais do que suficiente para que todos  aceitem doravante essa determinação e construam a ciência de acordo com ela. A  verdadeira ciência, dizem, só pode ser naturalista. A mesma só pode investigar  as relações de causa efeito entre matéria e energia, no tempo e no espaço.

Quem  pretender afirmar algo diferente não pode ser cientista. Quem ousar defender que  existem efeitos naturais inexplicáveis unicamente por causas físicas naturais  está irremediavelmente condenado a permanecer fora da ciência. Note-se, porém,  que este tipo de naturalismo não é totalmente neutro, do ponto de vista  ideológico. O mesmo toma um partido bem definido relativamente à questão da  “natureza da natureza”, na medida em que tem subjacente uma compreensão  estritamente física e materialista da natureza, excluindo a possibilidade de a  natureza conter uma dimensão imaterial (v.g. informação, estrutura matemática ou  computacional), para além da matéria e da energia. É que, por si só, a  existência de informação ou de uma estrutura matemática remete imediatamente  para a possibilidade de uma causalidade inteligente. Sucede que este  entendimento, longe de promover a objectividade e o pensamento crítico na  ciência, como pretendem os naturalistas, é a “mãe de todas as tautologias”. Se  não, vejamos.

 

DO  NATURALISMO À EVOLUÇÃO ALEATÓRIA

Se a  possibilidade de uma criação sobrenatural é excluída à partida, então a única  possibilidade admissível é a evolução cósmica e biológica aleatória. Só pode.  Não é? Isto, porque só o apelo a uma evolução cósmica e biológica aleatória  permite rejeitar e manter afastada a possibilidade de um Criador racional e  intencional, cumprindo assim as exigências do naturalismo. Isto significa que,  de acordo com uma definição naturalista de ciência, a teoria da evolução tem que  ser necessariamente verdadeira, mesmo antes de se começar com qualquer  investigação no terreno.

Como se  vê, a convicção acerca da verdade da teoria da evolução é uma consequência  inescapável da filosofia naturalista que lhe serve de base, independentemente de  qualquer investigação científica. Esta só serve para confirmar as premissas  naturalistas e a teoria da evolução, na medida em que tem necessariamente que se  conformar com elas. Ou seja, não é a investigação científica que demonstra a  veracidade da teoria da evolução. Antes é a veracidade da evolução, decorrente  do paradigma naturalista adoptado à partida, que vai condicionar toda a  investigação científica, determinando quais os factos que devem ser dados como  verdadeiros e quais os que devem ser considerados falsos. Vemos, assim, que,  para quem parta de um modelo naturalista, que afasta a priori a  possibilidade de design inteligente na natureza, a evolução cósmica e  biológica aleatória é verdade mesmo antes de ser empiricamente testada.

 

DA  EVOLUÇÃO ALEATÓRIA À ANTIGUIDADE DA TERRA

Mas as  coisas não se ficam por aqui. É que, se a evolução aleatória é a única  possibilidade compatível com a ciência definida em termos estritamente  naturalistas, segue-se automaticamente que a antiguidade da Terra é a única  conclusão igualmente possível a priori. Isto, porque uma Terra recente  nunca poderia ser razoavelmente compatibilizada com a evolução aleatória. Esta  necessita de tempo – provavelmente, até, de muito mais tempo do que o que se  encontra disponível no Universo. Na verdade, de acordo com as premissas  naturalistas e com a teoria da evolução aleatória a que as mesmas  necessariamente conduzem, a Terra tem necessariamente que ser suficientemente  antiga para que a vida tenha surgido por acaso a partir de químicos inorgânicos  e que milhões de espécies possam ter evoluído de um ancestral comum, dando  origem a múltiplas novas espécies plenamente funcionais.

