O DIA EM QUE A MORTE MORREU

O DIA EM QUE A MORTE MORREU
2018julho21 Casamento Ana
Samuel R. Pinheiro
Foi o nosso poeta Luís Vaz de Camões que cantou os que da lei da morte se vão libertando. Esta é uma imortalidade que depende dos feitos realizados, tidos em consideração e perpetuados por um povo e por uma cultura que formam a identidade de uma nação. Depende da memória das pessoas. As opiniões podem de um momento para o outro alterarem-se. De heróis podem passar com uma rapidez vertiginosa a vilões. Para o comum dos cidadãos o rasto não ultrapassa uma geração. Os netos terão uma vaga ideia dos seus avós e nenhuma dos bisavós, se é que alguma vez os conheceram.
O ser humano desde a sua origem que mostra evidências de sobejo que na sua alma radica a sede da imortalidade, porque na verdade, segundo o relato da Bíblia, ele não foi criado para a morte mas para a vida. É nisto que radica a consequência do que ela designa de PECADO! A consequência do pecado é a morte! Morremos porque herdamos uma natureza corrompida, avariada, distorcida. Não correspondemos à criação original. Temos saudades dela, apesar de não a termos conhecido. Interiormente sabemos que não fomos criados para isto! Para esta condição em que nos encontramos!
As cerimónias fúnebres acompanham-nos desde que somos homens, e nisto até a ideia da evolução e o que considera serem as marcas do homem, apelam para os vestígios dessas exéquias. Nesta corrida por uma imoralidade mortal, passe a contradição, chegam-nos vestígios imponentes, como é o caso das pirâmides no Egito, que investia somas milionárias e o esforço do trabalho escravo de milhares na construção de espaços para a vida futura. Esforços inúteis! Cada civilização tem as suas marcas desta natureza.
A morte é o grande inimigo! A ciência debate-se em afastá-la o mais possível! Mas as estatísticas continuam empatadas: todos os que nascem, morrem! Há apenas uma exceção segundo a Bíblia – JESUS CRISTO, esse personagem único e singular que divide a nossa história. O foco central do Novo Testamento que nos narra a presença do Filho de Deus entre nós e o arranque da Igreja, é a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Leia-se o livro histórico dos Atos e verificaremos isso mesmo. Uma morte injusta do lado da humanidade e uma morte justificadora do lado de Deus para com essa mesma humanidade. No Justo somos feitos justos. Naquele que morreu pelos nossos pecados, morremos para esse mesmo pecado. Naquele que venceu a morte ressuscitando, temos a nossa ressurreição para uma nova vida em santidade, perfeitos no desígnio do Criador para nós. Naquele que ressuscitou temos a garantia da ressurreição de todos os que Nele confiam, dependem e obedecem.
No dia em que Jesus morreu a morte foi vencida porque o pecado que lhe dá origem e suporte foi banido. Não mais a morte espiritual eterna de separação de Deus – o inferno! Deus estende-nos pela Sua graça a vida eterna que começa desde logo aqui e continua para sempre – o céu! Esse foi o dia em que a morte morreu, e a ressurreição de Jesus é a evidência por excelência desse facto insuperável da história dos homens. Não foi a ida à lua ou outra qualquer proeza humana realizada ou ainda a realizar, que é ou será o ponto culminante da história. Esse facto decisivo da história de cada ser humano é a morte e ressurreição de Jesus.
