Anda na Minha Presença

Anda na Minha Presença
Jorge Pinheiro 2Dr. Jorge Pinheiro
(1) Sendo, pois, ABRÃO da idade de noventa anos, apareceu o Senhor a ABRÃO e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito; (2) e porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente.”
(3) Então caiu ABRÃO sobre o seu rosto e falou Deus com ele, dizendo:
(4) “Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é e serás o pai de uma multidão de nações; (5) e não se chamará mais o teu nome ABRÃO, mas ABRAÃO será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto; (6) e te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações e reis sairão de ti; (7) e estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em tuas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti.
(Génesis 17:1-7)
Em Génesis 12, passamos a ter conhecimento da existência de Abraão. Até então era um ilustre desconhecido. Mas a partir do momento em que responde ao chamamento de Deus, não só a sua história se torna conhecida, como toda a sua existência passa a ter significado (e que significado!) não apenas para ele, mas principalmente para toda a humanidade, uma vez que podemos dizer que hoje, todo o mundo gira em torno da forma como cada um recebe a herança de Abraão.
Muito resumidamente, sabemos que Abraão vira as costas a um mundo idólatra, deixa o seu espaço de segurança e protecção e embarca numa autêntica aventura em que a fé na promessa de Deus se torna a sua grande motivação. Embora avançados em idade, ele e a mulher geram um filho, o filho da promessa, já depois de, primeiro, Abrão se ter antecipado aos planos de Deus, gerando Ismael, filho da escrava e, segundo, depois de Deus lhe ter alterado o nome para Abraão, pelo qual passa a ser conhecido e referenciado desde então. Pelo meio uma série de episódios, alguns pouco edificantes, mas que de modo algum modificam a promessa e o pacto iniciais de Deus para com ele e a sua descendência. E é neste período de tempo que, além de reforçar o concerto estabelecido desde o início, Deus lhe deixa uma ordem explícita: “Anda na minha presença e sê perfeito”.
O texto que acabámos de ler, ocorre duas dúzias de anos depois do primeiro encontro do patriarca com a promessa divina e este torna-se um momento-chave da realização do pacto firmado por Deus.
Antes de avançarmos na análise e importância do texto lido, salientemos alguns aspectos do percurso de Abraão.
1. O primeiro passo que dá é um passo de fé, de confiança irrestrita e ilimitada na veracidade e fidelidade da palavra de autoridade divina que acabara de receber, razão pela qual passa a ser conhecido como o pai da fé. De concreto tem apenas a promessa divina de que dele sairia uma grande nação, que ele seria uma bênção para o mundo, que nele todo a humanidade seria abençoada e que iria contemplar a terra que Deus lhe mostraria. Obediente, sai do conforto da sua terra e torna-se peregrino pelas terras de Canaã e do Egipto.
2. Sabemos que edificou quatro altares. O altar fala de obediência, entrega e consagração. Nele, o crente encontra-se face a face com o Altíssimo a cuja vontade se sujeita e d’Ele recebe protecção, graça e bênção. Esses quatro altares foram:
a) em Siquém (Génesis 12:7) que nos fala da sua obediência à revelação recebida. Na revelação, passamos a saber quem Deus é e o que Ele deseja de nós. Mesmo com um conhecimento parcial de quem Deus é, Abraão não se furta a cultuar o Senhor;
b) em Betel, (Génesis 12:8) que nos fala de separação. Abraão deixa para trás Ai, que significa “monte de ruínas” e edifica um altar em Betel que significa “casa de Deus”. O que para trás Abraão deixou passa a ser um monte de ruínas porque à sua frente abre-se a “casa de Deus”, onde ele pode encontrar comunhão com Deus e tudo de que necessita para viver em vitória neste mundo;
c) em Hebrom (Génesis 13:18), que nos fala de comunhão. Hebrom, que significa exactamente comunhão, situava-se na zona de Manre que significa plenitude. A comunhão e a plenitude andam de mãos dadas. E é curioso notar que este altar foi erigido depois de Abraão regressar do Egipto por onde havia decidido peregrinar, numa atitude que nos parece contrariar a ordem de Deus;
d) no monte Moriá (Génesis 22:1-14) que nos fala de entrega e consagração totais, sinónimos de adoração plena. Em Moriá, Abraão aprende que Deus não se satisfaz com sacrifícios humanos mas exige de cada um de nós uma entrega total, mesmo daquilo que mais prezamos e apreciamos, com a certeza e a confiança de que em retorno Deus nos dá muito mais do que pensamos ou sonhamos e que Ele zela pelas promessas que nos garantiu.
