QUE RESPOSTA?

QUE RESPOSTA?

RicardoRosa_3Ricardo Rosa

A Igreja enfrenta hoje um mundo complexo. A sociedade que Paulo, Pedro e João conheceram (ou melhor, as sociedades, pois os dois primeiros passaram por Jerusalém e Roma, pelo menos), são hoje uma espécie de revivalistas onde o avanço tecnológico impera e onde ainda se mantêm ligações às velhas crenças e fés. A sociedade em si, pode parecer à primeira vista, totalmente distinta. Há mais e melhores condições de vida, o analfabetismo é hoje muitíssimo mais baixo, a esperança média de vida aumentou, a “libertação” social da mulher ocorreu e a era do rompimento com os valores tradicionais impera.

Há sem dúvida uma mudança, mas será essa mudança a causa de uma diferenciação tão grande?
Será que Roma ainda é o “centro” do mundo?
E Jerusalém, será que ainda é o berço da fé cristã e o bastião do judaísmo?

Sim e não. Na verdade, existe uma transformação social, mas existe claramente uma espécie de procura inconsciente (?) do que eram os valores dessas mesmas sociedades. E é a isto que a Igreja hoje precisa de responder…

Que resposta daremos? Ou melhor, que perguntas nos são colocados e como nos vamos posicionar para responder?
As badaladas questões de género e sexo, o rompimento com o monoteísmo no qual Deus é o centro da vida individual e coletiva, questões chamadas “fraturantes” como a legalização ou a “oferta” de “serviços” como o aborto e a eutanásia, a legitimização da venda do corpo humano como ferramenta de prazer, a legalização do consumo de vários tipos de estupefaciantes… como vamos responder a tudo isso, sabendo que somos chamados a explicar as razões da nossa fé quando inquiridos (1ª Pedro 3:15)?

Por vezes, creio eu, somos idealistas e consideramos que explicar a fé que professamos, aquela que um dos irmãos do Senhor (Judas 1:3) apela a que seja motivo de combate (não bélico, mas espiritual), é uma fé triunfalista e igual à que estamos acostumados a ver em vários filmes de cariz “gospel”. Por outro lado, há quem faça da fé cristã uma fé económica e onde os “milagres” são comprados, onde a “maldição” é lançada sobre quem não contribui para a instauração do “reino” de um deus que é comercializado.

Que resposta damos, enquanto cristãos convictos e zelosos da graça e da fé, às questões que a sociedade nos coloca diariamente? Como manifestamos a graça e a irmandade em Cristo entre nós? Será que se Paulo hoje fosse vivo, não nos escreveria para colocar “em ordem”, vários dos nossos comportamentos? Procuramos nós imitar Cristo ou procuramos imitar uma falsificação de Cristo, ofertada por uma virtualidade assente em espiritualidade das redes sociais? As pregações no YouTube, os soundbyters nos tweets e os posts do Facebook e Instagram.

Como mostramos que somos sal e luz, quando deixamos a Igreja desvanecer na escuridão caótica que é a humanidade sem Cristo e onde Deus é tirado do centro, para ser substituído por todo o tipo de dependência e desejo? Com que moral criticamos o Israel resgatado da servidão do Egipto, quando cometem erros e desobedecem, se hoje tendo na mão as Sagradas Escrituras e sendo templos onde habita o Espírito Santo, não nos contemos em desobedecer e muitas vezes de modo premeditado, calculista e interesseiro?

Precisamos de regressar urgentemente ao modelo eclesiástico de Atos 2:42-47, onde todos tinham tudo em comum, onde a oração e o ensino estavam presentes e eram pilares da vida pública, de onde a Igreja nunca se deve ausentar ou permitir que seja forçada a sair? Num combate não com armas seculares ou ao estilo miliciano/revolucionário, mas numa atitude como aquela demonstrada pelo Senhor e por todos os mártires que têm dado a vida pela fé. Um combate espiritual e contra nós mesmos em primeiro lugar. O combate que o espírito trava contra o ego, a vontade de absentismo na comunhão dos santos, a ideia de meritocracia que se instaura no nosso ser, na qual por sermos XPTO consideramos que Deus e os outros nos devem vassalagem e subserviência…

Que resposta daremos a Deus, quando chorarmos lágrimas pelo afastamento e morte espiritual da nossa descendência, porque nos viu cansados, desgastados, irados, murmuradores, maquinadores de ruindade e antipatia? Que resposta daremos aos nossos filhos quando ouvirmos que o “nosso” Deus é um deus menor porque não cuidámos da nossa primeira igreja, a família, para nos gastarmos e deixarmos gastar enúmeras vezess dando pérolas a quem não as estima? Que resposta daremos aos divórcios, burnouts, afastamentos da vocação e outros tantos, que são vistos e que resultam tantas vezes da falta de ensino, discipulado, amor ao próximo, confissão, arrependimento ou recuperação?

Que resposta daremos a Jesus se Ele nos mostrar as mãos e o lado perfurados, questionando se a Sua morte e ressurreição não bastam para nos lançarmos diante de Deus em adoração, gratos por Ele mesmo ter solucionado o dilema caótico do pecado do Éden?

Afinal, quem somos nós? Somos aqueles que seguiram Jesus e vieram a Ele desde a Síria para O ver e ouvir (Mateus 5-7) ou somos como aqueles que clamaram ter curado e feito milagres no Seu nome, mas que na verdade desconheciam as Escrituras e o poder de Deus, não tendo sido transformados pela ação do Espírito Santo, mas desejando como Simão o Mago, pagar para ter o mesmo “poder”?

Quando se aproxima a celebração da natividade de Nosso Senhor, quem somos nós?

só JESUS / QUEM MUDOU MAIS O MUNDO?

só JESUS

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Nenhum de nós sabe quantos segundos, minutos, horas ou dias vai viver neste planeta e nesta caminhada. Importa que retiremos o melhor da existência em cada segundo, minuto, hora ou dia. Não falo de quantidade… falo de qualidade! O meu testemunho pessoal é que o melhor da vida se vive em JESUS e através de JESUS, que nos apresenta o Pai e o Espírito Santo na Sua vida e que será enviado, e dá testemunho das Escrituras de Génesis a Apocalipse, do primeiro ao último livro. O melhor da vida vive-se no Criador da vida e em Quem é a própria vida, como JESUS declarou: “Eu sou a vida”. Não apenas Quem dá vida, mas a própria vida. Pessoalmente não estou interessado numa filosofia, numa religião, numa ideologia, até mesmo numa ética ou moral, antes de tudo o mais é a pessoa de JESUS que me atrai, seduz, convoca, desafia… e n’Ele temos a essência para a qual fomos criados, e o caminho para chegar lá… Ele disse: eu sou o caminho. Dessa essência decorre a ética e a moral, as escolhas e as decisões, a consciência e a vontade. Muito mais do que regras, mas a natureza…

 

Podemos perguntar como isso é possível na medida em que JESUS já não está aqui connosco fisicamente. A realidade espiritual é tão presente como a realidade física, emocional, afetiva, mental, da consciência e da vontade. Na Bíblia, particularmente no Novo Testamento e nos 4 evangelhos que o abrem, temos uma apresentação histórica da Sua pessoa e do Seu ensino, bem como do modo como morreu e das testemunhas oculares que O viram vivo. Seguindo os Seus ensinos encontramos a vida que Ele mesmo é. Uma nova vida que é chamada de eterna porque começa aqui e nunca mais acaba em extensão e qualidade. Depois Jesus prometeu que enviaria o Espírito Santo que nos ilumina para compreendermos a pessoa e o ensino de JESUS, e experimentarmos a mudança sobrenatural que Ele veio alcançar para todos os que O recebem. A vida de JESUS não é para ser vivida a sós, mas na igreja que Ele veio implantar e da qual é fundamento. Cada igreja local é uma comunidade e uma família, um templo no qual Deus habita, assim como cada um de nós habitado pelo Espírito. Em tudo nessa vida nova o Pai envolve-nos com o Seu carinho.

 

Em nenhuma outra pessoa encontramos a melhor origem, as melhores segundas oportunidades, o melhor processo, o melhor modelo, o melhor coach, o melhor suporte, o melhor amparo, o melhor estímulo, a melhor motivação, o melhor projeto, a melhor integração entre todas as dimensões do nosso ser, o melhor fim e a melhor nova era. Começar com Deus e continuar com Ele por toda a eternidade, através de JESUS, a única “ponte” que nos leva ao Pai. “Ninguém vem ao Pai”, diz JESUS, “senão por mim”. Não se trata apenas de ir a Deus, mas de ir ao Pai (João 14:6) e de receber o Espírito Santo (João 15:26).

 

Saborear a vida inclui os sabores dos relacionamentos, do afeto e do carinho, da atenção e do cuidado, da presença com palavras e em silêncios… sabores acres das tempestades, das provações, dificuldades, conflitos, desalentos, abandonos… sabores da natureza e dos seus múltiplos odores; das artes que recriam o mundo à nossa com a criatividade e a inovação, a individualidade de cada artista, das cores, das técnicas… os sabores da gastronomia…

 

Não vivemos para comer ou beber, nem para outros prazeres, mas vivendo JESUS apreciamos cada uma dessas dádivas divinas, colocando-as no devido lugar, e integrando-as no mistério da criação em que não percebemos tudo. Não temos efetivamente de perceber tudo, mas isso não nos impede que tentemos perceber o mais possível, definindo e redefinindo o nosso saber!

 

Não sei quando será o último abraço, o último olhar apaixonado, a última irritação… não sei quando será o último texto e é por isso que o sentido de urgência me obriga a mostrar JESUS em tudo, porque Ele de facto faz parte de tudo como Criador e Redentor, Filho de Deus e Irmão de uma multidão incontável de irmãos, feitos n’Ele filhos de Deus.

 

Esse sentido de urgência tem de ver com tirar o melhor partido da vida em tudo, mas esperar o ainda melhor de tudo na eternidade! Um dia destes sei que vou morrer, mas isso não me amedronta, porque vivo a minha vida diária com Aquele que ressuscitou e venceu a morte. Uma vez mais digo que o meu testemunho pessoal evidencia que JESUS integra toda a minha pessoa: espírito, emoções, afetos, vontade e corpo, e sublima o seu todo no tempo e para a eternidade.

 

A única forma de saber é conhecer e experimentar… ler os evangelhos e todo o Novo Testamento em primeiro lugar, e todas as restantes Escrituras sempre à luz da pessoa de JESUS!

 

O apóstolo Paulo escreve inspirado pelo Espírito Santo: E se a nossa esperança em Cristo é unicamente para esta vida nós somos as pessoas mais miseráveis no mundo.” (1 Coríntios 15:19 – O Livro).

 

A minha vida não tem sido propriamente um mar de rosas, ou se o tem sido tem tido alguns espinhos. Luto há cerca de 20 anos com uma doença oncológica. Conheço o sofrimento, os medos, ansiedades, depressões, angústias… mas aprendi que Deus nos salva nas e das situações. Já experimentei as duas realidades. Já vi milagres na minha vida e da minha família! O nascimento da minha filha é um deles. Um acidente na Serra da Estrela em que o carro em que viajávamos em família capotou e ficou entalado entre um penedo e uma árvore secular, com o tejadilho rasgado longitudinalmente por uma laje granítica de águas pluviais, e do qual saímos ilesos. Durante a minha infância e adolescência diversas vezes corri risco de vida como asmático.

 

Nunca encontrei melhor proposta do que JESUS… Ele não tem comparação… as Suas exigências são absolutas… o Seu amor e perdão são incondicionais no quadro do arrependimento e conversão…

 

UM SÓ DEUS. Se na parte da Bíblia anterior ao nascimento de Jesus, denominada de Velho ou primeiro Testamento, ou Escrituras hebraicas (depende da nomenclatura), encontramos a revelação de um só Deus desde a abertura no livro de Génesis, e também evidências das três pessoas divinas – Pai, Filho e Espírito Santo, no Novo Testamento essa revelação é clara. Na vida de Jesus temos então a evidência da presença e ação conjunta do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem, declara que ninguém vem ao Pai senão por Ele e que quem O vê, vê o Pai (João 14:6,9); e lendo o profeta Isaías na sinagoga de Nazaré sobre Si assume o cumprimento profético: o Espírito do Senhor está sobre mim (Lucas 4:16-21).

 

“INTÉRPRETE” DIVINO como cem por cento Deus e cem por cento Homem, Jesus mostra-nos quem Deus é, leva-nos ao Pai e dá-nos o Espírito Santo. Na mesma pessoa coabitam a essência divina e a humana enquanto Deus feito Homem, e assim podemos simultaneamente conhecer ambos – o Criador e a criatura (não criada mas gerada pelo Espírito Santo). A origem do desastre humano começa em considerar que Deus é mentiroso, inimigo do homem e da sua felicidade, um obstáculo ao seu desenvolvimento e crescimento. Em Jesus encontramos a harmonia entre o Criador e a criatura, entre Deus e o Homem. Jesus reconcilia o homem e/com Deus. A mentira do diabo que cria o inferno acabou. Jesus disse de si mesmo – eu sou a verdade! A mentira foi desmentida em e por JESUS! Uma vez mais não falo de religião, de ideologia, filosofia… falo de JESUS, de quem Ele é, de como viveu, do que ensinou, da razão pela qual morreu, de que ressuscitou e prometeu voltar, e do modo como Ele nos chama para vivermos de acordo com essa nova realidade que veio trazer, para fazer a diferença agora, esperando uma nova ordem fundada n’Ele e sob o Seu governo de amor, liberdade, verdade, graça e santidade!

 

NOME MAIOR. A revelação do Espírito Santo sobre Jesus Cristo assevera de modo taxativo, sem qualquer hipérbole, que o nome de JESUS é inigualável e insuperável. A primeira declaração é encontrada nos lábios do apóstolo Pedro, quando ele e João foram presentes ao Sinédrio, o tribunal religioso judaico, por causa da cura de um coxo de nascença à porta do templo, chamada Formosa; e no escrito que Paulo dirigido pela primeira vez à igreja em Filipos:

Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Líderes e anciãos do povo: se se referem ao bem praticado naquele coxo que foi curado, deixem que vos diga claramente, a vós e a todo o povo de Israel que tal ato foi feito em nome e pelo poder de Jesus de Nazaré, o Cristo, o homem que crucificaram, mas que Deus ressuscitou. É pela sua autoridade que este se encontra aqui curado! Pois Jesus é: ‘A pedra que vocês, os construtores, rejeitaram veio a tornar-se a pedra fundamental do edifício!’