Uma idade  de 6 000 ou 10 000 anos, por exemplo, seria necessariamente impossível de  compatibilizar com a teoria da evolução. Isto, note-se, mesmo antes de se fazer  qualquer medição dos níveis de C-14, dos níveis de decaimento de isótopos  radioactivos, das taxas de erosão dos continentes ou de deposição de sódio e  sedimentos nos oceanos ou da velocidade da recessão da Lua. Na verdade, antes  mesmo de o cientista ligar a ignição do seu automóvel para se deslocar ao seu  laboratório ou ao seu campo rochas sedimentares e fósseis, ele só pode esperar  encontrar evidências de evolução aleatória e de uma Terra extremamente antiga,  porque só isso é compatível com a ciência naturalista. Também aqui as conclusões  precedem qualquer investigação científica, sendo que esta só pode confirmar  essas conclusões, sob pena de deixar de ser científica à luz da definição  naturalista do termo.

Com  efeito, se um cientista viesse a concluir que as observações apontam para uma  Terra recente, ele iria inevitavelmente pôr em causa a possibilidade de evolução  aleatória, o que, por sua vez, iria comprometer as premissas naturalistas que  estruturam o método científico e, por conseguinte, iria colocar-se do lado de  fora do domínio da ciência. Daí que ele tenha forçosamente que concluir que  qualquer observação empírica que aponte para um design inteligente ou  possa pôr em causa a extrema antiguidade da Terra só pode estar errada.

 

DA  ANTIGUIDADE DA TERRA À ANTIGUIDADE DO COSMOS

Como se  vê, quem partir de premissas naturalistas tem forçosamente que concluir pela  evolução cósmica e biológica aleatória e pela antiguidade da Terra. Isto  significa que todas as evidências têm necessariamente que ser seleccionadas,  interpretadas e organizadas de uma forma que corrobore a evolução aleatória e a  extrema antiguidade da Terra. Uma das estratégias interpretativas consiste no  recurso a premissas uniformitaristas, em domínios como a erosão, a deposição de  sedimentos, a deslocação de placas tectónicas, o decaimento de isótopos, a  velocidade da luz, etc., quando isso possa ser utilizado para corroborar a  antiguidade da Terra. Se não for esse o caso, abandonam-se convenientemente as  premissas uniformitaristas, como sucede em domínios como a recessão da Lua, o  decaimento do campo magnético da Terra, a difusão de hélio para a atmosfera, a  deposição de sedimentos nos oceanos ou a estatística populacional. É que, nestes  casos, as premissas uniformitaristas conduziriam a uma idade recente da Terra,  resultado inaceitável à partida, porque incompatível com a evolução das espécies  e a ideologia naturalista que lhe subjaz. Como veremos adiante, estas e todas as  demais evidências só podem ser interpretadas de acordo com métodos que garantam  plausibilidade à evolução naturalista.

Se a  Terra é extremamente antiga, então o sistema solar tem que ser ainda mais  antigo, o mesmo acontecendo, sucessivamente, com a Via Láctea e as demais  galáxias. Também isto decorre logicamente das premissas naturalistas, à margem  de qualquer investigação científica. Com efeito, se Terra é extremamente antiga,  então o sistema solar, a Via Láctea e todo o Universo têm necessariamente que  ser muito mais antigos, com pelo menos vários biliões de anos. Assim tem que ser  necessariamente, de acordo com as premissas naturalistas, com a evolução cósmica  e biológica aleatória e com a necessária antiguidade da Terra. É que só uma  intervenção sobrenatural poderia determinar um estado de coisas diferente e essa  intervenção sobrenatural está excluída à partida.

Tanto  basta para afirmar que a evolução aleatória das espécies e a extrema antiguidade  da Terra e do Universo não são o resultado de uma análise científica objectiva  dos factos, imposta necessariamente pelas observações empíricas, antes são a  consequência necessária e inelutável da adopção a priori de premissas  naturalistas, uniformitaristas e evolucionistas para definir os objectivos, os  métodos e mesmo os resultados admissíveis da ciência.

Assim, a  evolução aleatória e a extrema antiguidade da Terra e do Universo, mais do que o  produto da investigação científica, são corolários lógicos, mecânicos,  automáticos e inescapáveis da ideologia naturalista. Não existe qualquer  alternativa científica àquilo que foi previamente estabelecido pelas premissas  naturalistas. Só os mais ingénuos, do ponto de vista epistemológico, é que ficam  surpreendidos pelo facto de “ciência” confirmar sistematicamente essas  premissas, em todas as disciplinas. Só o pode fazer, não é? Se não o fizer deixa  de ser ciência, na medida em que introduz elementos não aleatórios ao processo,  os quais remetem logicamente para uma inteligência sobrenatural. Toda a ciência,  em todas as suas disciplinas, traz o naturalismo pré-incorporado. Toda ela está  programada, de origem, para validar a evolução e a antiguidade da Terra e do  Universo.

