“… os que destroem a terra”

SamuelPinheiro 3“Chegou o momento de destruíres aqueles que destroem a Terra!” (Bíblia Para Todos)
“E tu destruirás todos aqueles que têm causado devastação na Terra.” (O Livro)
“… e destruir os destruidores da terra.” (A Mensagem)

Este é um aviso solene no último livro da Bíblia no livro do Apocalipse (11:18). A ganância dos homens e a sua rebeldia estão a ameaçar não apenas a sobrevivência da humanidade, mas do planeta terra. A terra geme por causa do pecado e aguarda com expetativa a revelação dos filhos de Deus (Romanos 8:18-25) que terá lugar quando Jesus retornar em glória – esta é a nossa bendita esperança e expetativa, que não nos faz cruzar os braços, mas agir respeitando o Criador e a Sua criação. Pode parecer que a nossa atuação distinta se perde no meio dos atentados gigantescos contra a criação, mas muitas pequenas ações fazem uma grande diferença!
A Bíblia tem um sério aviso em relação aos que fazem mal à terra – criação de Deus. Certamente que o texto não se limita apenas à questão ecológica, mas tem um sentido mais amplo em relação a toda a maldade, imoralidade, violência, guerra, opressão, exploração, etc. Mas não podemos nem devemos fugir às responsabilidades que nos são requeridas de cuidar dos recursos que Deus colocou ao nosso cuidado e gestão. Não somos donos de nada. Apenas somos depositários, mordomos, gestores dos bens que Deus criou para nosso satisfação e prazer. Não de um grupo reduzido, de uma elite, de uma minoria. As provisões de Deus são para todos sem diferença de raça, de capacidade ou competência. Exige-se trabalho e esforço, mas não existe base na diferença de competências para empurrar a esmagadora maioria para uma situação de pobreza ou miséria.
A rebeldia do homem em relação ao seu Criador, a sua desobediência, o seu descaso em relação não apenas à existência, mas à natureza e essência do ser divino, provocaram um desastre transversal que atinge também a natureza.
Existe uma radical diferença entre cuidar da terra por razões de mero egoísmo relacionadas à nossa subsistência, por razões de ordem religiosa que adora a mãe natureza e as forças cósmicas em que deus é tudo e tudo é deus, e o cuidado e preservação dos recursos naturais e da criação porque ela é obra do Deus pessoal trino (Pai, Filho e Espírito Santo), que nos criou com a incumbência de sermos seus cuidadores. Não cultuamos a terra mas o Senhor da terra. Não servimos a terra mas o Senhor da terra. E até quando somos incentivados a servirmo-nos uns aos outros, é como serviço a Deus. Ele é Aquele que coloca o foco em tudo o que fazemos, e quando de certo até realizamos com perda de valor, porque deslocámos a centralidade de Deus para nós mesmos, para os outros, para a criação e para os bens materiais. Deus é o Senhor de tudo, nada sai fora da sua jurisdição.
Durante muito tempo alguns textos bíblicos escatológicos, respeitante ao fim do atual sistema e era, não faziam muito sentido e até podiam ser tidos como exagerados. Para que seria necessária uma purificação da terra utilizando termos fortes e radicais como os do fogo (2 Pedro 3:10-13). Hoje que temos conhecimento de uma parcela muito pequena da contaminação que o homem tem provocado nos mares, nos ares e na terra, as toneladas de lixo que são lançadas para o espaço, que são armazenadas nos mares e enterradas no solo ou colocadas a céu aberto, é suficiente para confirmarmos a razão da Bíblia e é mais uma razão, entre muitas outras, para acreditarmos que ela é a Palavra de Deus.
O fato de fazer parte das nossas convicções a certeza de que Deus fará novos céus e nova terra e limpará e recriará (não apenas um mero processo de reciclagem em que porventura se recupera o que continua contaminado), não é premissa para darmos largas ao nosso descaso e contribuirmos para a degradação do meio ambiente. Cuidemos da criação em nome do Criador!

Samuel R. Pinheiro

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