Em mais ninguém há salvação! Debaixo do céu não há outro nome que as pessoas possam invocar para serem salvas.” (Atos 4:8-12 – O Livro)

 

Que haja em vocês a mesma atitude que houve em Cristo Jesus. Sendo por natureza Deus, no entanto, não reivindicou para si o ser igual a Deus, mas desfez-se das suas regalias próprias, assumindo a forma de um escravo e a semelhança humana. E, encontrando-se nessa condição, humilhou-se a ponto de se sujeitar voluntariamente à morte; não a uma morte vulgar, mas à morte da cruz. Por isso mesmo, Deus o elevou às posições mais altas e lhe deu um nome que é superior a todos os nomes, de tal forma que, em honra desse nome, virão a ajoelhar-se todas as criaturas tanto no céu, como na Terra, como ainda debaixo da Terra. E todos, igualmente, reconhecerão que Jesus Cristo é Senhor, o que será mais uma glória para Deus, o Pai! (Filipenses 2:5-11 – O Livro)

 

SERVO. Se há algo que me impressiona em JESUS é a Sua afirmação de que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos. As palavras do Filho de Deus acontecem depois de um pedido inusitado de Salomé, irmã de Maria, mãe de Jesus, relativamente aos seus filhos Tiago e João, primos de Jesus, que irritou os restantes discípulos: Quando os outros dez discípulos souberam disto, ficaram indignados com os dois irmãos. Mas Jesus reuniu-os e disse: ‘Como sabem, os líderes entre os gentios dominam sobre eles e os grandes tratam-nos autoritariamente. No vosso meio, porém, não será assim. Quem quiser ser grande no vosso meio será vosso servo. E quem quiser ser o primeiro no vosso meio será como vosso escravo. A vossa maneira de proceder deve ser a mesma do Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgate de muitos.’” (Mateus 20:24-28 – O Livro). É bem conhecida a narrativa de JESUS a lavar os pés dos discípulos e a recusa pronta do apóstolo Pedro, ao que JESUS respondeu que se não o permitisse não teria parte com Ele. Terminado o momento a aplicação veio de seguida: Depois de lhes ter lavado os pés, tornou a vestir a túnica, sentou-se e perguntou-lhes: ‘Compreendem o que eu fiz? Chamam-me Mestre e Senhor, e fazem bem, porque é verdade. E uma vez que eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também devem lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo! Façam como eu vos fiz! É realmente como vos digo: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro maior do que quem o enviou! Agora que sabem estas coisas, serão felizes se as praticarem.’” (João 13:12-17 – O Livro)

 

DEUS MORREU. Gritava na praça o louco de Friedrich Nietzsche. Foi o princípio de um desastre que vem até aos dias de hoje e um dia destes vai terminar. Foi morto na natureza humana. O homem ficou corrompido na sua natureza recebida diretamente de Deus, em imagem conforme a semelhança. No tempo determinado pelo próprio Criador, JESUS veio. Veio para morrer, embora os homens o tenham morto, foi o próprio que deu a Sua vida. Em JESUS somos feitos filhos de Deus. Temos de volta a natureza divina, na qual fomos feitos participantes. Há uma parábola de JESUS que traduz em parte este drama histórico, em relação ao próprio povo de Deus e aos religiosos, que vai terminar num futuro que só o Pai conhece, conhecida como “a parábola dos rendeiros”:

E começou a contar ao povo a seguinte parábola: “Um homem plantou uma vinha, arrendou-a a uns lavradores e partiu em viagem por longo tempo. Na época devida, enviou um dos seus servos ir receber a sua parte da colheita da vinha. Os rendeiros, porém, espancaram-no e mandaram-no embora de mãos vazias. Então enviou outro, mas espancaram-no e trataram-no mal; espancado e insultado, viu-se expulso sem nada receber. Enviou ainda um terceiro homem; eles feriram-no e escorraçaram-no. Dizia o dono da vinha: ‘Que farei agora? Vou enviar o meu filho querido; certamente hão de respeitá-lo.’ Mas quando os lavradores viram o filho, disseram: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa!’ Arrastaram-no para fora da vinha e mataram-no. Que fará o dono da vinha? Digo-vos que virá e matará os lavradores e arrendará a vinha a outros.” “Esses homens nunca fariam uma coisas dessas!”, protestaram os ouvintes. Jesus olhou-os e respondeu: “Então que quererão dizer as Escrituras ao afirmarem o seguinte? ‘A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se a pedra fundamental do edifício!’ Quem tropeçar nessa pedra será feito em pedaços e aqueles sobre quem ela cair serão esmagados.” Os especialistas na Lei e os principais sacerdotes procuraram prendê-lo nesse preciso momento, pois perceberam que aquela parábola se referia a eles. Mas tinham medo do povo. (Lucas 20:9-19 – O Livro)

 

EU SOU DEUS.   “E para vos abrir completamente o meu coração, amigos meus, dir-vos-ei: Se existissem deuses, como suportaríeis não serdes Deus? Portanto não há deuses.”
(NIETZSCHE, Frederico. Assim Falava Zaratustra. Editorial Presença. Lisboa: 1978. p. 91). Falando de si mesmo penso que Nietzshe colocou o dedo na ferida da postura de muitos ateus, agnósticos e até indiferentes. Julgo que o também autor de “O Anticristo” conhecia o relato do livro de Génesis da tentação em que Adão, homem e mulher, soçobraram; e consigo arrastaram a humanidade. Mas não se pense que a culpa é só deles. De cada vez que desconsideramos os princípios éticos e morais em JESUS, caímos na mesma tolice. “Deus sabe muito bem que no mesmo instante em que comerem esse fruto os vossos olhos abrir-se-ão e, tal como Deus, serão capazes de distinguir o bem do mal!” (Génesis 3:5 – O Livro)

 

INTELIGÊNCIA vs ABSURDO. Para mim basta-me esta constatação.  A natureza teria sido muito cruel no processo evolutivo ao dar-nos uma inteligência, para chegarmos à conclusão de que nada disto faz sentido. O suficiente para acreditar em um Deus inteligente que se deu a conhecer pessoalmente em JESUS. Faz todo o sentido. Junto-me ao apóstolo Paulo quando escreve à igreja em Roma: Como a sua sabedoria e a sua inteligência são riquezas ilimitadas! Como é impossível entender as suas decisões, a sua maneira de agir! Pois ‘quem conheceu o pensamento do Senhor ou quem é o seu conselheiro?’ Alguém lhe terá dado primeiramente dádivas, de forma a esperar agora a retribuição? Com certeza que não, pois todas as coisas vêm dele! Tudo é por ele e para ele. Glória lhe seja dada para sempre! Amém!” (Romanos 11:33-36 – O Livro)

 

EXISTEM “NÓS” QUE SÓ JESUS É CAPAZ DE DESATAR. É certo que nenhuma religião nos pode dar a conhecer Deus. A imaginação humana não O alcança nem pode alcançar, embora nos possamos aperceber de que Ele existe, mesmo não sabendo quem Ele é. Basta-nos olhar para Jesus e ficamos a saber. Nunca O gastamos por muito que leiamos os quatro evangelhos e todo o Novo Testamento. Sei que é para muitos uma tarefa de gigantes ler toda a Bíblia ou até apenas o Novo Testamento, mas ganhe apetite e balanço começando pelo evangelho de João, o quarto. Não espere entender tudo, mas vai entender o suficiente, para receber o que sobre Ele João escreveu, e ao recebê-lo juntamente com a descrição e a narrativa joanina, a experiência pessoal subjetiva vai lançá-lo numa descoberta progressiva que nem a eternidade esgotará. Ponha em prática o que aprende, veja o resultado, e siga no processo de crescimento e desenvolvimento na confiança, dependência e obediência a JESUS.

 

SINCRETISMO RELIGIOSO. Uma salada de tentativas de para amordaçar Deus, de pô-lo dentro de uma caixa, de O manipular, de lhe impor os interesses do poder religioso e político. Qual a religião que se opõe ao sistema do poder instituído? Há duas formas de negar a Deus, torná-Lo um fantoche, manobrá-Lo, fazer d’Ele um moço de recados, atrelá-Lo aos interesses pessoais. Só que Deus é Deus e não deixou por mãos alheias a Sua revelação.

Anteriormente Deus falou aos nossos antepassados de muitas maneiras por intermédio dos profetas. Agora, nos tempos em que vivemos, falou-nos através do seu Filho, a quem deu todas as coisas e por meio de quem criou tudo o que existe. Este reflete a glória de seu Pai e é a imagem perfeita da sua pessoa. Ele mantém todo o universo pela autoridade da sua palavra. Tendo morrido para nos purificar da culpa dos nossos pecados, sentou-se à direita do Deus glorioso, nos lugares celestiais. (Hebreus 1:1-3 – O Livro).

 

A FÉ DESAFIA A CIÊNCIA. Jesus implantou o reino de Deus entre nós, o que é para nós impossível, é possível para Deus. Ele pode o que não podemos. Nele não há fragmentação entre o natural e o sobrenatural. O natural é um mistério, para mim um milagre. É só pensar em nós. Não nos entendemos e compreendemos em tudo o que somos mesmo na nossa dimensão física e biológica, mental, emocional, afetiva e volitiva e, no entanto, somos capazes de compreender e entender. A ciência ainda está longe de nos explicar. Existe um ajustamento fino entre nós e o que nos rodeia. Pensamos sem saber como pensamos, mas pensamos. A ciência rejeita o que não cabe nos seus pressupostos. A fé em Jesus está aberta ao que vai além do que imaginamos.

 

QUEM CRIOU DEUS. Foi Bertrand Arthur William Russell, 3.º Conde Russell considerado um dos mais influentes matemáticos, filósofos, ensaístas, historiadores e lógicos que viveram no século XX, que desistiu de acreditar em Deus, porque não encontrou resposta para a pergunta “quem criou Deus”. Se tivesse encontrado tal resposta, esse deus não seria Deus, porque Deus é incriado. Porque Deus é eterno, ou seja, não tem princípio nem fim, e é um ser pessoal, como JESUS nos mostrou, tudo o que existe tem a sua origem Nele como Criador, e distinto Dele. Deus não é tudo e tudo não é Deus.

 

PAI NOSSO. JESUS deu-nos uma lição modelo não para ser repetida mecanicamente, mas como inspiração e orientação nas nossas conversas com Deus. O modo como começa, se desenvolve e termina, é insuperável, resultado certamente do modo único como se dirigia ao Pai. Através de JESUS o propósito divino é que sejamos filhos de Deus, tendo a Deus como nosso Pai. Era assim que JESUS a Ele se dirigia, sendo Deus com o Pai e o Espírito Santo. Os termos traduzem intimidade, imagem e semelhança, proximidade.

 

O PÃO NOSSO DE CADA DIA. Todas as nossas necessidades são conhecidas do Provedor e Sustentador. Não fora o egoísmo e os abismos das desigualdades criadas pela ganância humana, a terra teria possibilidade de produzir o pão diário para cada uma das criaturas de Deus.

 

LIVRA-NOS DO MAL. Não está nas nossas mãos defendermo-nos do mal e noutras traduções do maligno, embora em obediência ao ensino que JESUS apresentou pela sua vida e instrução, conseguimos o que Deus quer para nós. Ainda assim, porque falhamos, humildemente, confessamos a nossa dependência da proteção divina.

 

NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO. São muitos os apelos para que façamos o contrário da nova natureza que recebemos do Espírito Santo ao nascer de novo. Mesmo assim pedimos que ao sermos tentados não cedamos e nos metamos em sarilhos.

 

SEJA FEITA A TUA VONTADE. Deus é soberano, mas concedeu à humanidade a possibilidade de contrariar e fazer o oposto da vontade divina. Vivemos um tempo que não vai durar para sempre, em que o mal vai tendo o seu curso e provocando as suas vítimas, mesmo entre os que buscam a vontade de Deus. Uma nova era vai chegar em que retomando o verdadeiro sentido da liberdade, a vontade de Deus não terá qualquer oposição.

 

PERDOA AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO. O evangelho assenta sobre o perdão alcançado por JESUS na Sua morte em favor de toda a humanidade, mas só se torna válido quando o aceitamos com a disposição de viver de outro modo. Como consequência assim como fomos perdoados, perdoamos; e perdoamos para sermos perdoados. Tanta desgraça é provocada pela falta de perdão, pela vingança, ajuste de contas e retaliação.

 

NA VIDA E NA MORTE. Jesus lidou com a morte do Seu amigo Lázaro. À sua irmã Marta inconsolável declarou: “Jesus disse-lhe: ‘Eu sou a ressurreição e a vida! Quem crer em mim viverá, mesmo que morra! É-lhe dada a vida eterna por crer em mim e nunca mais morrerá. Crês nisto, Marta?´” (João 11:25,26 – O Livro). Que pergunta decisiva em relação à nossa vida presente e futura! O apóstolo Paulo escreveu o que todos podemos afirmar “Porque Cristo é a única razão da minha existência e a morte representa para mim um ganho!” (Filipenses 1:21 – O Livro). Numa outra tradução “para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho”. Num outro texto o mesmo apóstolo afirma: “Nós não somos donos de nós mesmos, de forma a vivermos ou morrermos segundo a nossa vontade ou conveniência. Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor, dependemos da sua vontade. Quando morrermos, iremos estar com o Senhor. Por isso, tanto na vida como na morte, pertencemos ao Senhor. Foi para isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor das nossas vidas, quer vivamos, quer morramos.” (Romanos 14:7-9 – O Livro).

 

QUANTAS VEZES EU QUIS. Deus não desiste de nós. Até ao último instante briga connosco. Disse Jesus de um modo muito sentido: Jerusalém, Jerusalém, cidade que mata os profetas de Deus e apedreja todos aqueles que ele lhe envia! Quantas vezes quis juntar os teus filhos como uma galinha junta os pintainhos debaixo das asas, mas vocês não me deixaram.” (Mateus 23:37 – O Livro).

 

NADA MAIS. JESUS é absolutamente suficiente como Mediador entre Deus e os homens, como Salvador que nos tira de uma vida sem o propósito de sermos à imagem, conforme a semelhança de Deus, Seus filhos, nova criação. Como escreve o apóstolo Paulo ao seu discípulo e filho na fé, Timóteo: Aconselho antes de tudo, que se ore, suplique e agradeça a Deus, intercedendo a favor de toda a gente. Não se esqueçam de orar pelos que governam e estão investidos de autoridade, a fim de que possamos viver em paz e sossego, conformando a nossa conduta com toda a devoção e dignidade. Isto é bom e agrada a Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque existe um só Deus. E entre ele e os homens há um só mediador, que é Jesus Cristo, seu Filho, que é homem. O qual se deu a si mesmo como o preço da salvação de toda a humanidade. Esta é a mensagem que Deus trouxe ao mundo no momento oportuno. E foi para falar dessa mensagem que eu próprio fui constituído pregador e apóstolo de Deus, e fui encarregado de ensinar esta verdade aos gentios, levando-os ao conhecimento da fé. Não estou a mentir; estou a falar a verdade.” (1 Timóteo 2:1-7 – O Livro)

 

SINAIS. João no quarto e último evangelho elucida-nos do seu objetivo no penúltimo capítulo: Os discípulos de Jesus viram-no realizar muitos outros sinais além dos registados neste livro. Estes vêm aqui descritos para que creiam que ele é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo nele, tenham vida em seu nome.” (João 20:30,31 – O Livro). Considero que a leitura de toda a Bíblia como a Palavra de Deus, devia motivar todos os seguidores de JESUS. Percebo que para alguns pode ser uma tarefa que consideram além da sua capacidade e disponibilidade. A obesidade das redes sociais, a overdose de informação disponível, mas na sua maior parte descartável, banal e até ridícula, infelizmente atrai e consome tempo e energias, e rouba a determinação para o que é verdadeiramente importante, tornam o raciocínio lerdo e preguiçoso. Pelo menos os seguidores de JESUS deviam ler o Novo Testamento, a começar pelos evangelhos, e pessoalmente proponho que comecem pelo Evangelho de João que nos apresenta o Filho de Deus como o EU SOU, ou o Evangelho de Marcos que é o mais sintético e dirigido para o leitor pragmático que aprecia a ação; o Evangelho de Lucas mais dirigido aos pensadores e o Evangelho de Mateus, o primeiro, voltado para os que querem conhecer o Velho Testamento nas pontes e sinais que apontam para JESUS.

 

 

samuel DE JESUS!

 

O meu nome próprio é Samuel, do lado da mãe Rodrigues, do pai Pinheiro, da esposa Pinto e de JESUS por parte do plano eterno de Deus que foi realizado pelo Seu nascimento humano sem ter deixado de ser divino, da Sua vida entre nós, da Sua morte e ressurreição, da Sua ascensão, da promessa do Seu retorno, e do derramamento do Espírito Santo.

Poderia ter escrito de DEUS, mas Jesus foi incumbido da missão de resgate e de nos mostrar o Pai e enviar o Espírito Santo. A triunidade de Deus.

Não sou ateu. Não sou agnóstico. Não sou religioso. Apenas quero ser um humilde seguidor de Jesus Cristo e parte do Seu povo, a Igreja. Não sou perfeito, antes bem pelo contrário. Mas quero viver no aconchego da Sua perfeição, caminhando no sentido de ser como Ele é.

Não sou ateu, não posso ser ateu porque não poderei fazer uma afirmação absoluta quando o não sou. Não conheço tudo, ou conheço muito pouco de tudo o que existe e de tudo o que existe e está para lá da minha cogitação.

Não sou agnóstico porque tenho todas as evidências e mais Uma da presença do próprio Deus na nossa humanidade, Deus feito homem. E se nunca vimos Deus, em Jesus temos o que de Deus podemos ver.

Não sou religioso porque nenhuma religião de facto cumpre o que o nome significa – religar do latim religare.

Sou de Jesus porque ninguém vem ao Pai senão por Ele. Sou de Jesus porque de Si mesmo afirmou: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA!

Serei cristão? Protestante? Evangélico? Pode ser! Mas tamanha é a dissonância histórica e no presente, como não podia deixar de ser, que em toda e qualquer situação a referência tem de ser JESUS CRISTO! Ele é a fonte, o autor da fé, o fundamento da mesma, o original, o padrão, o modelo. “Pelos frutos os conhecereis”, “sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando”.

“Em pecado me concebeu minha mãe”. Nascemos numa condição e com uma natureza falha, bem distinta daquela na qual e para a qual fomos criados. Será que isto é estranho para nós? Ou todos nós, sem exceção, nos sentimos fora de casa? Essa situação explica biblicamente por que razão tanta coisa errada acontece em nós e à nossa volta, no nosso círculo mais restrito ou em termos globais. Não temos pormenores do modo como o homem e a mulher viviam, mas possuímos indícios suficientes para percebermos que se tratava de um paraíso onde só o bem e o belo imperavam.

 

Desde o princípio Deus deu-nos a liberdade de escolha, mas o fruto da ciência do bem e do mal, provocou danos tão graves na nossa essência à imagem de Deus que só a morte e a ressurreição de JESUS repararam, para todos os que O recebem num compromisso de mudança de vida e de atitudes em obediência e dependência Dele.