 

A CIÊNCIA  COMO VALIDAÇÃO DO NATURALISMO

Como se  vê, as regras do jogo naturalista determinam não apenas o modo como o “jogo”  científico é jogado, mas o próprio resultado do jogo. Os resultados da  investigação científica já estão pré-determinados antes mesmo de essa  investigação ter começado. Isto significa que não é necessária qualquer  investigação científica para concluir pela teoria da evolução aleatória e pela  antiguidade da Terra. Basta adoptar premissas naturalistas.  As mesmas  encarregam-se de conduzir inelutavelmente o cientista à conclusão de que a  evolução aleatória e a antiguidade da Terra são correctas. O sistema de  validação científica pelos pares tem por base controlar o naturalismo das  premissas, dos métodos e dos resultados. O “verdadeiro cientista”, por definição  um naturalista, não tem qualquer alternativa senão confirmar as premissas  naturalistas e os “factos” que elas estabelecem.

Assim é,  porque toda a evidência terá forçosamente que ser interpretada de acordo com  essas premissas, sob pena de sair fora da ciência naturalisticamente definida.  Isso, mesmo quando se trate de evidência possa, a primeira vista, atentar contra  essas premissas. É o caso, por exemplo, da inexistência de uma fonte primordial  de energia, da extrema complexidade do DNA, da manifesta impossibilidade física  de o DNA surgir por acaso, da existência de C-14 em rochas e fósseis datados de  milhões de anos, da evidência de catastrofismo nas formações rochosas, da  retenção de hélio nos cristais de rochas graníticas, das grandes disparidades na  datação do decaimento radioactivo, do decaimento do campo magnético da Terra, da  recessão da Lua, das taxas de deposição de sedimentos nos oceanos, da  estatística populacional, da idade recentíssima das civilizações mais antigas ou  da recente observação de hemoglobina e tecidos moles em ossos não fossilizados  de dinossauro.

Também  todas essas evidências têm que ser interpretadas de acordo com o único modelo  admissível – o da evolução naturalista ao longo de milhões de anos – porque só  essa solução é considerada cientificamente correcta. Assim é, mesmo que isso  obrigue a aceitar milagres matemático-probabilísticos, envolvendo probabilidades  infinitesimais, como sejam os respeitantes ao surgimento casual de uma célula  (probabilidade estimada de 1 em 1 x 10 ^ 57800) – com os seus biliões de  componentes – ou mesmo de uma simples proteína funcional (probabilidade estimada  em 1 em 1x 10 ^ 191). Em qualquer outro domínio, estas probabilidades seriam  muito mais do que suficientes para que se considerasse um evento impossível. Mas  não na ciência naturalista. Aqui as mesmas demonstram a ocorrência dos eventos a  que se referem.

Eis a  razão pela qual é impossível refutar cientificamente a evolução. Mesmo num  debate entre 10 criacionistas e 1 evolucionista este acabaria sempre por vencer  o debate, se e enquanto a ciência fosse definida em termos exclusivamente  naturalistas. Mas, como bem se depreende, não o vencia por ter exposto os  melhores argumentos ou mostrado as evidências mais sólidas, mas apenas por causa  do automatismo tautológico da regra “garbage in, garbage out”  (naturalismo “in”, evolucionismo “out” / evolucionismo “in”, extrema antiguidade  da Terra “out”). Se a ciência é definida em termos naturalistas, então só a  evolução aleatória e a extrema antiguidade da Terra e do Universo são  compatíveis com ela.