É curioso notar que o tempo que separa entre si os três primeiros altares é muito curto, os quais se seguiram quase de imediato à saída de Abraão da sua terra natal. O quarto altar é erigido cerca de quarenta a cinquenta anos após a chamada de Abraão. Isso indica-nos que em Moriá a fé do patriarca e o seu conhecimento e comunhão de Deus eram muito mais consistentes, pelo que podemos arriscar que em Moriá Abraão tinha uma fé já madura que não ia atrás de qualquer vento de doutrina.
3. Até ao momento em que Abraão recebe a ordem de andar na presença de Deus e de ser perfeito, Deus manifesta-se-lhe por três vezes: em Siquém (Génesis 12:7), de novo em Canaã (Génesis 13:15-17) e após o encontro com Melquisedeque (Génesis 15:1-21). Em todas elas, Deus reforça a promessa de lhe dar a terra por onde ele peregrinasse. Curiosamente, não temos registo de Deus lhe ter aparecido enquanto peregrinou no Egipto. Depois do capítulo 17, Deus surge outras três vezes a Abraão: para anunciar a gravidez de Sara (Génesis 18:13); para anunciar a destruição de Sodoma e Gomorra (Génesis 18:17-33), para anunciar o sacrifício de Isaque (Génesis 22:1-2). O que nos indica que em cada fase da vida de Abraão, a presença e a promessa de Deus estiveram presentes. Curiosamente, nas vezes em que até ao capítulo 17 Abraão é visitado por Deus, Abraão vê reforçada a promessa de que a sua descendência seria numerosa. O Capítulo 17 surge então como corolário final e marcante do concerto que Deus estabelece com Abraão. Como se Abraão estivesse por fim já suficientemente maduro para compreender em toda a extensão tudo quanto Deus queria fazer através dele. Como se este fosse o momento de viragem definitiva.
4. Neste novo encontro, para além do reforço, como já vimos, da fixação em definitivo do concerto estabelecido por Deus com Abraão, há dois aspectos de suma importância.
a) Em primeiro lugar a ordem expressa de Deus: “Anda na minha presença e sê perfeito”. E para que não houvesse dúvidas de que esta revelação não provinha dos desejos humanos de Abraão, Deus identifica-se sem deixar margem para dúvidas: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso”. Quando Deus nos fala (e Ele fala) deixa-nos a marca da Sua identificação. E Deus identifica-se não como uma entidade etérea, como uma visão mística, mas como o Deus Todo-poderoso. Essa é a Sua marca – n’Ele está centrado todo o poder, não apenas o poder de que necessitamos mas também aquele de que não necessitamos; não apenas o poder pelo poder, mas a fonte de todo o poder; não um poder limitado e sujeito às contingências de qualquer universo, seja ele físico ou não, mas o poder supremo que é atributo de Deus que, por isso, pode ser designado como o Omnipotente. Deixaremos para mais tarde a análise da importância e do lugar que ocupa no plano de Deus a ordem dada a Abraão de andar na Sua presença e de ser perfeito.