 

Depois, passado muito tempo, JESUS veio como Deus e Homem. Através d’Ele, sabemos como Deus é à imagem de quem fomos criados (o Homem criado à imagem e semelhança de Deus). Isso é extraordinário, de uma inteligência insuperável.

 

E como a questão é do nosso íntimo, de quem somos, da nossa essência e natureza, JESUS veio cumprir o plano de redenção, para que possamos renascer, nascer de novo, ser nova criação e filhos de Deus.

Este é o plano.

 

Sou de JESUS em primeiro lugar porque Ele é o EU SOU. É a Sua identidade, a Sua natureza que define tudo o resto.

CRISTO LOGO EXISTO. Cogito, ergo sum é uma frase de autoria do filósofo e matemático francês René Descartes. Em geral, é traduzida para o português como “penso, logo existo”; embora seja mais correto traduzi-la como “penso, portanto sou”. Para mim o pensamento que faz parte da nossa consciência pessoal de que existimos, é superado ainda pela existência e manifestação histórica de JESUS. A Moisés Deus revelou o Seu nome: “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.” (Êxodo 3:14a – João Ferreira de Almeida revista e atualizada). JESUS entra na história e o apóstolo João em 7 declarações apresenta-O como o EU SOU. É nessa revelação e identidade que tenho o fundamento inabalável da minha existência no tempo e na eterna.

 

MUITO MAIS DO QUE UM HERÓI. Uniu o céu à terra, o tempo à eternidade, a origem com o fim, toda a humanidade na cruz, a morte à vida, derrotando-a pela sua ressurreição. Rompeu com a doença, com a distinção de raças, abalou os fundamentos da religião como “o caminho, a verdade e a vida”.

 

FANÁTICO POR JESUS. É para mim o mesmo que dizer fanático do amor de verdade, amor à justiça, amor à verdade; fanático da graça, do perdão, da justificação que nos torna justos. Quanto mais conheço a história e os ditos grandes, mais JESUS é o único que é efetivamente GRANDE, em toda a sua mansidão e humildade, na Sua pobreza, no Seu amor, graça e perdão. Dizer que sou fanático de Jesus representa ser fanático da humildade da mansidão, o que não significa da humilhação ou ser um “bananas”.

 

FÉ NA FÉ. Sempre terá sido assim e os nossos tempos não fogem à regra. Existe uma corrente que considera que a fé é suficiente por si só, alguns têm fé em si próprios, no seu ídolo de estimação, num amuleto, e até num cristal que consideram portador de boas energias. Segundo o evangelho de JESUS, a fé só tem genuíno valor em função da pessoa em que é colocada e de onde deriva. Por isso para os Seus seguidores a fé faz diferença quando provém Dele. Não se trata de um efeito placebo, mas da ação sobrenatural de Deus na vida dos que O buscam, confiam, dependem e obedecem. O escritor da carta aos Hebreus diz isso mesmo: Portanto, nós também, visto que estamos rodeados por uma tão grande multidão de testemunhas, vidas que são exemplos da fé, deixemos tudo aquilo que nos embaraça, e o pecado que nos envolve tão de perto, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta. Olhemos para Jesus. Ele é a fonte da nossa fé e aquele que a aperfeiçoa. O qual, pela alegria que lhe estava reservada, suportou a cruz, aceitando a humilhação, vindo a sentar-se à direita do trono de Deus. Pensem bem em tudo aquilo que ele suportou da parte dos pecadores, para que não venham a enfraquecer, perdendo a coragem. Afinal, ainda não chegaram, como ele, a verter o vosso sangue na luta contra o pecado.” (Hebreus 12:1-4 – O Livro)

 

EU SEI. O filósofo Sócrates ficou célebre pela sua declaração de que sei que nada sei. No meu caso, que não sou filósofo mas que sou um seguidor de JESUS, como o apóstolo Paulo posso afirmar sem sombra de dúvida: “Foi Deus quem nos salvou e nos escolheu para uma vida santa. Não porque o merecêssemos, mas por sua vontade e misericórdia, que manifestou através de Cristo Jesus e segundo um plano estabelecido já antes da criação do mundo. Plano esse dado a conhecer agora ao mundo, na pessoa do nosso Salvador Jesus Cristo, o qual quebrou o poder da morte e nos mostrou o caminho da vida incorruptível e eterna, através do evangelho. E foi para isso que fui constituído pregador, apóstolo e mestre. É essa a razão destes meus sofrimentos. Mas não me envergonho disso, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o que eu lhe confiei até àquele dia.” (2 Timóteo 1:9-12 – O Livro)

 

COINCIDÊNCIAS. Para quem confia em Deus não existem coincidências, ou melhor ainda, Deus está em todas as circunstâncias. Certamente alguns pretendem dizer acasos. Mas não há acasos para Deus.

 

TRANSFORMAR O MAL EM BEM. Isto é o que só Deus pode fazer. A verdade é que aquilo que vocês reconhecem como o mal que me fizeram, Deus o mudou em bem, e me elevou até este alto cargo que agora ocupo, de forma a salvar a vida de muita gente.” (Génesis 50:20 – O Livro). Deus permitiu o mal para acabar com ele. E isso já aconteceu na morte e ressurreição de JESUS, e irá cumprir-se em absoluto no Seu retorno, para novos céus e nova terra.

 

DEUS DE MILAGRES. Nem sempre o milagre que esperamos é o milagre que Deus nos dá. Mas Ele é Deus de milagres. Umas vezes nos salva-nos das situações de aperto, outra vezes nas próprias situações. Tanto de uma como de outra tenho experiência. Em cada uma dessas possibilidades a Sua vontade é boa, perfeita e agradável, sendo que a fé em JESUS é expressa.

 

DIMINUTIVOS. Na casa dos meus pais eu sou o filho mais velho e não me lembro de ser chamado por diminutivo. Já à minha mais velha tratamos até ao dia de hoje por Licas e à mais nova por Nininha. Continuamos a tratar-nos por manos ou maninhos. Na nossa casa a minha esposa é chamada por Belinha e a nossa filha por Aninhas ou Anocas, que ela não apreciava muito. Na família de Deus, os Seus filhos têm a possibilidade de O tratar por Abba, Paizinho ou Papai, sem que isso seja considerado falta de respeito.

 

 

 

CRISTIANISMO – CRISTÃOS – SEGUIDORES-SERVOS DE JESUS O CRISTO

“E foi ali em Antioquia que os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez.” (Atos 11:26 – O Livro)

 

 

Cristãos ou pequenos cristos segundo alguns comentadores, foi a designação que receberam os seguidores de JESUS pela primeira vez em Antioquia. O foco está colocado em JESUS, O CRISTO.

 

Nos dias que correm muitos dos que são designados por cristãos não têm nada a ver com JESUS – O CRISTO, mas pela cultura dita cristã, ou pela religião cristã ou cristianismo, o que vulgarmente se chama de cristão nominais.

 

Acredito numa cultura influenciada e até redimida, mas para tanto é imperiosa a experiência do novo nascimento e um compromisso sério com a pessoa de JESUS, a Sua vida e o Seu ensino em obediência aos princípios que viveu e ensinou, plasmados na Sua pessoa. O EU SOU viveu em absoluta harmonia com a Sua essência e natureza, e foi isso que Ele ensinou.

 

O que aconteceu com JESUS é o que Ele “propõe” à humanidade, pessoas transformadas pelo amor de Deus, pela graça por meio da fé. E isso só é possível porque ao morrer e ao ressuscitar o pecado foi radicalmente resolvido, atingido nas suas raízes de desobediência e hostilidade a Deus. No plano natural em quem confiamos molda-nos, influencia-nos. Ao confiarmos, dependermos e obedecermos a JESUS, que reúne em Si o natural e o sobrenatural, somos transformados interiormente para sermos e vivermos de acordo com Ele, por meio desse ato de fé.

 

O que é o que o cristianismo fez de JESUS O CRISTO? A história é pródiga em disparates, crimes, disputas, divisões, contendas, perseguições, violências, guerras, alianças com o poder político-económico, ostentação, corrupção, imoralidade, abusos, e o muito mais que pode ser acrescentado e para o qual os evangelhos, o livro histórico dos Atos, as cartas apostólicas, o livro profético do Apocalipse e todos os livros da Bíblia preveniram e corrigiram desde os primórdios da Igreja. Os ramos do cristianismo: católico romano, ortodoxo (russo, ucraniano, grego…), reformado (magisterial e radical), anglicano, protestante, evangélico, carismático, pentecostal e neo-pentecostal… a lista bem que podia ser acrescentada em muitos ismos… tudo cabe no que se chama vulgarmente de cristianismo! A minha decisão está tomada de acordo com o que encontro como essencial, seguir JESUS, viver como JESUS viveu, amar como JESUS amou, perdoar como JESUS perdoou, servir como JESUS serviu… sempre a uma distância enorme Dele, mas tentando todos os dias progredir, sabendo que tudo isso deve ser acompanhado da certeza absoluta de que é Ele que salva sem ajuda alguma da nossa parte. O meu texto chave a esse respeito está no texto de Paulo para os crentes em Éfeso. Podemos citar muitos outros, mas este sintetiza tudo:

 

Vocês estavam mortos por causa das vossas transgressões e dos vossos pecados. Essa era a vossa conduta na vida, antigamente, seguindo as correntes do mundo à vossa volta, e seguindo até aquele que é líder da autoridade dos ares, do espírito que atua, ainda hoje, naqueles que recusam sujeitar-se a Deus. E nós também éramos como eles, vivendo apenas segundo os desejos da nossa natureza pecaminosa, os impulsos primários dos nossos sentidos e dos nossos pensamentos. Éramos, por natureza, objeto da severa justiça de Deus, tal como o resto da humanidade.

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, em consequência do seu sublime amor por nós, e estando nós ainda mortos devido às transgressões, deu-nos uma vida nova ao ressuscitar Cristo da morte. Foi somente pela graça de Deus que fomos salvos. Nós ressuscitámos com Cristo e foi-nos concedido, por isso, o direito de pertença espiritual, pela fé, aos domínios celestiais em que Cristo habita. A fim de que, para sempre, todos constatem como é rica e generosa essa sua graça, que Deus revelou em tudo o que fez por nós através de Jesus Cristo.

Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto, a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso. Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que planeou para nós. (Efésios 2:1-10 – O Livro)

 

TRIGO E JOIO. Jesus advertiu-nos acerca da realidade histórica que como Seus seguidores e Igreja, o Seu povo, iríamos viver. Trigo e joio convivem. Não temos legitimidade para o separar porque podemos confundi-los, arrancando o trigo em vez do joio. Essa não é a nossa função. Isso não significa que não distinguimos a verdade da mentira, o certo do errado, mas a tarefa da separação está guardada para o fim e para outros agentes. Podemos indignar-nos com o que o inimigo durante o sono dos homens semeia, mas arrancar o joio e ceifar o trigo será bem feito no tempo certo. (Mateus 13:24-30).

 

O que é que levou os habitantes de Antioquia a chamarem os seguidores de Jesus o Cristo, de cristãos? No meu entender não foi o cristianismo, mas JESUS O CRISTO!

 

O que temos nós para apresentar aos homens e mulheres de hoje no ateísmo, agnosticismo, ceticismo, existencialismo, marxismo, materialismo, naturalismo, judaísmo, cristianismo, islamismo, budismo, confucionismo, hinduísmo, panteísmo, panenteísmo, espiritismo, … por certo não é o cristianismo entre todos os ismos considerado como superior ou melhor! MAS ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE JESUS como nos é apresentado em toda a Bíblia, porque toda ela é Palavra de Deus, confirmada pela PALAVRA ENCARNADA – O LOGOS DIVINO.

 

A narrativa (como hoje se diz), que faz a diferença é JESUS O CRISTO! Só Ele viveu o que ensinou e ensinou o que viveu! Só Ele se apresenta como o “protótipo” … Ele é Deus entre nós como divino, e como Homem à imagem de Deus que no princípio Deus criou! “Façamos o homem, um ser semelhante a nós” (O Livro). Os adereços, os rituais, as formalidades, os géneros musicais, os estilos e as formas de adoração e louvor de nada interessam. O que importa, como o próprio disse é que adoremos o Pai em espírito e em verdade!

 

“Acredita em mim, mulher. Vem o momento em que já não teremos de nos preocupar se o Pai deve ser adorado aqui ou em Jerusalém. Vocês adoram o que desconhecem, ao passo que nós conhecemos, pois é através dos judeus que a salvação vem ao mundo. Mas chega a hora, e é agora mesmo, em que os que verdadeiramente o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade. É assim que o Pai quer que o adoremos. Deus é espírito e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade!” A mulher disse: “Eu sei que há de vir o Messias, chamado Cristo, e que quando vier nos explicará tudo.” Então Jesus disse-lhe: “Sou eu o Cristo!” (João 4:21-26 – O Livro).

 

Importa que como seguidores-servos de JESUS nos chamemos a todos para ouvir o que JESUS nos tem a dizer em toda a Bíblia à luz do Novo Testamento e da Sua pessoa. Todos, sem exceção! Judeus, cristãos, islâmicos, budistas, hindus, espíritas, mórmons, testemunhas de jeová, céticos, agnósticos, ateus, materialistas LEIAM A BÍBLIA a começar pelo cumprimento das profecias e de toda a história da salvação e do proto-evangelho logo no primeiro livro da Bíblia, e que o último livro sintetiza de forma admirável e inexcedível:

 

“João, às sete igrejas da província da Ásia. Que vos sejam concedidas a graça e a paz daquele que é, que era e que há de vir, e também dos sete espíritos que se acham diante do seu trono, assim como da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra. A esse que nos ama e nos lavou dos nossos pecados pelo seu sangue, nos reuniu no seu reino e nos fez sacerdotes de Deus, seu Pai, seja dada toda a honra e reconhecido o seu poder para sempre. Que assim seja! Eis que ele vem rodeado de nuvens, e toda a gente o verá, até mesmo aqueles que o trespassaram. E as nações se lamentarão por causa dele. Sim, isso é que há de acontecer! “Eu sou o Alfa e o Ómega”, diz o Senhor Deus, Todo-Poderoso, que é, que era, e que virá!” (Apocalipse 1:4-8 – O Livro).

 

PALAVRAS. Não bastam palavras. Evangelho é ação de Deus a nosso favor. Meras palavras não mudam nada por muito que sejam repetidas. O que nos muda é o poder de Deus e que é traduzido numa confissão que regista a nossa decisão de segui-lO: “Se com a tua boca confessares que Jesus Cristo é o Senhor e no teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque é crendo que uma pessoa é declarada justa por Deus; e é declarando, em voz clara, que a salvação se afirma. Porque a Escritura diz: “Mas aquele que nele crer não será envergonhado.” E nisto, entre judeus e os gentios não há diferença: todos têm o mesmo Senhor que concede generosamente as suas riquezas aos que o invocarem. Porque: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10:9-10 – O Livro)

 

 

AMIGOS DE JESUS

E vocês serão meus amigos se fizerem o que vos mando. Já não vos chamo criados, pois estes não acompanham o que faz o patrão. Vocês são meus amigos, e a prova disso é o facto de vos ter revelado tudo o que o Pai me disse. (João 15:14 – O Livro)

 

Todos podemos ser amigos de Jesus observando o requisito que o próprio apresenta: fazer o que Ele nos manda. Fácil… ler os evangelhos e o Novo Testamento e à sua luz o Velho Testamento e cumprir os Seus mandamentos como podem ser vistos na Sua pessoa, natureza e essência. Esta é a parte que eu mais aprecio. Tudo o que Jesus ensinou pode ser verificado em quem Ele é. Daí decorre que é por aí que o Filho de Deus começa em relação a nós. Fazer o que Jesus manda, é começar pelo princípio, ou seja sermos feitos filhos de Deus, nascer espiritualmente, nascer de novo, ser uma nova criação. É aí que tudo começa.

Mais tarde, veio aquele que é a verdadeira luz para brilhar sobre todo o ser humano. Esteve neste mundo, que foi criado por ele, mas não o conheceram. Veio para o seu povo e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus. Bastava confiarem nele como Salvador. Esses nascem de novo, não no corpo nem de geração humana, mas pela vontade de Deus. A Palavra tornou-se homem e viveu aqui na Terra entre nós, cheio de amor e perdão, cheio de verdade. E vimos a sua glória, a glória do Filho único do Pai. (João 1:10-14 – O Livro).