Assim  sendo, os fósseis e as rochas têm que ser obrigatoriamente interpretados de  acordo com a teoria da evolução aleatória. Se, por acaso, o registo fóssil não  demonstrar evolução gradual, então isso só pode significar que a evolução  ocorreu por saltos. A esta luz, a proliferação de fósseis vivos,  fósseis  polistráticos ou fósseis em posição anómala é vista como uma mera curiosidade  sem grande relevo, insusceptível de abalar a crença evolucionista. Do mesmo  modo, as semelhanças e as diferenças entre animais só podem ser interpretadas de  acordo com a evolução. Se existem semelhanças genéticas entre duas espécies  animais, fala-se em homologia e “prova-se” dessa forma evolução. Se existem  diferenças genéticas estruturais entre dois órgãos funcionalmente idênticos de  espécies distantes entre si, fala-se em “evolução convergente” e “prova-se”  também assim a evolução.

De uma  forma e de outra “prova-se” sempre a evolução. Porquê? Porque a sua veracidade e  indiscutibilidade é estabelecida a priori pelas premissas naturalistas Em  todos os casos, como se vê, os dados observados nunca podem ser interpretados  como pondo em causa a evolução, na medida em que isso iria contra as premissas  naturalistas que definem o método científico a priori e colocaria o  observador fora do domínio da ciência.

Mesmo as  mutações pontuais, que são consabidamente cumulativas e degenerativas, têm que  ser forçosamente interpretadas de acordo com a evolução aleatória. Assim é, não  tanto porque esteja cabalmente demonstrado que as mesmas acrescentam informação  complexa e especificada ao genoma ou que sejam maioritariamente benéficas para  os indivíduos e para as populações, mas apenas porque as mesmas são aleatórias,  tendo pelo menos isso em comum com a aleatoriedade que caracteriza o processo  evolutivo.

O facto de  as mutações serem maioritariamente deletérias e não acrescentarem informação  nova ao genoma (para além da recombinação, troca ou inserção de informação  genética pré-existente) é mascarado, pelo naturalismo, através do invariável  apelo a um processo de milhões de anos de mutações que ninguém pôde observar.  Pode facilmente, e sem muita imaginação, inventar-se uma qualquer “história da  carochinha” ou do “sapo que se transforma em príncipe” para tentar “demonstrar”  que, ao longo de milhões de anos, uma sucessão de mutações maioritariamente  deletérias acabou por construir, contra todas as probabilidades, um organismo  inovador, pleno de complexidade especificada e integrada e capacidade de  adaptação ao meio. Felizmente para os naturalistas, ninguém pode refutar isso.  Em primeiro lugar, porque ninguém estava lá para ver se isso aconteceu ou não.  Em segundo lugar, porque se o tentasse fazer estaria a por em causa em causa o  dogma naturalista da evolução aleatória, colocando-se, ipso facto, fora  do “cientificamente correcto”.

Também a  especiação, alopátrica ou simpátrica, e a selecção natural têm forçosamente que  ser interpretadas e integradas de acordo com o modelo evolutivo. Isto, apesar de  em caso algum criarem informação genética nova, que codifique novas estruturas e  funções, limitando-se a operar sobre informação genética pré-existente, a qual  vai ficando cada vez mais especializada. Mas qual era realmente a alternativa?  Se o único modelo compatível com as premissas naturalistas adoptadas à partida é  a evolução cósmica e biológica aleatória (porque exclui a criação sobrenatural)  e se a extrema antiguidade da Terra é necessária para conferir alguma  credibilidade a esse processo, segue-se que todos os fenómenos naturais têm que  ser interpretados em conformidade com esse modelo pré-estabelecido, na medida em  que é o único cientificamente admissível.

Assim tem  que ser, mesmo que permaneçam sérias dúvidas sobre se as mutações aleatórias e a  selecção natural realmente criam informação nova no genoma, capaz de codificar  estruturas e funções completamente inovadoras e mais complexas. Mais uma vez, o  apelo a hipotéticos milhões de anos não observados por ninguém serve para  tranquilizar essas dúvidas. O tempo surge assim como uma espécie de tapete para  debaixo do qual são remetidas todas as dúvidas.