b) Em segundo lugar, Deus muda o nome do patriarca de Abrão (pai exaltado ou elevado) para Abrahão (pai de uma multidão) e o nome da esposa deste de Sarai (que, segundo parece, significa contenciosa) para Sarah (princesa). Isto é, acrescenta ao nome de ambos um som que na nossa língua é traduzido pela letra H que em certas línguas é um som aspirado e que no hebraico aponta para o significado de “janela”, “porta”, o que nos indica que a mesma porta que Deus abriu para Abraão, abriu também para a esposa. Por outro lado, o som aspirado faz lembrar o sopro e essa letra acrescentada encontra-se também no nome pelo qual Deus se revelou, no tetragrama sagrado. Como se Deus tivesse instilado na vida de ambos (na medida em que o nome representa a pessoa) o sopro da vida, não de uma vida qualquer, mas a vida do Deus Todo poderoso. Como se Deus estivesse a declarar que, a partir de agora, Abrahão e Deus comungam de uma forma tão íntima que um elemento de Deus está bem inserido em Abrahão e Sarah. Assim, usando o significado dos nomes, poderíamos ler deste modo o texto: “Não se chamará mais o teu nome Pai-Exaltado, mas Pai-de-uma-multidão porque por pai da multidão (Abraão) de nações te tenho posto” (Génesis 17:5) e: ”À tua mulher não chamarás mais Contenciosa, mas Princesa será o seu nome” (Génesis 17:15). A partir de agora, este homem deixa de estar limitado à sua circunstância e passa a ser um modelo para toda a humanidade.
Ora, se nós somos filhos espirituais de Abraão, somos herdeiros do concerto e das promessas que Deus estabeleceu com ele. O que significa que o que Deus fez com Abraão, faz também connosco. O que significa que a atitude que Deus teve com Abraão, terá também connosco. O que significa que se queremos a herança de Abraão, temos de assumir a mesma atitude que Abraão assumiu. E temos de perceber que, tal como ele, o nosso conhecimento e envolvimento com as promessas de Deus se vão aprimorando na medida em que andarmos com Deus e em que formos edificando os diversos altares. E temos de perceber que, por vezes, saímos do caminho que Deus traçou para nós mas que, apesar disso, Ele continua fiel ao que nos prometeu. Basta que regressemos ao ponto de onde nos desviámos, tal como fez Abraão que, ao voltar do Egipto, regressou ao ponto de onde partira, a Betel, a casa de Deus, porque aí o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Salmo 133:3). Porque a seguir a Betel, vem a nossa Hebrom (comunhão). E apenas quando passamos por Betel e Hebrom, podemos experimentar a nossa Moriá.
O que significa que a ordem que Deus deu a Abrão, “Anda na minha presença e sê perfeito” também nos é dada. E para que não digamos que é impossível obedecer-lhe, Deus instila em nós o Seu sopro da vida e nos abre uma porta ou uma janela por onde a luz da revelação tem livre curso para entrar. E para que não digamos que é impossível ou que estamos sozinhos no cumprimento dessa ordem, Deus instila em nós o Seu carácter consubstanciado na presença em nós do Emanuel (Cristo Jesus). Afinal, foi o que o Omnipotente fez quando mudou o nome de Abrão para Abrahão. Deus também quer mudar o nosso nome (Apocalipse 2:17 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ao que vencer, darei eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.) Temos um nome pelo qual Deus nos conhece e é por ele que somos chamados. Deus não nos vê como nos vemos, mas vê-nos conforme a Sua promessa e a provisão que tem para nós.
Ao longo de todos os encontros que teve com os Seus servos, Deus não mudou uma vírgula aos Seus intentos. Embora façamos a distinção entre os diversos concertos que Deus foi estabelecendo com os Seus (daí falarmos em pacto adâmico, pacto noémico, pacto moisaico e pacto da Nova Aliança), podemos dizer, sem entrar em contradição nem negar a Escritura, que o pacto ou concerto de Deus é um só desde o princípio, vivido pelos homens em diversas fases e que todos eles se resumem a esta verdade central: “Andemos na Sua presença e sejamos perfeitos”. Um pouco à semelhança do que Jesus fez ao resumir a Lei Moisaica à Lei do Amor: «E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas.» (Mateus 22:37-40), repetindo o que Deuteronómio 6:5 e Levítico 19:18 já haviam declarado. Ou seja: em todos os pactos encontramos a mesma exigência.