 

Na primeira entrevista com o religioso Nicodemos, Jesus deixou bem claro ao que veio:

Jesus retorquiu: ‘É realmente como te digo: quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. ’Que queres dizer com isso?’, perguntou Nicodemos. ‘Como pode uma pessoa voltar para o ventre da sua mãe e nascer outra vez?’ Jesus respondeu: ‘É realmente como te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. Os homens só conseguem reproduzir vida humana, mas o Espírito Santo dá vida espiritual. Por isso, não te admires de te ter dito que precisas nascer de novo. Assim como ouves o vento, mas não sabes donde vem nem para onde vai, assim se passa com aquele que é nascido do Espírito.’ (João 3:3-8 – O Livro).

 

A partir daqui estão criadas a condição da natureza e da essência do homem para viver como Jesus manda.

 

Tudo o que Jesus manda, viveu. Não se trata de mandar aos outros fazer o que não fez. É por isso que o mesmo significa ser Seu imitador como refere o apóstolo Paulo: Vocês devem seguir o meu exemplo, tal como eu sigo o de Cristo.” (1 Coríntios 11:1 – O Livro). Implica igualmente o elo entre o ser, o estar, o fazer e o ter que temos em JESUS:

“Eu estou crucificado com Cristo; e apesar de continuar a viver, já não é o meu eu que domina, mas é Cristo que vive em mim. E o resto da minha existência nesta terra é o resultado da fé que eu tenho no Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 19b,20 – O Livro).

 

Em JESUS não se verifica o que acontece em nós, dizermos uma coisa e vivermos outra, porque a natureza e a essência de JESUS, não sofre de fragmentação, de divisão, contradição, como aconteceu connosco com o desastre que provocámos ao comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. JESUS flui em perfeita harmonia da sua essência divina e humana, como Criador e como Imagem e Semelhança do Criador enquanto Homem. Nós fluímos em contradição, divididos, em contradição com o nosso design original.

 

Jesus é… Jesus viveu… Jesus morreu e ressuscitou! Jesus viveu segundo o que afirmou da sua identidade e pelo que ensinou! O Filho de Deus assumiu a morte assumindo que é Deus entre nós e o Homem à imagem conforme a semelhança de Deus. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Génesis 1:27 – João Ferreira de Almeida – revista e atualizada). Morreu em coerência com a Sua natureza e a Sua vida. Deu a sua vida por nós, para que nós pudéssemos ser libertos da nossa condição natural, a condição em que nascemos, para morrermos nós também para a vida que não presta, a vida errada que erra o alvo do sentido divino e ressuscitarmos para o propósito e desígnio divinos. E estas palavras antecedem a condição de sermos amigos de Jesus:

 

Amei-vos como o Pai me amou. Vivam no meu amor. Se guardarem os meus mandamentos estarão a viver no meu amor, assim como eu obedeço ao meu Pai e vivo no seu amor. Disse-vos isto para que possam encher-se da minha alegria. Sim, a vossa taça de alegria transbordará! Mando-vos que se amem uns aos outros como eu vos amei. E é esta a medida: o maior amor é mostrado quando alguém dá a vida pelos seus amigos. (João 15:9-13 – O Livro).

 

A bênção da vida em Jesus passa obrigatoriamente pela obediência. É este o convite que Ele nos deixa:

 

Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Levem o meu jugo e aprendam de mim, porque sou brando e humilde, e acharão descanso para as vossas almas; pois só vos imponho cargas suaves e leves.” (Mateus 11:28-30 – O Livro).

 

Só há uma forma de cada um de nós saber se é verdade – experimente! Eu já experimentei e não troco JESUS por ninguém, nem por nada! Não é Jesus e… É só Jesus como único e suficiente Salvador e Senhor! Só mais uma coisa, quando vivemos como amigos de Jesus, fazemos parte de uma inumerável comunidade!

 

CULTURA PÓS-CRISTÃ. A cultura em que vivemos é antagónica aos princípios que JESUS viveu entre nós e para os quais nos salvou. A verdade é que podemos afirmar que sempre foi assim, e que JESUS nos avisou que assim seria. Seguir a JESUS não é seguir uma maioria cultural ou uma maioria moral e religiosa. Seguir a JESUS é isso mesmo. Ele não muda conforme os modismos e as tendências políticas, filosóficas ou religiosas. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente conforme nos comunica o escritor da carta aos Hebreus (13:8).

 

PREDESTINAÇÃO MATERIALISTA. Faz-me náuseas. Uma das muitas razões porque aprecio o evangelho de JESUS é que nos abre a janela da esperança para um processo em que todas as mudanças são possíveis. Nasci assim e vou sempre viver assim é inaceitável para quem acredita em JESUS. O que não nos é possível, é possível pelo Espírito que nos concede. A predestinação materialista, leva à irresponsabilidade. A culpa é dos genes. Esta é a mentira das mentiras que contamina a cultura contemporânea, e eu sei do que falo como professor durante quase 40 anos.

 

INFERNO. Para algumas pessoas o inferno é aqui. Não há dúvida para mim que o inferno se mostra aqui, para que estejamos devidamente prevenidos para não passarmos lá a eternidade. Se o inferno do lado de cá custa, o que não será o da eternidade. C. S. Lewis escreve que a dor e o sofrimento são o megafone de Deus, que acorda para o que não vai bem e que precisa de cura seja física, emocional ou espiritual. O inferno numa explicação simples é a total ausência do amor, da graça, da luz. É o contrário do céu. Ninguém vai para o inferno por causa da condição e da natureza em que nasceu, nem por causa dos seus pecados, mas por recusar determinantemente o perdão. JESUS morreu por todos nós, e todos os que O aceitam para O seguirem, a começar pela nova essência espiritual na imagem divina, são perdoados, recebem a vida eterna e usufruem da bem-aventurada esperança de morarem com Ele para sempre.

 

 

ARGUMENTO

 

Fomos criados. Deus é o Criador que nos desenhou à Sua imagem conforme a Sua semelhança. Fomos feitos parecidos com Deus.

Rompemos com essa imagem e quisemos ser donos de nós mesmos, vivendo à nossa maneira e até inventando ídolos ou fazendo de nós próprios deuses. Depois de toda a bagunça criada acusamos Deus e culpabilizamo-Lo do nosso estado e condição.

Deus apresentou-se na história como Deus e Homem que os nossos sentidos podem captar. Como Deus, Jesus apresenta-nos o Criador, leva-nos ao Pai e dá-nos o Espírito Santo. Foi assim que também Ele viveu. E como Homem mostra-nos a criatura à imagem do Criador. Digamos dois em um, a 100%.

Os Seus contemporâneos não O suportaram, com os religiosos pretensos representantes e defensores do divino na dianteira. Indignaram-se com a identidade que Ele assumiu sem sequer necessidade de muitas palavras, porque os seus atos falavam por si. Por fim colocaram-no numa cruz que aceitou porque desde a eternidade o Deus trino tinha definido que as escolhas da humanidade só seriam debeladas pela sua morte e ressurreição. Assumiu a nossa morte, e recuperou a nossa vida. Morreu e ressuscitou e reescreveu a História para uma nova era de harmonia, paz, amor, e verdadeira liberdade.

Todos sem exceção temos à nossa disposição o poder de sermos feitos filhos de Deus através de JESUS. De Criador a Pai. De criaturas a filhos. De imagem a nascidos de Deus. Recuperarmos pela recriação a originalidade da semelhança com Deus. Esta é a marca distintiva do Evangelho de Jesus. Não é Photoshop, maquilhagem, plástica, aparência. É ser onde tudo tem a sua fonte. Jesus agiu e ensinou a partir da Sua essência. Mostrou-nos que é assim que as coisas são. Primeiro ser, e depois fazer, viver, agir em todas as circunstâncias e situações. Integridade em JESUS, integração do espírito, alma e corpo, da consciência e da vontade, da razão e do coração, do tempo e da eternidade.

 

NOVO NASCIMENTO PARA UMA NOVA VIDA. Considero que é fácil de entender que se nascemos dos nossos pais para existirmos na dimensão natural, também espiritualmente podemos nascer de Deus para sermos Seus filhos e vivermos uma nova vida. As duas dimensões da vida sem as quais nunca estaremos completos: a vida natural e a vida espiritual.

 

SOLI DEO GLORIA. A Deus toda a glória. Tributamos a Deus a glória que só a Ele pertence. Isso não nos belisca, de modo algum, pelo contrário. Somos agraciados por e nessa glória. O apóstolo Paulo explica-nos como perdemos essa glória, na epístola aos Romanos: Porque todos pecaram, tendo perdido o direito de acesso à glória de Deus.” (Romanos 3:23 – O Livro). Mas quando escreve aos Coríntios na sua segunda carta acrescenta: O Senhor é o Espírito, e onde ele estiver reina a liberdade. E nós cristãos, sem véu de espécie alguma sobre os nossos rostos, somos como espelhos que refletem a glória de Deus. E vamo-nos tornando cada vez mais semelhantes à imagem do Senhor, a qual refletimos também cada vez mais fielmente.” (2 Coríntios 3:17-18 – O Livro)

 

 

 

 

 

SÓ JESUS

Seguidor servo de Jesus

Caminhante no CAMINHO

 

Ser um seguidor de Jesus. Todo o Novo Testamento está centrado na pessoa de Jesus Cristo e o Velho Testamento lança luz para a mesma.

 

- Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5),

- o que salva o seu povo dos seus pecados (Mateus1:21),

- Emanuel – Deus connosco (Mateus 1:23), o Filho do Deus vivo (Mateus16:16),

- o que batiza com Espírito Santo e com fogo (Mateus 3:11,12),

- o Filho amado do Pai em quem se compraz (Mateus 3:17),

- o que ensina com autoridade (Mateus 7:29),

- o que tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças (Mateus 8:17),

- o que alivia os cansados e sobrecarregados (Mateus 11:28),

- manso e humilde de coração (Mateus 11:29),

- o amigo de publicanos e pecadores (Mateus 11:19),

- quem é maior do que Jonas (Mateus 12:41),

- aquele a quem tudo foi entregue pelo Pai, o único que O conhece e O dá a conhecer (Mateus 11:27),

- o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16),

- o alicerce da igreja e o Seu edificador (Mateus 16:18),

- o que voltará e retribuirá a cada um conforme as suas obras (Mateus 16:27),

- o Filho amado do Pai em quem se compraz e a quem devemos ouvir (Mateus 17:5),

- o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mateus 20:28),

- o que voltará (Mateus 24:32-44),

- a quem toda a autoridade foi dada no céu e na terra (Mateus 28:18),

- o que batiza com o Espírito Santo (Marcos 1:8),

- o Filho amado do Pai em quem se compraz (Marcos 1:11),

- o que não veio para chamar justos e sim pecadores (Marcos 2:17),

- o Cristo (Marcos 8:29),

- o Filho amado do Pai a quem devemos ouvir (Marcos 9:7),

- não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em regate por muitos (Marcos 10:45),

- o que voltará (Marcos 13),

- EU SOU, e veremos o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu (Marcos 14:62),

- o que ascendeu ao céu (Marcos 16:19),

- nascido pelo Espírito Santo na virgem Maria – Filho de Deus (Lucas 1:35),

- o que cresceu em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens (Lucas 2:40,52),

- aquele sobre quem o Espírito está para evangelizar os pobres, proclamar libertação aos cativos e restaurar da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor (Lucas 4:18,19),

- o que tem poder para perdoar pecados (Lucas 5:17-26),

- amigo de publicanos e pecadores (Lucas 7:34),

- aquele a quem ventos e ondas obedecem (Lucas 8:22-25),

- o Filho do homem que não tem onde reclinar a sua cabeça (Lucas 9:58),

- o Senhor que virá (Lucas 17:20-37),

- homem justo (Lucas 23:47),

- o que vive (Lucas 24:5),

- O Verbo divino (João 1:1),

- a vida e a verdadeira luz (João 1:4,5),

- o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigénito do Pai (João 1:14),

- por quem veio a graça e a verdade (João 1:17),

- o que revela a Deus que nunca ninguém viu (João 1:18),

- o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29),

- o que batiza no Espírito Santo (João 1:33),

- Mestre, Filho de Deus, Rei de Israel (Lucas 1:49),

- a dádiva do amor de Deus (João 3:16),

- Eu o sou – o Messias, chamado o Cristo (João 5:26),

- “EU SOU o pão da vida” disse Jesus (João 6:34),

- “EU SOU a luz do mundo” disse Jesus (João 8:12),

- “EU SOU a porta das ovelhas” disse Jesus (João 10:9),

- “EU SOU o Bom Pastor” disse Jesus (João 10:11),

- “EU SOU a ressurreição e a vida” disse Jesus (João 11:25),

- “EU SOU o caminho, a verdade e a vida” disse Jesus (João 14:6),

- “EU SOU a videira verdadeira” disse Jesus (João 15:1),

- o que tem as palavras da vida eterna (João 6:68),

- eu sou lá de cima (João 8:23),

- sem pecado (João 8:46),

- antes que Abraão existisse, eu sou (João 8:58),

- o que dá vida e vida com abundância (João 10:10),

- o Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou (João 13:13),

- Senhor meu e Deus meu (João 20:28),

- ninguém vem ao Pai sem ser por Ele (João 14:6),

- não há salvação em nenhum outro (Atos 4:12),

- o qual transformará o nosso corpo de humilhação para ser igual ao corpo da sua glória (Filipenses 3:21),

- Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade (Colossenses 3:9),

- em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos (Colossenses 2:3),

- Aquele que veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Timóteo 1:15),

- o qual a si mesmo se deu por nós a fim de remir-nos de toda a iniquidade (Tito 2:14),

- o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do Seu ser (Hebreus 1:3),

- o que destruiu pela Sua morte aquele que tem o poder da morte – o diabo (Hebreus 2:14),

- Quem é o mesmo ontem e hoje e o será para sempre (Hebreus 13:8),

- Autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12:2),

- Aquele que morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para nos conduzir a Deus (1 Pedro 1:18),

- a quem pertence a glória pelos séculos dos séculos (1 Pedro 4:11),

- o Advogado junto do Pai (1 João 2:1),

- a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro (1 João 2:2),

- a fiel testemunha, o primogénito dos mortos, e o soberano dos reis da terra; Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados (Apocalipse 1:5);

- Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16);

- o Alfa e o Ómega, o primeiro e o último, o princípio e o fim (Apocalipse 22:13);

- Aquele que vem sem demora (Apocalipse 22:20).

 

 

 

Samuel R. Pinheiro

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PÓSFACIO

Antecipando as possíveis reações a este opúsculo que tem como única pretensão e se pensar bem é maior do que eu e do que o universo, é apontar para JESUS, SÓ JESUS. Julgo à priori que muitas pessoas concordarão com a chamada de atenção para Jesus mesmo que com algumas nuances, mas não, de modo algum, com a radicalidade SÓ JESUS. E esta é precisamente a essência, essencial (passe a redundância), do evangelho, o que o último capítulo destaca. O evangelho é SÓ JESUS. Só uma citação “ninguém vem ao Pai senão por mim” que está espelhada em todo o evangelho, estas são as boas novas.

Alguém pergunta: “mas não podemos seguir quem segue”, até que retoricamente poderíamos fazer a concessão, mas não é a mesma coisa. Não confundamos os seguidores por mais destacados que sejam: Maria, Pedro, João, Tiago, Paulo, …, com Aquele que seguimos e imitamos, porque sé Ele é Salvador, Senhor, Mediador, Caminho, Verdade e Vida. JESUS não tem lugar no panteão dos deuses ou dos ídolos. Ele é tudo em todos os que O seguem, e até, mesmo para os que não O seguem – “todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará que JESUS é o Senhor”.

CRISTIANISMO – CRISTÃOS – SEGUIDORES-SERVOS DE JESUS O CRISTO

CRISTIANISMO – CRISTÃOS – SEGUIDORES-SERVOS DE JESUS O CRISTO

“E foi ali em Antioquia que os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez.” (Atos 11:26 – O Livro)

2022abril14 SRPcaricatura - RubinhoPirola

 

Cristãos ou pequenos cristos segundo alguns comentadores, foi a designação que receberam os seguidores de JESUS pela primeira vez em Antioquia. O foco está colocado em JESUS, O CRISTO.

 

Nos dias que correm muitos dos que são designados por cristãos não têm nada a ver com JESUS – O CRISTO, mas pela cultura dita cristã, ou pela religião cristã ou cristianismo, o que vulgarmente se chama de cristão nominais.

 

Acredito numa cultura influenciada e até redimida, mas para tanto é imperiosa a experiência do novo nascimento e um compromisso sério com a pessoa de JESUS, a Sua vida e o Seu ensino em obediência aos princípios que viveu e ensinou, plasmados na Sua pessoa. O EU SOU viveu em absoluta harmonia com a Sua essência e natureza, e foi isso que Ele ensinou.

 

O que aconteceu com JESUS é o que Ele “propõe” à humanidade, pessoas transformadas pelo amor de Deus, pela graça por meio da fé. E isso só é possível porque ao morrer e ao ressuscitar o pecado foi radicalmente resolvido, atingido nas suas raízes de desobediência e hostilidade a Deus.