O tempo e  o acaso são dotados, pelo pensamento naturalista, de propriedades milagrosas,  com base nas quais tudo passa a ser possível, mesmo que seja manifestamente  contrário às leis da física e da biologia. Mesmo eventos que tenham como único  fundamento probabilidades infinitesimais, como o surgimento acidental de uma  proteína funcional ou de uma célula, passam a ser não apenas possíveis,  prováveis, altamente prováveis ou certos, mas até necessários e mesmo  inevitáveis. Naturalismo oblige!

 

A  UNILATERALIDADE IDEOLÓGICA DO NATURALISMO

Como se  vê, todo o edifício aparentemente sólido da ciência evolucionista mais não é do  que um resultado circular e tautológico da adesão a uma mundividência  naturalista que, a priori, de forma unilateral e ideológica, determina os  objectos, os métodos e até os resultados “cientificamente correctos”, antes  mesmo de o trabalho científico iniciar. Na verdade, este quase que poderia ser  considerado supérfluo, na medida em que só pode servir para validar as premissas  naturalistas aceites à partida e nunca para as pôr em causa.

A teoria  da evolução é essencialmente ideologia e, à partida, uma ideologia anti-teísta.  A mesma é um elemento essencial de uma particular visão do Universo, em que Deus  é colocado de fora por uma determinação humana. A evolução não apenas é  indissociável de premissas naturalistas, como é estabelecida por elas à margem  de qualquer investigação científica, juntamente com os seus corolários da  antiguidade da Terra e do Universo.

Aquilo que  muitos pensam ser o resultado da investigação científica é, no fundo, um  conjunto articulado e consistente de axiomas, princípios e corolários  naturalistas, auto-subsistentes, que são utilizados como grelha de observação,  análise e interpretação do mundo material. É tudo uma questão de “óculos”  mundividenciais. Os factos não falam por si, eles são interpretados de acordo  com pressuposições a que previamente se aderiu de forma fideísta. As rochas, os  fósseis, os isótopos, as mutações, a selecção natural são incapazes de dizer o  que quer que seja, carecendo de interpretação. Esta realidade tem importantes  implicações epistemológicas e metodológicas, entre as quais destacamos.

Em  primeiro lugar, todo o conhecimento científico é fortemente condicionado por  pressupostos mundividenciais, mais ou menos conscientemente interiorizados,  particularmente quando trata das origens não observadas do Universo, da Vida e  do Homem. A teoria da evolução é essencialmente mundividência e não ciência.  Ensinar a evolução é, acima de tudo, ensinar uma mundividência.

Em segundo  lugar, a menos que se abandonem as premissas naturalistas, não é possível  refutar a teoria da evolução cósmica e biológica aleatória e o seu corolário  obrigatório da antiguidade da Terra e do Universo.

Em  terceiro lugar, se alguém quiser discernir a obra de Deus na natureza tem  forçosamente que aceitar, a priori, a possibilidade da existência de Deus  e da sua obra na natureza, rejeitando as constrições epistemológicas e  metodológicas do naturalismo.

Em quarto  lugar, qualquer crente em Deus que queira realmente conhecer respostas mais  concretas sobre a origem, a natureza, o sentido e o destino do Universo, da Vida  e do Homem, não tem outra alternativa se não aceitar, pela fé, a autoridade  última da Sua Palavra e deixar-se conduzir por ela na análise e interpretação  dos dados empíricos.

É por isso  que a Bíblia afirma que o reconhecimento de Deus é o princípio de toda a  ciência. Na Bíblia a existência de Deus nunca é demonstrada. A mesma é  considerada um dado axiomático. No Génesis diz-se, de forma categórica: “no  princípio, Deus criou os céus e a Terra”. Não existe qualquer maneira de  demonstrar a verdade ou a falsidade desta afirmação através da observação e da  experimentação científica. Todavia, o Universo pode ser interpretado a partir  dessa afirmação ou contra ela. Não existe outra alternativa, ou uma maneira  neutral e objectiva de conhecer o mundo. Para a Bíblia, a verdadeira ciência só  pode começar e acabar no LOGOS divino, Jesus Cristo, o Alfa e o Ómega. Jesus  disse: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a  porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”. Creio firmemente que  estas palavras se aplicam também à nossa visão do Universo.

 

Jónatas E. M. Machado

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