Então, isso significa que não é pelo facto de vivermos no tempo da Nova Aliança que estamos dispensados de cumprir essa ordem. Pelo contrário – muito mais obrigação e muito mais responsabilidade temos de a cumprir, na medida em que, sendo filhos adoptados de Deus, a nossa porção é a de herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, com a responsabilidade de reflectirmos em nós as virtudes e qualidades do nosso Salvador, que foi fiel até ao fim.
A ordem estipulada e que recebemos via Abrahão é dupla:
1) “Anda na minha presença” – isso indica permanência, isso indica comunhão, isso indica receber e partilhar. Isso significa que no nosso caminhar em qualquer sector da vida e do mundo a presença de Deus tem de ser uma constante no nosso espírito, na nossa alma e no nosso corpo. Que o mesmo é dizer que a presença de Deus deve estar actuante em todas as dimensões em que nos movemos: na dimensão física, na dimensão intelectual, na dimensão emocional, na dimensão psíquica, na dimensão espiritual, em suma, em todas as dimensões em que estivermos envolvidos. Isso significa que em qualquer actividade em que estivermos envolvidos, a presença de Deus deve ser uma constante e que nenhuma delas, desde que cumpra os requisitos ordenados por Deus, é indigna de ser vivida.
O andar indica também movimento. E movimento implica tensão e desequilíbrio. Quando caminhamos, movemo-nos sempre numa tensão entre o equilíbrio e o desequilíbrio. Ao levantarmos um pé para caminhar, assumimos um equilíbrio instável a que se segue um momento de equilíbrio estável que é aquele em que temos os dois pés assentes no chão. Em todo este processo, passamos por uma tensão de equilíbrio e desequilíbrio. Mas é precisamente essa tensão que nos faz mover e avançar. Se queremos experimentar a comunhão com Deus, devemos estar dispostos a viver em tensão entre o que somos e aquilo que Deus preparou para nós, sabendo que a cada passo que damos, ficamos mais perto do alvo final. E mesmo quando parece que Deus não nos fala, Deus mantém a Sua promessa e mantém a Sua presença connosco. Recordemos o tempo em que Abrão esteve no Egipto e em que não temos registo de Deus lhe ter aparecido. Mesmo nessa situação, a promessa do concerto de Deus não se desvaneceu nem se quebrou. Foi necessário Abrão passar pelo seu processo de tensão para que um novo capítulo fosse escrito na sua vida. Quando Deus estabelece um pacto connosco (e Ele já estabeleceu), não nos abandona, mesmo que a nossa carne diga que não O sente. Deus não está dependente das nossas emoções – Deus está preso à Sua promessa. Deus é fiel não ao nosso sentir ou à nossa circunstância, mas à Sua palavra.
O andar implica autonomia e a autonomia exige vontade para que ela seja autêntica, vibrante e produtiva. Indica que cada passo que damos nos faz entrar em novos domínios que até então nos estavam vedados. Deus quer fazer-nos entrar em domínios que nos estão disponíveis, embora ainda não na nossa posse ou controlo. Mas o caminhar implica também abandono – deixamos o nosso conforto, deixamos o que consideramos nosso para nos aventurarmos naquilo que jaz à nossa frente. Mas o caminhar também nos recorda que, embora caminhando, o caminho não é nossa propriedade. Poderíamos dizer com justeza que o caminho é que nos sustenta e, em termos bíblicos, o nosso caminho é Cristo Jesus que de si mesmo afirmou ser “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). Caminhemos então, sabendo que o caminho que percorremos é firme, seguro e inabalável, mesmo quando as tormentas e os furacões da vida possam abanar o nosso batel.