 

O que é o que o cristianismo fez de JESUS O CRISTO? A história é pródiga em disparates, crimes, disputas, divisões, contendas, perseguições, violências, guerras, alianças com o poder político-económico, ostentação, corrupção, imoralidade, abusos, e o muito mais que pode ser acrescentado e para o qual os evangelhos, o livro histórico dos Atos, as cartas apostólicas, o livro profético do Apocalipse e todos os livros da Bíblia preveniram e corrigiram desde os primórdios da Igreja. Os ramos do cristianismo: católico romano, ortodoxo (russo, ucraniano, grego…), reformado (magisterial e radical), anglicano, protestante, evangélico, carismático, pentecostal e neo-pentecostal… a lista bem que podia ser acrescentada em muitos ismos… tudo cabe no que se chama vulgarmente de cristianismo!

 

O que é que levou os habitantes de Antioquia a chamarem os seguidores de Jesus o Cristo, de cristãos? No meu entender não foi o cristianismo, mas JESUS O CRISTO!

 

O que temos nós para apresentar aos homens e mulheres de hoje no ateísmo, agnosticismo, ceticismo, existencialismo, marxismo, materialismo, naturalismo, judaísmo, cristianismo, islamismo, budismo, confucionismo, hinduísmo, panteísmo, panenteísmo, espiritismo, … por certo não é o cristianismo entre todos os ismos considerado como superior ou melhor! MAS ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE JESUS como nos é apresentado em toda a Bíblia, porque toda ela é Palavra de Deus, confirmada pela PALAVRA ENCARNADA – O LOGOS DIVINO.

 

A narrativa (como hoje se diz), que faz a diferença é JESUS O CRISTO! Só Ele viveu o que ensinou e ensinou o que viveu! Só Ele se apresenta como o “protótipo”… Ele é Deus entre nós como divino, e como Homem a imagem e semelhança de Deus que no princípio Deus criou! Os adereços, os rituais, as formalidades, o géneros musicais, os estilos e as formas de adoração e louvor de nada interessam. O que importa, como o próprio disse é que adoremos o Pai em espírito e em verdade!

“Acredita em mim, mulher. Vem o momento em que já não teremos de nos preocupar se o Pai deve ser adorado aqui ou em Jerusalém. Vocês adoram o que desconhecem, ao passo que nós conhecemos, pois é através dos judeus que a salvação vem ao mundo. Mas chega a hora, e é agora mesmo, em que os que verdadeiramente o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade. É assim que o Pai quer que o adoremos. Deus é espírito e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade!” A mulher disse: “Eu sei que há de vir o Messias, chamado Cristo, e que quando vier nos explicará tudo.” Então Jesus disse-lhe: “Sou eu o Cristo!” (João 4:21-26 – O Livro).

 

Importa que como seguidores-servos de JESUS nos chamemos a todos para ouvir o que JESUS nos tem a dizer em toda a Bíblia à luz do Novo Testamento e da Sua pessoa. Todos, sem exceção! Judeus, cristãos, islâmicos, budistas, hindus, espíritas, céticos, agnósticos, ateus, materialistas LEIAM A BÍBLIA a começar pelo cumprimento das profecias e de toda a história da salvação e do proto-evangelho logo no primeiro livro da Bíblia, e que o último livro sintetiza de forma admirável e inexcedível:

 

“João, às sete igrejas da província da Ásia. Que vos sejam concedidas a graça e a paz daquele que é, que era e que há de vir, e também dos sete espíritos que se acham diante do seu trono, assim como da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra. A esse que nos ama e nos lavou dos nossos pecados pelo seu sangue, nos reuniu no seu reino e nos fez sacerdotes de Deus, seu Pai, seja dada toda a honra e reconhecido o seu poder para sempre. Que assim seja! Eis que ele vem rodeado de nuvens, e toda a gente o verá, até mesmo aqueles que o trespassaram. E as nações se lamentarão por causa dele. Sim, isso é que há de acontecer! “Eu sou o Alfa e o Ómega”, diz o Senhor Deus, Todo-Poderoso, que é, que era, e que virá!” (Apocalipse 1:4-8 – O Livro).

 

Samuel R. Pinheiro

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Natureza e Consequência

Natureza e Consequência

Jorge Pinheiro 4

 

Dr. Jorge Pinheiro

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus.
Bem-aventurados os pacificadores porque eles serão chamados filhos de Deus.

(Mateus 5:7-9)
Esta é uma porção das Beatitudes ou Bem-aventuranças, que dão início ao que é considerado o primeiro grande sermão de Jesus – o Sermão no Monte. Mais concretamente, por sua ordem de enunciação, a quinta, a sexta e a sétima.

As Bem-aventuranças são em número de oito (ou nove, se subdividirmos a última em duas) e apresentam todas a mesma estrutura:

• Declaração de bem-aventurança (bem-aventurados).
• Caracterização ou natureza da bem-aventurança (os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores).
• Justificação e consequência dessa bem-aventurança (porque alcançarão misericórdia, porque verão Deus, porque serão chamados filhos de Deus).

Concluímos assim que, usando a primeira destas bem-aventuranças como exemplo, a consequência de sermos misericordiosos é alcançarmos misericórdia. Este mesmo raciocínio pode ser aplicado a todas as bem-aventuranças e as conclusões seguirão o mesmo padrão.

Também poderíamos enunciar a bem-aventurança em sentido inverso e, assim, teríamos:

• só alcança misericórdia quem for misericordioso;
• só verá Deus o que for limpo de coração;
• só poderá ser chamado filho de Deus o que for pacificador.

De uma maneira ou de outra, podemos sempre concluir que a característica ou natureza da bem-aventurança (os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores) e a consequência (alcançar misericórdia, ver Deus, ser chamado filho de Deus) estão interligadas e interdependentes – uma não existe sem a outra.

Ou seja:

• só podemos alcançar misericórdia se formos misericordiosos;
• só podemos ver Deus se formos limpos de coração;
• só podemos ser chamados filhos de Deus se formos pacificadores.

Há, então, um apelo a adquirimos essa característica, essa natureza para podermos alcançar a sua consequência.

Convenhamos que é agradável gozarmos as consequências prometidas e garantidas mas que nem sempre é fácil obter e permanecer nessa característica. Ou seja, se não formos limpos de coração, só poderemos ver Deus se houver uma mudança da nossa natureza. Se isso não se verificar, se não nos esforçarmos por adquirir uma nova natureza, nunca poderemos alcançar o alvo desejado.

Tenhamos sempre presente: uma (a natureza) não pode passar sem a outra (a consequência) – elas estão interligadas, elas são interdependentes.

Podemos também concluir que, mais do que uma promessa, o resultado, a consequência é uma garantia que nos é dada.

Ou seja: podemos ter a certeza de que veremos Deus se formos limpos de coração, de que alcançaremos misericórdia se formos misericordiosos, de que seremos chamados filhos de Deus se formos pacificadores.

Um segundo aspecto que gostaria de abordar é o contexto maior destas bem-aventuranças. Elas inserem-se na grande mensagem que foi o tema central do ensino de Jesus – o Reino de Deus (ou dos céus).

Logo na primeira bem-aventurança, o Reino dos céus está presente – Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus. A mesma expressão surge na última bem-aventurança: Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Ou seja: as bem-aventuranças começam e acabam com uma referência ao reino.

Mas se avançarmos, verificamos que todo o restante Sermão no Monte está repleto de referências ao Reino dos Céus que é nele todo caracterizado.

Na própria oração do Pai-nosso, a oração mais conhecida da cristandade, do cristianismo e do mundo em geral, encontramos a referência ao Reino. Ela também começa e termina com referência ao Reino: Venha o Teu reino e: Porque Teu é o reino, o poder e a glória.

E ao longo do restante ministério de Jesus, nas Suas parábolas e nos Seus outros sermões, a referência ao reino é uma constante.

E tal como as Bem-aventuranças e o Pai-nosso começam e acabam com uma referência ao reino, assim também a vida de Jesus. Ela começa com a pregação do arrependimento porque é chegado o Reino, e termina com a Sua entronização na cruz de vergonha e dor. Sobre ela, a declaração: Jesus Nazareno, rei dos Judeus (João 19:19).

Todo o reino (ou país) tem uma constituição que é um documento legal dos direitos, deveres, liberdades e garantias dos cidadão pertencentes a esse reino. De igual modo, podemos dizer que o Reino de Deus se rege por uma constituição. Não nos custa admitir que o Sermão no Monte se ergue como essa constituição e que as Bem-aventuranças são o seu preâmbulo.

Ao descermos ao pormenor e à natureza das Bem-aventuranças, fácil é concluir que o cidadão do Reino de Deus se caracteriza:

• não por aquilo que tem mas por aquilo que é;
• não pelo contingente mas pelo que é permanente;
• não pela aparência, mas pela essência;
• não pelo conjuntural mas pelo estrutural;
• não pelo transitório mas pelo permanente;
• não pela forma mas pelo conteúdo;
• não pelo provisório mas pelo consistente.

Bem-aventurados os misericordiosos, os que têm um coração inclinado à miséria, os que não viram as costas à miséria, mas elevam ao nível do coração os que vivem na miséria;

Bem-aventurados os limpos de coração, aqueles que no mais profundo do seu ser e não apenas à superfície, são limpos, sem mancha, sem sujidade;

Bem-aventurados os pacificadores, os que não apenas ficam e vivem em paz no meio das maiores tormentas, mas os que promovem a paz, levando a paz, o bem-estar a um ambiente desestruturado e alienado.

Porque se queremos ser bem-aventurados, tenhamos então um coração aberto à miséria alheia, vivamos uma vida íntegra e pura, guiada por valores perenes, sejamos promotores da paz, porque assim alcançaremos misericórdia, veremos Deus, seremos chamados filhos de Deus.

Ele será chamado pelo nome de EMANUEL

Ele será chamado pelo nome de EMANUEL

2018julho21 Casamento Ana

 

Samuel R. Pinheiro

É assim que no primeiro evangelho assinado por Mateus, logo na sua introdução, este nome é atribuído ao Filho de Deus, que nasceria pela ação do Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: A virgem ficará grávida e dará à luz um filho que se há-de chamar Emanuel. Emanuel quer dizer: Deus está connosco.” (Mateus 1:22,23 – BPT)
Toda a Bíblia mostra que Deus nunca virou as costas ao homem e à mulher, criados à Sua imagem e semelhança. O homem preferiu fazer o contrário do que Deus lhe tinha dito para fazer, ao comer da árvore da ciência do bem e do mal. Nada diferente do que todos nós continuamos a fazer. A partir da primeira desobediência no jardim do Éden o comportamento do homem e da mulher, precipitou-se afastando-se cada vez mais da vontade divina. O problema do homem não consiste em não saber como deve viver. Tem uma consciência que lhe serve de bússola, tem os dez mandamentos e a revelação bíblica das consequências tipificadas na vida de homens e de mulheres em vários momentos e contextos.
A questão é mais profunda. Está dentro da sua natureza espiritual, no que o homem é. E isso não se muda pela parte de fora. Não basta a educação e a instrução, a doutrinação ou os constrangimentos socioculturais.
No plano divino a solução passava pela presença de Deus entre os homens, pelo Emanuel – Deus connosco! Jesus apareceu entre nós. Nasceu como todos os homens. Comeu à nossa mesa. Multiplicou e partiu o nosso pão. Bebeu do nosso vinho. Sentou-se à mesa com religiosos e pecadores. E, finalmente, usou o pão e o vinho como símbolos do Seu corpo e do Seu sangue, na Sua morte. Sim, experimentou a nossa morte. Não tinha de morrer, como não tinha de nascer como homem. Não tinha de ser rejeitado e ofendido. Não tinha que usar uma coroa de espinhos. Não tinha que ser julgado por um tribunal injusto. Não tinha que enfrentar políticos corruptos. Não tinha que responder às insinuações preconceituosas e hipócritas dos aparentemente poderosos. Não tinha que chorar as nossas lágrimas. Não tinha que ser acusado de fazer o que fazia pelo poder dos demónios. Não tinha que ser pendurado numa cruz. Não tinha que ser depositado num túmulo.
Mas veio. Não se poupou a nada. Sofreu tudo o que de pior poderia ter experimentado, às mãos das Suas criaturas. Com uma só palavra, um só gesto, um só pestanejar poderia reduzir a pós os Seus detratores. Mas como o profeta Isaías escreveu cerca de séculos antes da crucificação de Jesus: “O seu aspecto não tinha qualquer atractivo. Era desprezado e abandonado pelos homens, como alguém está cheio de dores e habituado ao sofrimento, e para o qual se evita olhar. Era desprezado e tratado sem nenhuma consideração. Na verdade ele suportava os nossos sofrimentos e carregava as dores, que nos eram devidas. Mas ele foi trespassado por causa das nossas faltas, aniquilado por causa das nossas culpas. O castigo que nos devia redimir caiu sobre ele; ele recebeu os golpes e nós fomos poupados. Todos nós vagueávamos como rebanho perdido, cada qual seguindo o seu caminho; mas o SENHOR carregou sobre ele as consequências de todas as nossas faltas. Foi vexado e humilhado, mas a sua boca não se abriu para protestar; como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador, a sua boca não se abriu para protestar. Levaram-nos à força e sem resistência nem defesa; quem é que se preocupou com a sua sorte?”. (Isaías 53:3-8 – BPT).
Toda a crueldade, toda a injustiça, toda a maldade da raça humana está espelhada no modo como nós tratámos e nós ainda hoje tratamos a pessoa de Deus entre nós – Jesus Cristo, o Filho de Deus. De igual formam, do modo como O tratamos depende a nossa vida aqui e na eternidade. Se O aceitarmos e nos comprometermos com Ele temos a vida eterna. É aqui precisamente que o NATAL acontece. Jesus veio para mudar-nos por dentro, e levar-nos a uma nova vida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Essa imagem e semelhança estão espelhadas de forma única em Jesus Cristo. É Nele e por Ele que essa imagem e semelhança são restauradas. Nascemos para sermos filhos de Deus e termos em Deus o nosso Pai.

Samuel R. Pinheiro

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CONHECER DEUS

CONHECER DEUS
2018julho21 Casamento Ana

“Oh! Que possamos conhecer o SENHOR! Apressemo-nos a conhecê-lo! Responder-nos-á tão seguramente como o aparecimento da alva todas as manhãs ou como a chuva da primavera que rega a terra.” (Oséias 6:3)

Deus é pessoal – 3 pessoas numa unidade absolutamente perfeita. Não é simplesmente uma rubrica do conhecimento filosófico ou teológico. Não é um assunto, um silogismo, um somatório de ideias feitas, um dogma, uma teoria. DEUS É DEUS. Todo o conhecimento cognitivo que podemos ter Dele tem o seu lugar, mas CONHECER DEUS é muitíssimo mais do que isso.
Deus é espírito, luz, amor e santo que podemos conhecer pessoal e individualmente, porque somos imagem Dele – imago dei, porque a nossa mente foi criada de tal modo que O podemos entender e o nosso coração (alma e espírito, emoções, consciência e vontade) foram criadas de modo que nos podemos relacionar e percebê-lO. TENHAMOS TANTO DESEJO EM CONHECER A DEUS COMO ELE TEM EM SE DAR A CONHECER!
Não conhecemos a Deus pela genialidade da nossa inteligência, mas na sinceridade da nossa disponibilidade. “Encontrar-me-ão quando me buscarem de todo o vosso coração, com toda a diligência.” (Jeremias 29:13 – O Livro).
Todos O podemos conhecer com mansidão e humildade. Foi Jesus quem disse: “Aprendam de mim, porque sou brando e humilde”. (Mateus 11:29 – O Livro)
Dentro de cada homem e mulher há uma aspiração para conhecer Deus. Todos nos interrogamos acerca de quem somos, do nosso propósito e desígnio, de onde viemos e para onde vamos, o que é que estamos aqui a fazer. A humanidade pode apresentar várias alternativas, mas a resposta não se encontra dentro dos nossos limites. Nós não somos a razão de nós mesmos. Não nos criámos. Foi Agostinho de Hipona que declarou que fomos criados para Deus e só nos satisfazemos e realizamos Nele. “Tudo tem o seu tempo próprio e ainda que Deus tenha posto no coração do ser humano a ideia da eternidade, mesmo assim o homem não consegue atingir inteiramente o propósito das obras de Deus, desde o princípio até ao fim.” (Eclesiastes 3:11 – O Livro). Não, não fomos criados para a morte, nem fomos criados para a solidão cósmica. Não fomos criados apenas para nós próprios porque não nos bastamos. Deus não é um tapa-buracos, Deus é para a inteireza de todo o nosso ser: espírito, mente, coração, sentimentos, emoções, consciência e vontade, e para o nosso corpo. Deus é para a totalidade da nossa vida individual, familiar, eclesial, profissional, cultural e de lazer.
Tudo à nossa volta nos fala acerca de Deus. Do mesmo modo como uma pintura fala do pintor ou a escultura fala do escultor. Algumas vezes parece que perdemos o sentido de nos deslumbrarmos diante da natureza, da imensidão do mar, de um nascer ou de um pôr-do-sol, de um botão de uma flor. O conhecimento acerca do que nos envolve não substitui o Criador de todas as coisas, do mesmo modo como a explicação de como funciona um relógio não nega a existência do relojoeiro.
“Os céus expressam a glória de Deus
e o firmamento demonstra a obra das suas mãos.
Cada dia transmite mensagem ao dia seguinte
e cada noite compartilha conhecimento a outra noite.
Não pronunciam discursos, nem palavras,
nem fazem ouvir a sua voz.
Contudo a sua mensagem vai por toda a Terra, até às suas extremidades;
o Sol mora nos céus, que Deus fez como uma tenda para ele.
Atravessa o firmamento, levantando-se,
radiante como um noivo para o casamento,
jubiloso como um atleta, preparando-se para competição.
Atravessa o céu de ponta a ponta
e nada se pode furtar ao seu calor.” (Salmo 19:1-6 – O Livro)