O Novo Testamento oferece de bandeja o argumento que destruiria pela base o cristianismo. É o apóstolo Paulo que o aponta: “E se Cristo não ressuscitou então a vossa fé é inútil e vocês ainda estão sob a condenação por causa dos vossos pecados.” (1 Coríntios 15:17 – OL). Como refere um dos mais destacados apologetas da atualidade: Michael Green aborda bem a questão: “O cristianismo não sustenta que a ressurreição seja um dentre vários sistemas de crença. Sem a fé na ressurreição não existiria cristianismo algum. A igreja cristã jamais teria começado a existir; com a execução de Jesus, o movimento daqueles que O seguiam ter-se-ia extinguido tal como uma fogueira alimentada com lenha molhada. O cristianismo permanece em pé ou cai juntamente com a verdade da ressurreição.” (MCDOWELL, Josh; Evidência que Exige um Veredicto; pp. 232). Outro apologeta falecido recentemente acrescenta: “Diferentemente da maioria das outras visões de mundo religiosas, o cristianismo está construído sobre factos históricos e, portanto, pode ser tanto provado quanto negado pela investigação histórica. O problema para os cépticos e os críticos é que toda evidência histórica aponta para a ressurreição de Jesus. As pessoas que viveram em Jerusalém naquela época – algumas das quais adorariam ter encontrado o corpo de Jesus e tê-lo exibido pela cidade – não puderam encontrá-lo e, na verdade, admitiram que seu túmulo estava vazio. Desde então, nada foi encontrado. Se, depois de 2 mil anos de procura, ninguém pôde encontrar os restos mortais de Jesus ou erros reais na Bíblia, não é bastante possível que realmente eles não existam? Quando um caso pode ser encerrado com certeza? Se não for depois de 2 mil anos, então quando?” (Não Tenho Fé Suficiente para Ser Ateu, Norman Geisler & Frank Turek; S. Paulo, Editora Vida, 2006, pp. 385)
Se ainda antes de a Igreja ter nascido no dia de Pentecostes os religiosos judeus tivessem apresentado os restos mortais de Jesus expondo-os publicamente, o cristianismo teria morrido nesse mesmo dia e a Igreja nem sequer teria visto a luz do dia. Porque é que não o fizeram? Porque não tinham o corpo, nem tinham possibilidade de o ter. Os religiosos sabiam do embuste que tinham criado com a escolta romana que tinha sido montada de guarda ao Jesus morto. Coisa estranha essa de tentar guardar um morto. Talvez não tão estranho assim porque os religiosos conheciam a declaração de Jesus de que voltaria à vida, e estavam mias crentes do que os próprios discípulos. Só que os valentes soldados romanos que conheciam todos os segredos estratégicos militares e as consequências de quem falhasse no seu posto, nada podiam contra o poder de Deus! Tanto os religiosos como os políticos e o povo em geral falharam, desconhecendo o poder de Deus! O mesmo Deus que manifestou o Seu poder entre os homens com um destaque especial para a abertura do Mar Vermelho na libertação do povo de Israel no seu êxodo a caminho da Terra Prometida, e passando por algumas ressurreições ao longo da história deste povo, ressuscitou o Seu Filho!
Não existe qualquer objeção à ressurreição de Jesus Cristo para quem acredita na existência de um Deus pessoal. Não existe qualquer objeção à existência de Deus para quem analisa com cuidado e isenção a vida de Jesus Cristo. Como Norman Geisler indica numa das suas obras mais conhecidas: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”. Para mim e para uma multidão incontável de crentes é mais fácil acreditar nos milagres que Jesus Cristo realizou do que acreditar que tudo o que existe surgiu do nada pela ação do nada ou pela intervenção única e simplesmente da matéria e da energia! Hoje em dia penso que os próprios cientistas não acreditam em semelhante e inverosímil hipótese e estão mais dispostos a aceitar que a própria matéria e energia tenham incorporada uma inteligência impessoal. Só que nós somos pessoas com consciência de nós mesmos e do que nos rodeia, pessoas que se perguntam e procuram respostas, pessoas que pensam e que descobrem. Essa inteligência é pessoal e entrou na nossa história, e tem um nome – JESUS, porque salvaria o Seu povo dos seus pecados. E foi isso mesmo que Ele fez ao morrer e ressuscitar!
De uma vez apareceu a mais de quinhentos irmãos o que Paulo refere no capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios, alguns deles já tinham morrido, mas a maioria ainda vivia. O próprio Paulo que tinha sido o mais acirrado inimigo de Jesus depois da Sua ascensão e da Igreja que explodia em Jerusalém e noutras paragens, experimentou uma conversão espantosa num encontro pessoal com Aquele que odiava e que julgava ser o maior de todos os embustes. “Eu sou Jesus a quem tu persegues”. Depois desse encontro tornou-se o mais influente comunicador do evangelho, plantador de igrejas, defensor da fé e alvo do ódio dos fariseus dos quais tinha feito parte e liderado contra o cristianismo!
Como escreveu o apologeta Paul Little: “Os homens estarão dispostos a morrer por aquilo que crêem ser verdadeiro, ainda que isso possa efectivamente ser falso. Todavia, eles não morrem por aquilo que sabem ser falso.” À exceção de João segundo a tradição, todos os apóstolos foram mortos por causa de Jesus, e a eles se juntam muitos outros que deram a sua vida no berço do cristianismo às mãos dos religiosos e dos agentes políticos, entre os quais o próprio apóstolo Paulo. Ao longo destes dois milénios todos os anos existem milhares de cristãos que são mortos pelo único crime de confessarem Jesus como Deus, Salvador e Senhor! Ainda hoje é assim! Em Jesus há uma vida que a morte não pode tirar! E esta vida também está à sua disposição tornando-se um seguidor de Jesus!
Samuel R. Pinheiro
www.jesus-o-melhor.com