2) O segundo elemento da ordem é: “sê perfeito”. Por vezes, temos dificuldade com as palavras e lutamos com elas. E nessa luta, não poucas vezes alteramos o verdadeiro significado das palavras. E nessa fraqueza, acabamos por viver num engano porque nos agarrámos a uma definição incorrecta, levando-nos a perder de vista o essencial e o verdadeiro.
É o que sucede com esta palavra “perfeito”. Quando a ouvimos identificamos com “imaculado”, “sem falhas”, “sem mancha”. Na verdade, não é isso que a palavra significa, a ponto de uma coisa ser perfeita e ter falhas. Por exemplo, podemos dizer que Satanás é a perfeita maldade porque nada lhe falta para ser mau. Nele, a maldade (uma coisa negativa) é total, acabada. Por vezes, quando avaliamos alguém que consideramos nada valer, dizemos que é um “perfeito idiota” ou uma “nulidade perfeita”. É que “perfeito” significa aquilo que está acabado, terminado, concluído, que atingiu o ponto final do seu avanço ou projecto. Então quando Deus diz “sê perfeito”, está a dizer-nos que nos entregou um projecto, uma planta, uma ordenança com todos os requisitos e meios para atingir os fins que Ele propõe e só temos de seguir à risca as Suas instruções. Fazendo-o, estamos a ser perfeitos, isto é, chegámos ao fim. Na fase de perfeição, nada mais há a acrescentar porque o que havia de ser feito já foi feito. Naturalmente, sendo Deus não apenas a Perfeição absoluta mas o Ser Imaculado Absoluto, então tudo quanto vem da Sua mão não apenas é perfeito mas belo, imaculado, sem erro ou falha. Essa talvez a razão de por vezes confundirmos perfeito com imaculado.
A verdade é que Deus começou a boa obra em nós e continuará a aperfeiçoá-la até ao dia de Jesus Cristo, conforme Paulo diz em Filipenses 1:6. Deus está a trabalhar em nós, aperfeiçoando-nos, concluindo-nos para o grande encontro com o Esposo. Se Deus não desiste de ti, não desistas tu de ti próprio. Estás em boas mãos.
Quando ordena que sejamos perfeitos, Deus sabe que a tarefa é difícil. Por isso, em todos os concertos estabelecidos com o homem, Deus deixou um plano guia que o orientasse a atingir o alvo exigido, dando-lhe os meios necessários para atingir os alvos pretendidos. Tal como a tentação em que Deus não nos deixa ser tentados acima das nossas capacidades (1 Coríntios 10:13), também na realização desta Sua ordem, Deus nada exige que Ele não saiba que não possamos levar a cabo. Por isso, pela Sua palavra, sabemos que, por muito difícil que nos seja, é possível sermos perfeitos. Basta seguir o plano traçado por Deus na Sua Palavra. Ele estabeleceu um concerto connosco, plasmado na Nova Aliança de que Cristo Jesus é o alicerce. Sobre ele construímos a Sua igreja que é o conjunto de todos quantos O reconhecem como Salvador. E para que nada falhe nessa construção, Deus tem o Consolador, o Espírito Santo a supervisionar a Sua obra, a corrigir o que for sendo feito deficientemente, colocando tudo no seu lugar, na perfeição.
E se o plano de Deus é perfeito, então não lhe acrescentemos nada mais como que a querer dar uma ajudinha. Deus não está dependente de modas ou de uma linguagem de facilitação ou adaptação do seu plano para o tornar mais atraente aos homens. Como dizia Paulo em Romanos 12:1-2, a vontade (o plano) de Deus é boa, agradável e perfeita. Por isso, todo o acto de culto, em cujo centro não esteja outra coisa senão a Sua Palavra que é o nosso guia para descobrir, viver e apreciar o plano de Deus para nós e para os outros, não é culto, é reunião social. “Anda na minha presença, diz o Senhor, e sê perfeito.”
Soli Deo Gloria!