“Desde a criação do mundo que os homens entendem e claramente veem, através de tudo o que Deus fez, as suas qualidades invisíveis: o seu eterno poder e a sua natureza divina. Não terão, portanto, desculpa de não conhecer a Deus.” (Romanos 1:20 – O Livro)

Dentro de nós a mesma voz se ouve. A natureza teria sido muito cruel se nos tivesse outorgado uma inteligência para chegarmos à conclusão de que tudo é um absurdo, sem sentido, propósito e desígnio. Temos uma inteligência com um maior ou menor coeficiente e temos uma inteligência emocional e espiritual suficiente para sabermos acerca de Deus. Como disse Pascal. “o coração tem razões que a razão desconhece”.
Mesmo o mal, o sofrimento e a dor nos falam de Deus por muito estranho que isso nos soe. Falamos de Quem sabe o que é padecer. Não à distância. Nunca como espetador. Ele visitou-nos no mundo real infestado pela maldade, pelo poder corrupto, inveja, homicídio, guerra, doença, discriminação, racismo, xenofobia e em que a própria ideia de santidade estava conspurcada pelo legalismo e pela hipocrisia. Os representantes de Deus não O conheceram entre nós e mataram-nO. Pensamos que nós faríamos tudo de modo diferente, mas como reagiríamos a quem denunciasse com a Sua vida os nossos segredos, motivações e intenções que escondemos de nós próprios e dos outros. Ele seria considerado hoje como está na ordem do dia, um hacker não informático, mas do nosso mais profundo íntimo. Tornaríamos tudo legal. Criaríamos as leis suficientes para que fosse condenado. Em defesa do nosso sistema e temendo a sua rutura, eliminaríamos a VERDADE em carne e osso. E voltaríamos a tentar prendê-lO à morte e ao túmulo. A história não se repetirá mas paulatinamente caminha para o seu clímax. JESUS VOLTARÁ EM GLÓRIA. A História que Deus delineou desde a eternidade cumprir-se-á e Deus viverá com o Seu povo como o último livro da Bíblia nos apresenta e alimenta a nossa esperança e expetativa. Ninguém, nenhum “dono disto tudo”, nenhuma potestade, nenhuma força, nenhuma arma nuclear ou química, O impedirá.
“Então vi um novo céu e uma nova Terra, porque o velho céu e a velha Terra tinham desaparecido, e o mar também já não existe. E depois vi, eu próprio, a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, esplendidamente bela, como uma noiva no dia do casamento.
E ouvi uma voz muito forte, que vinha do trono, dizendo: “Eis que a morada de Deus é agora entre o seu povo! Ele habitará com eles e eles serão o seu povo. Deus mesmo estará com eles. Limpará de seu olhos toda a lágrima e não haverá mais morte; nem haverá tristeza, nem choro nem dor. Tudo isto pertence, para sempre, ao passado.”
E o que estava sentado sobre o trono disse: “Estou a fazer tudo de novo!” E dirigindo-se a mim acrescentou: “Escreve o que te vou dizer, porque são palavras verdadeiras e dignas de toda a confiança.” E depois disse: “Está tudo cumprido! Eu sou o Alfa e o Ómega, a origem e o fim.” (Apocalipse 21:1-6 – O Livro).
Deus fala-nos na nossa língua, usando a nossa linguagem pela Sua palavra – o maior best-seller de todos os tempos e cuja influência em todos os domínios é impossível de medir. Da mesma forma que a nossa inteligência foi plasmada pela inteligência divina e assim podemos entender Deus, também a capacidade de comunicação nos foi dada para ouvirmos e percebermos o que Deus diz. Se queremos ouvir Deus basta abrirmos a Bíblia e escutarmos o que ela nos diz. Não basta ter a Bíblia na biblioteca, é essencial lê-la e vivê-la. Tudo o que precisamos saber está lá e não nos percamos em especulações interpretativas. Agradecemos a Deus por todos os que foram usados por Ele para meditar e comentar o texto bíblico. Mas verdade seja dita que não há nenhuma interpretação ou intérprete que possa substituir o texto da Bíblia. Pela Palavra inspirada, nesse cânone sagrado, recebemos fé para caminharmos com Deus, é-nos apresentado como fomos criados e o desastre provocado pela desobediência no exercício de uma liberdade que transformámos em prisão. Podemos argumentar que isso não é legítimo, que não está bem estarmos confinados a uma condição pela decisão de outros, mas a realidade é que todos nós decidimos do mesmo modo todos os dias, e podemos fazer o contrário e participar de uma nova realidade que num dia destes se tornará definitiva e plena. A Palavra de Deus é o nosso alimento espiritual e emocional: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus 4:4 – O Livro). Ouvimos Deus pela Palavra e falamos com Ele em oração, intercessão, adoração, louvor e ação de graças.
“Porque toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para nos ensinar, para nos repreender, para nos corrigir, para nos instruir no caminho da justiça. Para que todo aquele que pertence a Deus seja reto e perfeitamente habilitado a executar o que é bom.” (2 Timóteo 3:16,17 – O Livro).
Deus nos fala presencialmente na História demolindo todas as barreiras e tomando a forma humana no ventre da virgem Maria. JESUS É A PESSOA CENTRAL DE TODA A BÍBLIA, toda a narrativa desagua Nele e o exalta. Chegamos aqui ao expoente de toda a revelação pessoal de Deus. É o tema por excelência e é a Grande História que a Bíblia nos apresenta. A divisão da nossa história, porque é também a linha de divisão entre o antes e depois de Jesus em nós. Esta a mensagem que distingue o Cristianismo. Deus tornou-se visível e palpável. Um mistério que não conseguimos decifrar. Mas que acolhemos na perspetiva de que somos muito maiores do que pensamos, porque somos geração de Deus e em Jesus somos feitos Seus filhos. Se queremos saber quem Deus é olhemos atentamente para Jesus Cristo. Só há um caminho para chegarmos ao Pai. Foi o próprio Jesus que o disse: “Ninguém pode chegar ao Pai sem ser por mim.” (João 14:6). Não há nenhum triunfalismo da nossa parte. Mas também só podemos viver a vida cristã no gozo desta verdade. Alegramo-nos e regozijamo-nos nesta certeza. A vida de Jesus foi atestada pelo sobrenatural e pelo miraculoso, e ainda hoje o Seu poder se manifesta segundo a Sua soberania. “Os discípulos de Jesus viram-no realizar muitos outros sinais além dos registados neste livro. Estes vêm aqui descritos para que creiam que ele é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo nele, tenhais vida em seu nome.” (João 20:30,31 – O Livro). Não há vida cristã sem o sobrenatural, ela começa de forma sobrenatural e se desenvolve assim. Jesus apresentou-se como EU SOU (o pão da vida; a luz do mundo; a porta das ovelhas; o bom pastor; a ressurreição e a vida; o caminho, a verdade e a vida; a videira verdadeira). Perdoou os pecados e aceitação adoração, curou os enfermos, multiplicou pão e peixe, saciou os famintos, tocou os intocáveis, ressuscitou os mortos. Foi acusado de ser amigo de publicanos e pecadores. “Vim eu, o Filho do Homem, e porque aceito ir a uma festa e beber o vinho que me é oferecido, logo se queixam de que sou comilão e beberrão e de que sou amigo de cobradores de impostos e pecadores!” (Mateus 11:19 – O Livro).
7 EU SOU

“EU SOU o pão da vida” disse Jesus em João 6:34.
“EU SOU a luz do mundo” disse Jesus em João 8:12.
“EU SOU a porta das ovelhas” disse Jesus em João 10:9.
“EU SOU o Bom Pastor” disse Jesus em João 10:11.
“EU SOU a ressurreição e a vida” disse Jesus em João 11:25.
“EU SOU o caminho, a verdade e a vida” disse Jesus em João 14:6.
“EU SOU a videira verdadeira” disse Jesus em João 15:1.
“Nunca ninguém viu a Deus, mas o seu Filho único, que vive na intimidade do Pai, esse revelou.” (João 1:18 – O Livro).
“Anteriormente Deus falou aos nossos antepassados de muitas maneiras por intermédio dos profetas. Agora, nos tempos que vivemos, falou-nos através do seu Filho, a quem deu todas as coisas e por meio de quem criou tudo o que existe. Este reflete a glória de seu Pai e é a imagem perfeita da sua pessoa. Ele mantém todo o universo pela autoridade da sua palavra. Tendo morrido para nos purificar da culpa dos nossos pecados, sentou-se à direita do Deus glorioso, nos lugares celestiais.” (Hebreus 1:1-3 – O Livro).
Por natureza e condição não gostamos do que Deus nos tem a dizer sobre nós próprios e a Sua presença nos mostrou e evidenciou. Somos pecadores. Pecamos. O pecado gera a morte e leva-nos ao inferno. O pior que pode acontecer a um homem é Deus entrega-lo a si mesmo e fazer a Sua vontade. A humanidade divide-se em dois grupos apenas: os que dizem a Deus seja feita a Tua vontade, e aqueles a quem Deus diz, seja feita a vossa vontade (Philip Yancey).
Mas o tratamento para a verdade que Deus nos apresenta custou a Ele o que nós não conseguimos atingir, e que é simultaneamente a dimensão do nosso problema. Deus assumiu o que de modo algum podíamos fazer por nós próprios. Jesus morreu a nossa morte, e Nele somos devolvidos à vida quando nos arrependemos (mudamos de perspetiva e de mente), e nos convertemos a Ele.
Só nos conhecemos a nós próprios quando conhecemos o nosso Criador e Redentor.
Só podemos voltar a ser o que fomos criados para ser quando conhecemos Deus em Jesus Cristo e O aceitamos como Salvador e Senhor.
O que Jesus nos veio proporcionar não é um código ético e moral, antes de tudo o mais e em primeiro lugar. A humanidade já tinha lei moral suficiente para perceber que não consegue viver à altura desses requisitos. Por isso o que nós precisamos é de um Salvador e Redentor. Para essa salvação e redenção Jesus morreu e ressuscitou. Quando O recebemos somos mudados interiormente. A isso Jesus chamou de novo nascimento numa conversa com um líder religioso, escrupuloso em todos os requisitos da lei. “É realmente como te digo: quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus:” (João 3:3 – O Livro). E o apóstolo Paulo que foi um religioso militante e radical escreveu: “Se alguém está ligado a Cristo transforma-se numa nova criatura; as coisas antigas passaram; tudo nele se fez novo!” (2 Coríntios 5:17 – O Livro).
Aqui reside a intransponível diferença entre a religião qualquer que ela seja e a pessoa de Jesus Cristo. A religião é o esforço do homem para alcançar a Deus, e Jesus Cristo é Deus tomando a iniciativa para se dar a conhecer pessoalmente. A religião diz faça, e Jesus Cristo diz-nos está feito. A religião considera que alcançamos a bem-aventurança futura através das boas obras, e em Jesus Cristo somos salvos por meio da GRAÇA. Graça é o conceito que distingue o evangelho como boa notícia. “Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto, a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso. Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que planeou para nós.” (Efésios2:8-10 – O Livro). Deus propício em relação à humanidade mediante a cruz. A partir dessa experiência salvífica em que somos feitos uma nova criação, há uma nova vida a ser vivida. Aqui a ética e a moral são vistas de um modo diferente. A vida cristã resulta do novo homem refeito em Jesus Cristo e no poder do Espírito Santo. O modelo e o padrão são de uma inexcedível exigência: “Vocês, porém, devem ser perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. (Mateus 5:48 – O Livro), sobre o mandamento de amar os próprios inimigos. Só assim estamos qualificados para resistirmos à pressão da sociedade, da velha natureza e dos poderes do mal.
“Por isso, quero avisar-vos, em nome do Senhor, que não andem mais como os gentios que deambulam em pensamento ilusórios. Os seus entendimentos estão obscurecidos; a sua ignorância das coisas espirituais e a sua insensibilidade à voz divina afastou-os da vida de Deus. Tendo feito calar a voz das suas consciências entregaram-se a tudo o que é imoralidade, procurando com avidez satisfazer os seus desejos corruptos.
Mas esse não é o caminho que Cristo vos ensinou! Se prestaram ouvidos à sua voz, sabem bem como em Jesus está a verdade, e foi nela que foram instruídos. Vocês foram ensinados, relativamente à forma de vida que levavam anteriormente que se devem desfazer dessa velha natureza que vai apodrecendo na sua própria imoralidade, nas suas ilusões. E que o vosso entendimento se deve renovar nas atitudes a tomar na vida. Devem revestir-se do novo homem que é criado por Deus e que se manifesta na verdadeira justiça e santidade.
Por isso, deixem a mentira e falem a verdade com os outros, porque somos membros de um só corpo. Não pequem, deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe, coloquem um fim à vossa irritação. Não deem ocasião para que o Diabo encontre meio de vos fazer cair. Aquele que roubava ou que explorava fraudulentamente pare com isso de uma vez. Trabalhe e ganhe a vida pelos seus próprios meios, honestamente, de forma até poder ajudar outros menos favorecidos.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra suja; que tudo o que for dito sirva de ajuda e encorajamento para aqueles que vos ouvem. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, o qual vos marcou com um selo, como garantia da vossa redenção. Façam desaparecer do vosso meio todo o mau humor, assim como a cólera, a ira, as discussões, tal como as injúrias e as revoltas rancorosas. Em vez disso, sejam amáveis e compassivos uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Cristo também vos perdoou. (Efésios 4:17-32 – O Livro).
A experiência do amor de Deus em Jesus Cristo é ainda mais saliente quando nos é apresentada através do apóstolo que foi um dos maiores perseguidores religiosos da Igreja nascente. Porventura alguém que não conhecia esta realidade ou para quem essa realidade estava envolta e distorcida pelas lentes da letra que mata e não do Espírito que vivifica. Ao escrever aos Efésios a sua oração ressoa de um modo que não nos deixa indiferentes e nos estimula a caminharmos nessa relação pessoal que nos leva às alturas e às profundidades desse amor único e singular. Como seria o nosso mundo se essa fosse a oração vivida de cada um dos cidadãos. Assim deve ser a Igreja de Jesus Cristo. O conhecimento de Deus só acontece nesta dimensão. Não podemos fazer nada para que Deus nos ame mais, nem nada para que nos ame menos (Philip Yancey).
“E o pedido que lhe faço é que, segundo os seus recursos gloriosos, vos fortaleça poderosamente no vosso interior pelo Espírito; e que Cristo, devido à vossa fé nele, habite cada vez mais nos vossos corações. E então, bem estabelecidos e enraizados no amor de Deus, poderão, em comunhão com todos os crentes, compreender com clareza o significado do amor de Cristo para convosco, em toda a sua dimensão: extensão, profundidade, vastidão e altura. Que possam experimentar esse amor, ainda que ultrapasse toda a compreensão. E assim ficarão cheios de toda a plenitude da presença de Deus.
Àquele que, pelo poder que atua em nós, é capaz de tudo realizar muito para além do que pedimos e pensamos, a ele seja dada glória na igreja, e em Cristo Jesus, através de todas as gerações, para todo o sempre! Amém! (Efésios 3:16-21 – O Livro).
Depois da Sua partida Jesus nos deixou o Espírito Santo para habitar em cada um dos Seus seguidores como Consolador e Ajudador, e esse Pentecostes em que as maravilhas de Deus foram faladas em cada uma das línguas presentes em Jerusalém, continua. “Todos ouvimos estes homens contar nas nossas diversas línguas os poderosos milagres de Deus!” (Atos 2:11 – O Livro). A nossa vida não foi trazida à existência para a vivermos sozinhos. Ela foi criada para ser vivida com o seu Criador. No dia 30 de agosto no Jornal Público, a jornalista Bárbara Wong escrevia: A solidão é o nosso maior medo. Qual é o nosso maior medo? A morte (a nossa ou a dos que amamos), a doença, a pobreza, a desumanidade… As respostas ao Questionário de Proust têm passado muito por aqui e Maria do Céu Antunes, a ministra da Agricultura, acrescenta outra, sinónimo de todas estas: “A solidão.” Com Deus nunca estamos sozinhos porque passamos a ser o templo móvel da Sua presença, mas também somos parte da Sua família a que Jesus chamou de Igreja. É impressionante pensar que Deus nos criou para sermos Sua habitação, e para vivermos com Ele eternamente. “Há muitas moradas onde vive o meu Pai e vou aprontá-las para a vossa chegada. Quando tudo estiver pronto, então virei para vos levar, para que possam estar sempre comigo onde eu estiver.” (João 14:2 – O Livro).
Em Jesus temos uma dupla revelação de Deus e de nós como humanidade. Fomos criados para ser como Ele e vivermos a qualidade de vida espiritual e emocional que Ele viveu, a ética e moral que Ele viveu de forma espontânea e (sobre)natural. Em Jesus temos o contraste entre o que fomos criados para ser e no que nos tornámos, mas também no que viremos a ser Nele agora e na eternidade. Se Ele conseguiu viver assim nós também o conseguiremos. Nele temos a garantia de uma nova vida ressurecta e glorificada.
Este é um conhecimento que nunca nos deixará iguais. Não é uma filosofia de vida. É a própria vida. Jesus é a REALIDADE a que somos convidados e convocados.
COMO COMPARTILHAR O CONHECIMENTO DE DEUS, numa nota final e essencial, porque o conhecimento de Deus não é para mantermos em segredo, não é para uma pequena elite de eleitos nem para um clube fechado de iluminados. Poderemos mesmo dizer que não é possível que assim aconteça. De qualquer jeito, através de todos os meios DEUS SE FAZ CONHECER E SE TORNA CONHECIDO. Mesmo nos regimes mais fechados, quando alguns ditadores julgam que O podem fechar às 7 chaves, ou quando religiosos de qualquer matriz querem colocar Deus numa jaula ou numa caixa enfeitada, Deus irrompe e vai para onde sempre pretende estar – na praça pública. Não há templo de pedra e vitrais que O possa conter. É nosso privilégio dar a conhecer Deus e o modo que melhor condiz com a Sua natureza e modo de agir, é através da nossa vida, e na expressão do amor de uns para com os outros. A VIDA COMO UM TODO, na sua inteireza e sem fragmentações, libera o conhecimento de Deus.
“Assim, dou-vos agora um novo mandamento: que se amem uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim devem amar-se uns aos outros. O vosso amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos.” (João 13:34, 35 – O Livro).
FOI ASSIM QUE A IGREJA SE AFIRMOU NA PRÁTICA DO BEM COM A PROCLAMAÇÃO DE JESUS CRISTO, NO ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO. “Recomendando-nos, em todo o caso, que nos lembrássemos dos mais desfavorecidos, o que sempre procurei fazer com toda a dedicação.” (Gálatas 2:10 – O Livro). “Não nos cansemos então de fazer o bem, porque a seu tempo viremos a recolher muitas bênçãos, se formos perseverantes. E assim, sempre que tenhamos oportunidade, pratiquemos o bem para com todos, mas primeiramente para com os que têm a mesma fé que nós.” (Gálatas 6:10 – O Livro). “Como sabem, os líderes entre os gentios dominam entre eles e os grandes tratam-nos autoritariamente. No vosso meio, porém, não será assim. Quem quiser ser grande no vosso meio será vosso servo. E quem quiser ser o primeiro no vosso meio será como vosso escravo. A vossa maneira de proceder deve ser a mesmo do Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgate de muitos.” (Mateus 20:25-28 – O Livro). Mateus 25:31-46.
NÃO HÁ VOCAÇÃO MAIOR DO QUE CONHECER E DAR A CONHECER O DEUS TRINO – PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, em tudo o que somos e em tudo o que fazemos.
“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR: como a alva a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Oseias 6:3 – JFA)
Samuel R. Pinheiro

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OS TALENTOS

OS TALENTOS

Jorge Pinheiro

Dr. Jorge Pinheiro

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada segundo a sua capacidade e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. Mas o que recebeu um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: ”Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.” E o seu senhor lhe disse: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” E, chegando também o que tinha recebido dois talentos disse: “Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.” Disse-lhe o seu senhor: “Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” Mas chegando também o que recebera um talento, disse: “Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.” Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: “Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei. Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.” (Mateus 25:14-27)
Jesus ensina através de três métodos:

Milagres; ensino directo em privado ou em público; parábolas. Ao utilizar qualquer destes métodos, Jesus transmite sempre algum ensino.

Em todo o Seu ensino, o tema central foi o reino dos céus ou reino de Deus. O primeiro destes dois termos é utilizado preferencialmente por Mateus, enquanto o segundo pelos restantes evangelistas sendo ambos sinónimos. Vamos encontrar esta ênfase na proclamação do reino de Deus:

1. na Sua primeira proclamação: Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus (Mateus 4:17), repetindo, de resto, a mesma proclamação de João Baptista (Mateus 3:2).

2. nas Beatitudes: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mateus 5:3).

3. na oração do Pai Nosso: Venha o Teu reino, no versículo 10, em Mateus 6:9-13.

4. nos milagres, quando Lhe chamavam filho de David, reconhecendo implicitamente a Sua realeza (Mateus 20:30)

5. no julgamento perante Pilatos, que Lhe perguntou: És rei dos Judeus? (Mateus 27:11).

6. na crucifixão. Sobre a cruz estava a Sua acusação Este é Jesus rei dos Judeus, a célebre abreviatura INRI (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum – João 19:19).

7. nas parábolas. Todas elas estão relacionadas com o reino. Muitas delas começam com a frase O reino dos céus é semelhante a um tesouro, uma rede, uma pérola, um grão de mostarda, etc. (Mateus 13:44-47)

O texto que lemos é, então, uma parábola e, como tal, fala de alguma característica ou aspecto do reino dos céus. Ou seja, só a podemos interpretar no quadro do reino dos céus.

Há uma parábola semelhante a esta em Lucas 19:11-27 que apresenta algumas diferenças:

Mateus                                                          Lucas
talentos                                                         minas
última parábola                                             penúltima parábola
senhor dos servos                                        homem nobre, um rei
não há referência a inimigos                        manda matar os inimigos
Embora com algumas diferenças formais, podemos dizer que ambas abordam o mesmo tema e em ambas podemos extrair a mesma lição.

As parábolas eram muito comuns na cultura oriental do tempo de Jesus e consistem em histórias ficcionadas, embora com elementos da vida real, que procuram explicar ou realçar uma verdade complexa, apontando para uma aplicação prática. Ou seja, elas retratam um determinado universo com as suas leis e normas e realçam uma verdade central que constitui a lição a extrair dessa história.

Assim, nesta, o universo em que ela decorre é o reino de Deus ou dos céus, segundo a expressão de Mateus e a lição a extrair é a da mordomia dos seus súbditos face aos bens desse reino que lhes são confiados.

Embora não se possa ou não se deva fazer doutrina baseados apenas numa parábola ou nos seus pormenores, podemos extrair delas lições e verdades práticas. E todas as conclusões que delas extraímos têm de se encaixar plenamente no ensino geral de Jesus.

Posto isto, que nos ensina esta parábola? Muitos interpretam-na no sentido de os súbditos do reino dos céus utilizarem os seus talentos ao serviço do reino. Provavelmente são induzidos em erro pela utilização do termo “talento” que interpretam como significando as nossas capacidades humanas, tanto físicas, como espirituais ou culturais. Com todo o respeito pelos que assim pensam, essa é uma interpretação muito pobre e, pior, desvirtuadora da lição central da parábola. É verdade que Deus nos equipou com determinadas capacidades pessoais, a que chamamos talentos, e que devemos colocar ao Seu serviço, mas esta parábola não se refere a esses talentos.

Os talentos da parábola referem-se a uma unidade monetária que equivalia a 6000 denários ou dinheiros. No tempo de Jesus, um denário equivalia ao salário de um dia de trabalho (Mateus 20:9). Isso significa que um talento corresponderia a cerca de 20 anos de salários. Pensemos no que cada um de nós ganha por mês e teremos uma ideia do valor em causa. Ora, o senhor dos servos entrega a um 5, a outro 2 e a um terceiro 1 talento que, traduzidos em anos de trabalho, correspondem respectivamente a 100, 40 e 20 anos de trabalho. Não estamos a falar de uma quantia pequena mas de um autêntico tesouro.

Mas mais. Antes de prosseguirmos, substituamo-nos aos servos porque se somos súbditos do reino dos céus, então os servos desta parábola somos nós e o que ela diz e ensina aplica-se-nos. Não é, pois, por acaso que tratamos Jesus por Senhor porque, de facto, Ele é o senhor deste reino dos céus a que pertencemos. Assim, o que o Senhor coloca nas nossas mãos é algo que Lhe pertence e não a nós. Estamos então a falar não de algo que seja nosso (os nossos talentos pessoais) mas de algo que não nos pertence e de que fomos feitos mordomos.

É verdade que não foi dado mesmo valor a todos. E porquê? A parábola não nos diz a razão mas podemos admitir sem muita margem de erro que cada um recebeu de acordo com a sua capacidade de lidar com os valores recebidos. É o que inferimos do versículo 15: “(e entregou) a cada segundo a sua capacidade.” Mas apesar dessa diferença no valor, todos receberam o que se pode considerar um verdadeiro tesouro, algo de excelso valor. De igual modo, nós recebemos da parte do Senhor um valor consoante a nossa capacidade de lidar com ele.

Vemos também que dois deles fizeram render o tesouro recebido que entregaram ao seu senhor quando este regressou. Em termos comparativos, percentuais, ambos entregaram o mesmo valor, uma vez que duplicaram o tesouro recebido. Ou seja, em ambos os casos, o lucro do senhor foi de cem por cento. Uma vez mais, embora cada um de nós receba segundo a sua capacidade de lidar com o que lhe é entregue, temos a obrigação de o fazer prosperar na sua plenitude. E tudo o que for lucro, por assim dizer, não é nosso mas do Senhor que nos fez mordomos dos Seus bens. O que significa que no reino toda a glória tem de ir para aquele que é o verdadeiro dono dos bens do reino. E o dono dos bens do reino não somos nós mas o Senhor. No reino de Deus não há lugar para bandeiras pessoais ou individuais porque toda a glória tem de ser entregue integralmente ao único que merece toda a glória. De resto é o que Deus diz no Antigo Testamento, A minha glória não a darei a ninguém (Isaías 42:8) e o que Jesus ensina na oração do Pai Nosso: Porque Teu é o reino, o poder e a glória. (Mateus 6:13).

Compreendem agora por que razão, não está correcto interpretar os talentos da parábola como referindo-se aos nossos talentos pessoais. É que, em última análise, estaremos a roubar a glória que pertence a Deus. É que nesta parábola, os talentos referem-se a um tesouro que é do Senhor e não às nossas capacidades individuais, embora estas estejam ao serviço dos bens recebidos. A ênfase é dada ao tesouro que cada servo recebeu.

Os servos que fizeram render os talentos não tinham que se preocupar com galardões, primeiro porque, como servos, a sua função é servir dedicada e abnegadamente o seu senhor e, segundo, porque sabendo que o seu senhor era justo, certamente os iria recompensar quando assim o entendesse. De igual modo connosco. Se somos súbditos do reino dos céus, a nossa função é servir aquele de quem dizemos ser o nosso Senhor, sem preocupações de galardão. O nosso galardão já nos está garantido – é o simples facto de sermos achados dignos de servir este Senhor.

Mas em contraste com os outros dois servos, o terceiro assume uma atitude completamente diferente. Em vez de fazer render o tesouro, em vez de o aplicar, em vez de o pôr em acção, porque o tesouro do senhor tinha em si a capacidade de prosperar, torna-o inactivo, escondendo-o na terra. E fá-lo porquê? Por medo. Porque, conforme ele próprio confessou, porque receava o seu senhor. Ou seja, deixou de servir o senhor dos talentos e colocou-se ao serviço de outro senhor – o medo. Foi como se dissesse que o tesouro que recebera não tinha capacidade para se reproduzir, para influenciar outros. E fá-lo na convicção de que, apesar de tudo continua a considerar como seu senhor o senhor dos talentos quando na realidade não está por se ter deixado vencer pelo medo.

De igual modo, muitos de nós, mesmo tendo recebido (porque recebemos) um valor do Senhor do reino, servimo-Lo (ou melhor, des-servimo-Lo) dominados pelo medo. Ao agir assim, estamos a reconhecer que o medo é mais forte que o próprio Senhor. Quantos de nós não acabam por servir o Senhor não por amor mas por medo? Talvez porque o evangelho que nos foi pregado foi o evangelho do terror, do medo. Repare-se que em 1 João 4:18, lemos: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.” O que faz todo o sentido, porque se Deus é amor, então a marca da Sua acção e a característica do reino de Deus é precisamente o amor. No reino de Deus, por trás e na base de toda a nossa acção, deve estar não o medo, o terror, mas o amor. Ao anunciar o evangelho, nunca o anuncie como algo de tenebroso, levando as pessoas a aproximar-se de Deus não porque O amam, mas porque têm medo d’Ele. Porque evangelho significa boas notícias. Como podemos dizer que anunciamos boas notícias quando o que criamos nos nossos ouvintes é o medo de Deus? O medo é arma de domínio e o único Senhor a quem devemos vassalagem não é o medo, mas o Salvador que nos remiu e nos fez entrar no reino de Deus.

Há, então duas atitudes que podemos assumir: ou agimos com amor ou agimos com medo. Ao agir com amor, estamos a servir o Senhor e o Seu reino. Ao agir com medo, estamos a servir ao medo e a excluir-nos da nossa cidadania plena do reino dos céus.

Chegados a este ponto, podemos perguntar com justeza: que tesouro é este que foi entregue aos servos? Que tesouro é este que nos é entregue a nós, servos do reino dos céus? Nunca é de mais realçar que o tesouro não é nosso mas do Senhor. Somos apenas mordomos, servidores desse tesouro que devemos aplicar, pôr em prática, pôr a render, cuidando dele com todas as nossas capacidades individuais.

Que tesouro é este que nos foi entregue? Esta é uma pergunta de fácil resposta. Basta ir aos evangelistas para o descobrir. E embora com uma articulação diversa, podemos dizer que todos afirmam o mesmo, que esse tesouro que nos é entregue é o evangelho de Jesus Cristo. Mateus 28:19 diz: “Ide, ensinai todas as nações … ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”. Em Marcos 16:15, lemos: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho. Em Actos 1:8, encontramos: “recebereis o poder do Espírito Santo … e ser-me-eis testemunhas … até aos confins da terra”. Ensinai, pregai, testemunhai.

A nossa acção está dependente da palavra, da comunicação daquilo que comummente designamos por evangelho. Mas para conseguir levar a bom termo a tarefa que nos foi confiada, temos de perceber em que consiste este evangelho de que falamos e que temos de ensinar, de pregar, de testemunhar. Mas mais do que perceber, temos de o conhecer, que é o grau mais elevado do saber.

Se analisarmos com cuidado e não temos tempo nesta meditação para entrar em mais pormenor e em mais profundidade nessa análise, verificaremos que em primeiro lugar, o evangelho que Jesus anunciou eram de facto boas notícias e que elas se destinavam a todas as áreas do existir humano.

Jesus não se limitou apenas às preocupações religiosas e teológicas, como foi no caso de Nicodemos (João 3), mas:
teve uma palavra para os problemas sociais, como foi o caso da mulher samaritana (João 4),
apresentou uma solução para os problemas físicos e de saúde como foram os casos dos diversos milagres de cura,
deu uma solução às angústias psicológicas como é o caso dos milagres de ressurreição de Lázaro (João 15) e do filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-17).
Jesus esteve também atento às questões sociais como foi o caso do servo do centurião (Lucas 7:1-10),
aos problemas do fisco como mostra o episódio do pagamento do tributo a César (Mateus 17:24-27),
calou os preconceitos raciais como foi o caso da mulher siro-fenícia (Mateus 15:21-28),
estendeu o seu amor aos perseguidos pela sua condição de género, como foi no caso da mulher com o fluxo de sangue (Mateus 9:19-22).

E poderíamos continuar, multiplicando os exemplos, para concluir que Jesus se interessou por todas as áreas da existência humana, o que significa que o evangelho tem uma resposta para cada uma dessas áreas porque todas elas lhe interessam, porque em todas elas o evangelho deve estar presente. O que significa que não devemos limitar o evangelho apenas ao que consideramos a vida religiosa. Se a nossa capacidade não vai mais além, sejamos fiéis nesse pouco. Mas se a nossa capacidade vai mais além, então sejamos fiéis nesse que o Senhor também considera o pouco porque tudo quanto fizermos para Deus será sempre pouco tal a Sua grandeza e tal a necessidade da humanidade caída.

O que significa que, estando no mundo, não podemos fechar os nossos olhos ao que se passa à nossa volta nas mais diversas áreas da existência dos nossos conterrâneos e contemporâneos. Por isso, se vemos alguma injustiça na área social, laboral, moral, judicial ou até governativa, como cristãos temos a obrigação de fazer ouvir a nossa voz, ensinando, pregando, testemunhando não dos nossos talentos pessoais, mas deste tesouro vindo dos céus que é o evangelho de Cristo Jesus. E façamo-lo não por ou com medo, mas com amor, na certeza de que o evangelho é completo e não se limita a prometer um lugar em alguma morada celestial.

Se alguém disser que para chegar a Deus, precisamos de algum intercessor de uma vasta panóplia de intercessores, não nos podemos calar, porque “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” (1 Timóteo 2:5).

Mas também não nos podemos calar quando alguém é discriminado e não é socorrido por ser estrangeiro porque à pergunta “quando te vimos estrangeiro e não te hospedámos?”, o Rei declara que “tudo o que tivermos feito ao estrangeiro a Ele o fizemos” (Mateus 25:35-40)

Se nos disserem que as nossas boas obras nos ganham o perdão de Deus, não nos podemos calar, porque “pela graça sois salvos, mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8).

Mas também não nos podemos calar quando as crianças são maltratadas e abusadas, porque o Rei diz: “Deixai vir a mim os meninos e não os estorveis porque deles é o reino dos céus” (Mateus 19:14).

Se nos disserem que não podemos ter a certeza da salvação e da comunhão directa com Deus, não nos podemos calar, porque “Agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1).

Mas também não nos podemos calar quando o pobre é oprimido e explorado, porque o Rei diz que “o que oprime o pobre insulta aquele que o criou” (Provérbios 14:31).

Como não nos podemos calar quando alguém é prejudicado por causa do seu género e da sua etnia, porque o Rei diz que “em Cristo não há judeu nem não-judeu, não há servo nem livre, não há homem nem mulher porque todos somos um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).

Como não nos podemos calar quando a corrupção ataca a nossa sociedade porque o Rei diz “balança enganosa é abominação para o Senhor” (Provérbios 11:1)

Como não nos podemos calar quando a justiça usa de duplo critério conforme as clientelas, porque o Rei diz que “duas espécies de peso e duas espécies de medida são abominação para o Senhor” (Provérbios 20:10).

Como não nos podemos calar quando o politicamente correcto se sobrepõe tanto ao bom senso quanto ao que é agradável aos olhos de Deus porque se temos de escolher um lado, só podemos escolher o lado do Senhor, porque os que não esconderam os talentos na terra nos deixaram o exemplo: “Mais importa obedecer a Deus que aos homens” (Actos 5:29).

Que cada um de nós que se confessa servo do rei do reino dos céus não esconda na terra os talentos recebidos mas os faça frutificar para que no final possa ouvir: “Bem está, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25:21).

POR QUE RAZÃO CELEBRAR O NATAL?

POR QUE RAZÃO CELEBRAR O NATAL?

Manuel Alexandre Junior

NATAL! Palavra mágica que misteriosamente transforma as pessoas,
enfeita as cidades, enche de colorido as casas, provoca até uma
pausa nas guerras.

O que é o Natal? Recebo e dou a cada passo as Boas Festas. Espanta-
-me o movimento. As pessoas atropelam-se nas lojas e nos passeios.
São prendas, muitas prendas, para contemplar os filhos, os
pais, os avós, e os amigos. Até os presos nas suas celas, os doentes
nos hospitais, os marinheiros no coração dos mares. Mesmo os
criminosos nos seus antros de crime e as prostitutas no seu despudor
celebram o Natal. Nem sequer o materialista e o agnóstico
deixam de o celebrar.

Mas que Natal? Decerto, uma festa banal, semelhante à de todos os
anos. Uma simples festa de amizade ou de família rendilhada de
encanto e prazer. Mas o Natal é mais, infinitamente mais. Tudo isso
lhe veio por acréscimo por força de alguma inspiração pagã. Embora
importante em contexto de relações humanas e altamente cativante
para os mais pequenos, esta maneira de ver e celebrar o Natal não
pode de nenhuma maneira ofuscar o sentido último do verdadeiro
Natal.

Ainda que o Natal perdesse toda a roupagem da imaginação
humana, tudo o que de tradicional e mítico hoje o molda e enforma,
ficar-nos-iam e de forma mais vincada, os traços da sua verdadeira
essência. No fundo, a mensagem do Natal é simples, prática, redentora
e comovente. É o mistério de Deus que se desvenda. É o plano
da sua grande salvação que se concretiza. É a mensagem profética
que se cumpre. É, numa palavra, a celebração do Deus eterno que
rompeu as fronteiras da história e nos visitou aqui, neste mundo de
pecado, de Jesus Cristo que nasceu e se identificou connosco, do
Evangelho que se anunciou nas alturas desde o púlpito do Universo,
e depois desceu para se dar por nós no Calvário.

O Deus pré-existente desce, irmana-se, humilha-se, e o milagre
acontece. Maria, uma santa e piedosa mulher da nossa raça decaída,
tem um filho na sua virgindade. Ela, que até ao momento não
conhecera varão, foi visitada pelo Altíssimo e usada para trazer ao
mundo o Salvador, perfeitamente Deus e perfeitamente homem.
Alguns têm asseverado que o nascimento milagroso de Jesus foi
uma história inventada pelos cristãos primitivos, a fim de dramatizarem
as origens do seu Senhor. A esses perguntamos: como é que
a história de um bebé nascido numa estrebaria e colocado numa
manjedoura, na presença de um carpinteiro e de alguns pastores
socialmente insignificantes, terá conseguido sobreviver ante a competição
com a história da deusa Atena, divindade pagã de tão nobre
estirpe que, segundo a lenda, nasceu sem mãe, brotando espontaneamente
da cabeça de Zeus, já na sua forma adulta? Como foi
também que o nascimento virginal de Jesus se sobrepôs ao mito do
grande imperador César Augusto que, segundo se dizia, nasceu da
união da sua mãe com uma serpente, no templo de Apolo?
Passaram os mitos da grande deusa e do nobre imperador romano.
Mas o histórico nascimento virginal de Jesus permanece. Espanta-
-nos porquê? Com certeza que não, pois trata-se realmente de uma
intervenção sobrenatural e nós cremos no sobrenatural. É que no
grande filtro da história humana o que é mito passa e o que é facto
impõe-se pela sua veracidade e permanece. Passaram as fabricações
dos homens, permanece a verdade eterna do Evangelho.

Para alguns, o principal problema do nascimento virginal está na
violação dos processos naturais. Mas, se nos disserem que nunca
um ser humano nasceu sem um pai e uma mãe humanos, chamamos-
lhe a atenção para a criação do primeiro casal, Adão e Eva. O
que foi mais difícil para Deus? Qual dos dois milagres foi maior? A
criação ou o nascimento virginal de Cristo?

Claro que a Bíblia não está alheia e esta objeção generalizada, e
arma a sua solução no poder de Deus. Gabriel, ao responder a
Maria quanto ao modo do nascimento do seu filho, visto que não
conhecera varão, sentiu a sua perplexidade e respondeu: “porque
para Deus nada é impossível”. Deus tem poder para fazer aquilo que
parece impossível aos homens, aquilo que parece contrariar os processos
naturais. Mas Deus é sobrenatural.

Com efeito, o milagre biológico não é o único na vida do nosso
Salvador. Basta atentarmos para o seu milagre moral: uma vida sem
pecado, totalmente isenta do mal, vivida na pureza, na inocência,
na perfeição.

A Escritura não nos deixa dúvidas. Quando José tomou consciência
do estado de Maria, intentou deixá-la secretamente. Grave luta se
travou no seu coração. Mas durante essa histórica noite mal dormida
em que ele ponderava friamente a sua decisão, o anjo do Senhor
lhe apareceu e o tranquilizou, dizendo: “José não temas receber a
Maria tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo”
(Mateus 1:20).

Foi perante esta tomada de consciência que José caiu em si, interpretando
biblicamente o evento como consumação da mensagem
profética, e observou religiosamente a orientação recebida. Ao dar
ao primeiro fruto do ventre de Maria o nome de Jesus, ele declarou-
-se a primeira testemunha do milagre da grande salvação de Deus
na nova aliança. “José, filho de David”, disse-lhe o anjo do Senhor,
“não temas receber Maria por tua mulher, porque o que nela foi
gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”
(Mateus 1:20-21). Jesus, significa na língua hebraica: Jeová salva. O
nome em si, era uma mensagem. Sempre que José e Maria diziam o
seu nome, o evangelho era proclamado. Jesus (Joshua) era o segundo
Josué que introduziria Israel na prometida terra da salvação, no
reino de Deus.

O Messias veio realizar um ministério de redenção pessoal e espiritual.
Não como libertador político, como tantos o mal-entendiam. O
problema de base do povo de Israel não era essencialmente o da
prepotente dominação romana. Era sim, o do seu pecado. E este é o
problema de cada geração. A causa profunda do mal-estar atual no
mundo não é o antissemitismo dos árabes, o capitalismo ou o
comunismo, nos seus vários estádios de crise; é sim, o pecado no
coração dos homens. Por conseguinte, a maior necessidade dos
nossos dias é também a da grande salvação de Deus, a libertação de
Deus, a libertação da força tremenda do mal, a transformação do
homem a partir do seu íntimo, do seu interior. Foi para isso que
Jesus veio. É por isso que celebramos o Natal.

Jesus é o Emanuel, o enviado do Pai, o próprio Deus feito carne. É
‘Deus connosco’ pelo mistério do nascimento virginal. Estes dois
nomes de Cristo, aqui sublimemente anotados pelo evangelista Mateus, têm sido muitas vezes contrastados: O primeiro – Jesus –
assinala o seu ofício: Ele salva, veio buscar e salvar o que se havia
perdido. Não veio para destruir as almas dos homens, mas para
salvá-las. O segundo – Emanuel – arma a sua natureza, a sua
essência: Ele é Deus, essencial e substancialmente Deus, em forma
visível, humana, palpável, inenarrável e aceitável.

O nascimento de Cristo está intimamente ligado à sua cruz. Como
dizia Helmut Thielike: Manjedoura e cruz, ambas são feitas da
mesma madeira. Por outras palavras: Se Jesus possuísse a natureza
de José seu pai adotivo, ele carregaria também entranhadamente o
seu pecado. E se ele entranhasse o seu pecado não poderia ser o
nosso Salvador pelo sangue do Calvário. Cristo, porém, é Deus connosco
tanto na manjedoura como no Calvário; Deus a favor de nós
e ao nosso lado, dando-se na cruz como nosso Salvador pessoal e
Senhor eterno da nossa vida.

Natal como o entendo, é isto na sua essência. Conhecemo-lo pela
palavra divina, e sabemo-lo pela experiência vivida no novo nascimento.
Mais importante que celebrarmos o Natal em benefício de
nós mesmos, é celebrarmo-lo para o louvor e glória de Deus em
Cristo. Pois este é, não o nosso, mas o Seu Natal. E que interesse
teria recordarmos que Ele nasceu há dois mil anos em Belém da
Judeia, se não houvesse lugar para Ele no coração dos homens? No
meu, no teu, no nosso coração? Também no Natal demonstramos o
nosso cristo-centrismo e damos testemunho do milagre do nosso
novo nascimento espiritual. Glória, pois, a Deus na pessoa do Emanuel!

Manuel Alexandre Júnior

 

Reflexão recebida da ASPEC – Associação de Profissionais e Empresários Cristãos, com a permissão da sua divulgação e que agradecemos

 

“Na casa de meu Pai há muitos lugares”

“Na casa de meu Pai há muitos lugares”

SamuelPinheiro 2016out

Um dia vamos partir. Não temos residência permanente aqui. Estamos de passagem. Somos forasteiros e peregrinos. A nossa hora chegará impreterivelmente. Não há como contornar ou escapar. Apenas escaparemos à morte se Jesus vier antes. Este é o último inimigo a ser defrontado, mas é já um inimigo vencido porque Jesus morreu e ressuscitou. Isso significa que a morte já não tem poder sobre nós. O apóstolo Paulo exulta de modo apoteótico no capítulo quinze da primeira carta que o Espírito Santo inspirou para ser remetida em primeiro lugar à igreja na cidade de Corinto: “Ó morte, onde está agora a tua vitória? Onde está o teu poder de matar? O poder da morte é o pecado e o que dá poder ao pecado é a lei. Graças a Deus que nos deu a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!” (versículos 55 e 56 – BPT).
A declaração que nos serve de título foi proferida por Jesus Cristo. Na realidade só Ele a podia fazer considerando a Sua identidade como o Filho de Deus, o próprio Deus entre nós como o Homem. A morte não faz parte dos planos futuros de Deus, nem dos Seus planos criativos. Ela é a antítese de Deus. Deus é vida. A desobediência, o pecado, é que introduziram a morte na raça humana. O homem não foi criado para morrer, mas para viver a vida de Deus para sempre. Jesus veio porque nenhum homem  podia destruir o poder da morte. Só Ele estava em condições de a destruir e foi isso que Ele fez. Mas ela não podia ser destruída por decreto, tinha que ser destruída passando por ela, experimentando-a. Deus não pode estar sujeito à morte. Não sendo gerado em pecado e não tendo nunca cometido pecado, a morte não tinha domínio sobre Jesus e Ele não podia ser morto. Só Ele se podia sujeitar de vontade própria à morte, e ainda assim, segundo a determinação divina, suportando sobre Si todo o nosso pecado. Por isso desde esse momento, o pecado e a morte foram destruídos. O perdão está ao nosso alcance, é-nos oferecido e com ele a libertação da pena de morte.
Na morte estaremos sozinhos, ninguém estará lá para nos acompanhar, a não ser que entreguemos antecipadamente a nossa vida nas mãos de Jesus nosso Criador e Redentor, Salvador e Libertador. Por isso David, o Salmista, no Salmo vinte e três, inspirado pelo Espírito Santo e ainda antes da vinda de Jesus á terra na Sua missão salvadora, pode declarar em fé: “Ainda que eu atravesse o vale da sombra da morte, não terei receio de nada, porque tu, Senhor, estás comigo. O teu bordão e o teu cajado dão-me segurança.” (verso 4 – BPT)
Não gosto da morte. A morte é uma afronta, um “ente” estranho, um intruso. A partida dos meus próximos, dos meus entes queridos e amigos perturba-me, é um momento doloroso a separação. A Bíblia não esconde a dor causada pela morte de várias personagens, não esconde inclusivamente o facto de que Jesus chorou diante do sepulcro do seu amigo Lázaro, que logo haveria de trazer de volta à vida. Só o Criador para sentir como nenhum outro a perturbação causada na Sua obra pelo pecado. O Novo Testamento não cala a dor e as lágrimas em um ou outro momento da morte de alguns dos seguidores de Jesus. Mas essa dor perfeitamente compreensível é acompanhada de uma gloriosa esperança. No episódio da ressurreição de Lázaro Jesus declarou a Marta, uma das irmãs do defunto: “Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, mesmo que morra, há-de viver. E todo aquele que está vivo e crê em mim, nunca mais há-de morrer. Crês tu nisto?” (João 11:25,26 – BPT)
Quando Jesus proferiu as palavras que usamos como título neste editorial, Jesus começa por sossegar o coração dos Seus discípulos e trazer-lhes ânimo e conforto, fé e esperança: “Não estejam preocupados. Uma vez que têm fé em Deus, tenham também fé em mim! Na casa de meu Pai há muitos lugares; se assim não fosse, ter-vos-ia dito que vou preparar-vos um lugar? Eu vou à vossa frente para vos preparar lugar. E depois de vos ir preparar um lugar, hei-de voltar para vos levar para junto de mim, de modo que estejam onde eu estiver.” (João 14:1-3 – BPT) A razão das razões pra crermos em Jesus é a vida e não a morte. Crer em Jesus significa vida e ainda mais vida, para usar a expressão que Eugene H. Peterson, usa na paráfrase A MENSAGEM (Filipenses 1:21). Como escreveu o apóstolo Paulo acerca de si mesmo, nós também em Jesus, podemos dizer o mesmo: “De facto, para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho” (Filipenses 1:21). Só em Jesus o além deixa de ser manipulado pelas trevas, para ser iluminado pela Sua vida e pelas Suas palavras.
Samuel R. Pinheiro
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